sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

O cabisbaixo


Ensolarada e desolada cidade,
muito o que se ver lá fora, perfeitos
pretextos para ignorar de forma sã
a futilidade pública dos show matinais
de tv, saiu pra caminhar com a  infeliz
alma nua, ajudou uma velhinha a atravessar
a rua, viu uma amarelinha e nuvens de giz
na calçada, música alta vinda das janelas
das favelas da vida, a farsa antiga da alegria
dividida, mas hoje ele não conseguiu achar
graça em nada; "Palma, palma, não priemos
cânico!", o tédio invade a tarde e o faz perder
a vontade de viver por bons dez minutos, sorrisos
pelo mundo simultaneamente se desmascaram e
as paredes cor de chumbo insistentemente o encaram,
foram quase 3 dias pra chegar 19 horas, o céu mui
limpo dessa noite à veranear em perfeição, aquele
marzão de estrelas à perder de vista num carpete azul
marinho ou numa imensa bandeira sem listras, o blues
do som da gaita, o vento fresco no rosto do desgosto,
não, ele não pertence aos da fanatismo nem tampouco
aos do ceticismo, encontros, reencontros pelos cantos,
os contos de fada, pôs uma fronha em uma pedra e
improvisou um travesseiro após um dia traiçoeiro porque
hoje especificamente o cara não viu graça em nada...

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Silhuetas



Madrugada, da janela do
décimo terceiro andar de
um dos prédios mais altos
da orla a visão de uma chuva
calma lá embaixo e um único
ser à vagar sob um verdadeiro
aguaceiro; não se sabe quem,
mas deu pra perceber que a silhueta
era de um homem, um tipo meio que
idoso perdido, meio que menino de
coração partido, e assim observava
a pessoa insone do apartamento, só
conseguia enxergar lamento, imaginava
alguém que acabara de ser deixado, mas
na verdade, na verdade o ser perambulante
era um pobre ambulante vendedor de sonhos
que descobrira na noite anterior que estava
apaixonado, e agora cantarola um sambinha
de Cartola, estragando seu melhor sapato
nas poças d'água sem mais mágoas, feliz
por deixar de mendigar atenções, esmolas
sentimentais e afins, e por conseguinte não
era mais um pedinte. Por um momento parou
e se entristeceu ao deparar-se com o único ser
naquela janela ali no topo do tédio, mas voltou
à se alegrar, lá embaixo  a vista era turva, achava
que era chuva, mas era apenas um choro bom de
um renovado olhar...

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Mas assim...ficaremos bem? Não? Então tá.




Naquela parte da praça, olhandoo as crianças brincando
no escorregador um jardineiro triste sorri sem graça com seu
fiel confidente, o regador, e enquanto isso, no alto-falante do
carrinho de sorvete próximo ao parquinho toca "O Barquinho"; 
nesse exato momento alguém especial foi achado, ao passo que 
outro qualquer foi deixado, bilhetinhos para se guardar pelo resto 
da vida, quilométricas cartas de despedida, em alguma parte da cidade
o início, em alguma parte da cidade alguém parte, em alguma vitrola toca 
Vinicius. Do mar eu vejo o avião que na tela se minimiza, da janela a moça
vai sumindo, o menino na água se inferioriza, e aos que tiveram mais sorte 
que nós nas separações das relações, o nosso apelo:" Perdemos, mas enquanto 
pudemos, tivemos zelo.", uma pena, elas continuam querendo cada vez mais perto 
aqueles tipos super espertos vugo traiçoeiros, universo conspira, primeiro de abril, 
um coração enfim se abriu pra mim...MEN-TI-RA!

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

terça-feira, 7 de outubro de 2014

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Ela disse assim


Quase fim de ano, um recife bem no meio do oceano,
onde aquele menino que escreve têm vivido com febre
nos últimos três meses, consequência do pouco entusiasmo
que moça às vezes têm empregado na leitura de seus versos
feitos em papel impermeável, olha lá o miserável esmorecido
de carência! Do seu esconderijo submerso ele a viu bater a
porta de um fusca feito de nuvens e berrar: "Avante!",  não
deu pra ver quem estava no volante, mas pela arrancada após
a gargalhada de certo era alguém satisfeito em vê-lo sozinho
e se distanciando no reflexo do retrovisor, ali parado à beira
de um asfalto imaginário com cara de otário lembrou de ter
achado graça naquela noite de domingo, quando ela sussurrou
sonolenta, assim, quase, quase dormindo:"Jamais irei à Marte!",
agora chorara ao entender finalmente que ela quis mesmo dizer foi:
"Jamais irei amar-te!"

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Singelo videoclipe de um romance suburbano


Conto de um canto da parede de lodo,
ameno sem alguém do lado, confesso,
bem menos temperamental com o passar
do anos, trancado do lado de fora em pleno
temporal;  há muito perdi a chave do meu amor
próprio, logo eu que achava que essa noite não
choveria saí bruscamente em  busca de uma sorveteria
mágica com preços módicos, jamais imaginaria que encontraria 
abrigada na banca de jornais da esquina a menina mais bonita dos
sonhos mais cândidos da minha vida, entre dívidas e dúvidas, nós
dois a sós ignorando a água da calçada que o último ônibus do sábado
nos agraciou, sim, éramos sim como uma miragem de um quase casal
perfeito, pôrra, que merda esse termo "perfeito", falando bobagem à
espera do fim de um aguaceiro interminável que terminou com odor de
água-de-cheiro em um singelo videoclipe, um porre de chocolate quente
pra gente, filminho, cobertor e gripe...

terça-feira, 23 de setembro de 2014

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

A serenata do vagabundo



Alcólica solidão, bebi demais,
melancólica melodia dos olhos
daquele que de pronto aceita a
quem o rejeita e a covardia dos
que só lembrarão de nós após suas
próprias perdas; ó minha cara, me
encara de forma singela e escancara
as janelas do teu peito, que esse é o
tão esperado canto de despedida, era
uma vez um desenho mal feito sob medida
para inflar-te o ego, ingrata amada, não
nego, nada sou além de seu, à toa assim
de boa, tá bem, tá bem, me sinto só e muita
dó de mim, mas quando penso o quão hilário
pode ser o número de pessoas que chamam
Deus de "otário" todo santo dia, estranhamente
me alivia sendo perfeito sinônimo de anônimo em
meus sonhos platônicos de quintal, madrugada,
1:20, chuva fina em céu de conta-gotas sobre este
vira-lata, ei, você, amada ingrata, o gato mia, boemia
e tal...

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Tatuado tranquilo

Jeito de vadio com um estranho vazio
no peito, pesadelo de quem muito tentou
e nunca pode esquecê-lo, o cara é péssimo
mas gosta de sinuca, tempão que não vê sua
menininha, pois ela está tatuada em sua nuca,
receios, devaneios, silenciosamente grita enquanto
sonha, detesta festa e birita, adora maconha, talvez
seja o sonho ambulante de alguém que ainda o conhecerá,
talvez, quiçá, sei lá, será? "Cão, marginal!", bradou o perverso
hipócrita que sequer leu algum de seus versos, nunca saberá o
que é ter uma relação com o mar, lhe ferem a alma à espera de
uma reação, segue só, grato por demais ao sol, seu calor não é
comercial, não combina com refrigerante, sabe que um dia o acaso
convencerá a sorte à propor-lhe relacionamento e há de ser naquele
momento da calma resposta de sorriso brando: "No thanks, não caso..."

sábado, 16 de agosto de 2014

Fundo musical melancólico(Ter e não morrer disso)


Oreo e orégano,
sabor de passado, atualmente,
mais um "nocaute", e em sua
desilusão a pobre moça com
a cara na pizza novamente se
emtregou àquele  porre de chocolate;
lábios que beijam o retrato de quem
há muito deixou de ser, a monotonia
de um dia ter que crescer e aprender
a esquecer o que se tornou abstrato, fato,
incontáveis fotos antigas empilhadas nos arquivos
empoeirados das memórias de gente com bem mais
sorte que nós, cada vez mais seu e cada vez mais só,
à beira de um lago cristalino tive sede, vede, de estrelas
uma ciranda, o céu limpo  e a rede na varanda, minha máquina
do tempo pra voltar toda noite à cena do crime, quando você
ainda sabia quem eu era, era uma vez primavera, era uma vez
minha vez, e em minha insônia meu olho sonha com a tua volta
às 4:15 da manhã, me encara o teto, diz que eu não tnem cura,
me acusa de falta de manha,  e a pôrra desta melancolia que não
me solta!


sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Baby, eu não pretendo partir amanhã, mas se eu faltar ao nosso encontro...foi mal.






Quantos vagões haveremos de esperar
passar até que o trem chegue ao fim, e assim
possamos cruzar os trilhos pra nos encontrar,
dia branco, mar de leite com sucrilhos, ah, doce
e desbotado oceano visto da janela do ônibus,
mais dois à flutuar em lados opostos da tigela,
tanto tempo concordando à distância em nossa
descrença de nunca poder ser sonho de ninguém,
baby, poderias imaginar há quantos anos atrás nós
marcamos e até hoje não conseguimos oficializar
pessoalmente o nosso encontro, além das nossas
preces de fins de noite, como o pessoal mente, como
o pessoal esquece!

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Alguém em algum lugar


Planos para um fim-de-semana em marte,
planos que ingenuamente pensei, mas nunca
fiz parte, planos; sob um céu de solidão, essa
noite eu sou apenas um parque entregue ao
abandono da escuridão, assim mas tão triste
e feio que hoje ninguém veio à mim, empoeirado
e cheio de folhas amareladas nos bancos, uma
floresta em uma tv em preto e branco, estou
absurdamente sem graça, qualquer esboço de
sorriso não passaria de mera farsa, eis a questão:
Quem nessa cidade essa noite me fará uma cortesia
de simpatia em minha necessidade, quem?
Tua doce voz me guiou pra fora de Oz e ao chegar
em casa, antes de pegar no sono, uma breve oração
ao deitar:: Deus, ajude o pobre moço, Deus, não
castigue a bela moça que deixou o pobre moço,
fala isso pra ela, que mesmo sem tê-la, toda vez
que passo de bicicleta em meus passeios noturnos,
tipo, naquela rua mais escura, ao tirar os óculos pra
melhor ver as estrelas, nesse nosso etterno desencontro,
no quebra-cabeça é teu rosto que monto, lembra daquela
tigela de arroz doce com chá gelado que te trouxe? Os dias
supervazios, os lugares ermos por onde vaguei nesse último
ano, saiba, te levei também....amém.

sábado, 2 de agosto de 2014

Sorvete-catástrofe


Sexta-feira, vários corações mortos
nas trincheiras das desatenções, meu olho
se comove e chove pelo mito do dia favorito,
todavia esquece que nada de especial acontece,
semana após semana aguarda anciosamente o regresso
da moça que silenciosamente relê a antiga carta deste miserável
remetente, mas sempre finjo que parto, uma galáxia inteira no vazio
do teu quarto, chora um pouco, recompõe-se e segue à passos
falhos, um dia quente pra caralho, um incômodo sol de som bem
alto, e o amor da minha vida em algum abraço duvidoso se diverte
enquanto o cheiro doce do maracujá com limão se espalha pelo chão,
agora sábado, meu sorvete derrete no asfalto...

sábado, 26 de julho de 2014

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Sabe-se lá, vai que não, né


Manhã chuvosa, 
senti um cheiro bom
de flores e torta de maçã, 
despertei, desenhei  uma porta 
no ar afim de dar passagem para um 
dia lindamente ensolarado, atravessei  
o mau tempo sem ninguém ao lado, nem 
ao menos pra poder compartilhar da minha 
fértil imaginação, resolvi ignorar a palavra 
"coração" do meu vocabulário mental, 'sacumé',
otário e tal, disse a sorte sobre mim com um certo 
cinismo nos lábios há alguns atrás e nunca mais voltou. 
Ah, esses dias primaveris tão bonitos onde tanto quis te 
encontrar, mas estava escrito que não seria possível, após 
me declarar invisível e tanta ansiedade assumi minha dócil 
insanidade pra viver um grande amor, solidão, etc., sei lá, 
será que um dia nos salvaremos da escuridão?

segunda-feira, 7 de julho de 2014

De vez em quando dezessete...

Oh, medo que nunca venço,
e no final apenas me convenço
de fazer uso do bom senso pra
poder voltar outra vez ao marco
zero, mas já nem me desespero
mais;  por quantas vezes ainda
hei de voltar àqueles dias em que
quase fui feliz cada vez que faço
menção de ti pra alguém, mesmo
não me fazendo bem, bem diferente
de antes, a cada nova notícia teus
sinais estão mais e mais distantes,
miserável lembrança que de certo
te enfadas, e o mal que te fiz foi um
buquê de rosas furtadas, um andarilho
maltrapilho, um filho sem mãe perdido
pela noite da cidade com um único pedido:
reciprocidade! Mas é que comigo sempre
foi assim, gostando e me gastando mais aonde
não tive preço e pus apreço, e o avião cruzou
meu campo de visão quando olhava a lua,
esperando ansiosamente enfim te encontrar,
e no lugar e hora marcada eu disse que era
teu e você nada prometeu, tua, muita falta
tua, qual nada, qual o quê, à você somente
pétalas de "bem-me-quer", e me disseste:"Não
há de quê..."

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Trocando uma idéia com a rejeição...


Eu disse à ela,
minha última relação foi
um super ménage de solidão,
a boemia das ruas vazias, as canções
tristes no rolé de bike e a menina dos
meus sonhos que ainda não existe;
eu disse à ela, desprovido sou daquelas
sutis superficialidades que toda moça
adora, please, não olhe agora, sofri outra
queda, a ingenuidade do meu quase puro
amor é mesmo uma merda, o raio que o
parta com as minhas miseráveis cartas, tenho
trocentas frases ensaiadas caso um dia a encontre
e o dobro de flechas de sentimentos mal sucedidos
atiradas no peito por aquele velho estúpido cupido
em dias que julgava "bons", eu disse à ela em um tom
mais baixo que eu não me acho assim tão importante,
todos os meus ex-amores estão em outros braços no
mesmo instante em que me vi sem graça, falando sozinho
no divã imaginário do banquinho da praça...

sábado, 21 de junho de 2014

Solidão de letra, nem sempre se tira a.




O murmurar das águas,
continuo não compreendendo
o mar, cá estou há quase...vinte minutos,
nunca fui astuto, confesso, um dia fui atingido 
por "raios repulsivos" da invisível tormenta e 
agora quase ninguém me aguenta, não, não é uma
doença de pele, é uma espécie de febre que fere alegres 
almas, eu sou a calma, eu sou um torto matando tempo 
vagando pelo mundo, eu tô sendo morto pelo divagar dos 
segundos, claustrofóbico no pequeno quarto do tédio, um
catastrófico amante com uma vasta coleção de instantes
teus como livros desorganizados nas estantes da minha
biblioteca inativa de memórias, eu sou o alvo mas ainda
não fui alvejado pela insanidade, é só solidão sem solidariedade
em minha direção, sozinho num dia de lazer, ei, moça, eu sei que
da tua parte não é "muito prazer", tá tudo errado ao meu redor,
ei, céu azul, tenha dó, meu reino por um novo amor no feriado...

sábado, 14 de junho de 2014

Em alguma parte da cidade...



Em alguma parte da cidade
ela sorri entre estranhos enquanto
um tolo ignora rumores e tem por
consolo dedicar-te amores sem
tamanho; em alguma parte da cidade
mentiras encantadoras ao teu ouvido
enquanto o desenho colorido do teu rosto
desliza calmamente da minha impressora,
já é bem tarde, na tua boca um beijo, na minha
um bocejo, em alguma parte da cidade alguém
te come e some, e sob o consentimento do céu outro
alguém te carrega na memória mesmo sem ter teus
sentimentos,  sexta-feira sem estrelas, o brilho opaco
da lua, um herói falido sobrevoa tua rua, a visão panorâmica
de você outra vez voltando pra casa sozinha, prefere assim
à um dia pensar em ser minha, em alguma parte da cidade,
saudade....

quarta-feira, 11 de junho de 2014

O vadio e o vazio








Vagabundo esquecido
vagando pelo mundo
escurecido, já nem importa
quantos graus e quantos degraus
até alcançar o teto da noite; assim
meio solitário, meio míope, é que
as lentes dos óculos de certo atrapalham,
ah, a visão perfeita desse céu estrelado de
hoje sobre mim cairia bem melhor à olhos
nus então eu vim sem...ouça, moça de frágeis
lábios castos que há muito mora em minhas
memórias, tudo culpa tua desde o dia que me
confundi, uma fatia da lua, um fondue, reconheço,
me fodi, fiz uma pausa na caminhada em algum
ponto da estrada onde não pudesse ser encontrado,
ando meio cansado, tô numa de desapego, mas não
nego, ainda encantado...

sábado, 31 de maio de 2014

Desencantos, desencontros....


Ponto de ônibus, quase onze,
que falta faz, onde andarás?
Sorriso amarelo e sem graça da lua, 
disfarça a noite, atua há milhares de 
dias de ausência tua, estranhos rostos, 
vazios familiares, por trás de toda astúcia, 
angústia, meninos que nem eu são apenas 
invisíveis ante moças espertamente insensíveis, 
desencantos desencontros, ah, como eu gostaria 
de saber que no próximo ano te reencontro, continuo
sonhando com algo simples, simplesmente sem enganos, 
sabe, chega à ser uma necessidade, só pra constar, todo 
dia penso em ti, o que nessa cidade te faz lembrar de mim? 
E assim devaneio com meus fones à espera do bus, amantes 
adeptos da ciência da transparência, meu peito geme encostado
no teu ao som da Tempo FM, How Deep Is Your Love, Bee Gees, 
Marisa Monte, Bem Que Se Quis...

segunda-feira, 26 de maio de 2014

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Ares de lares...








Dia quente, casa fria,
o estranho sentimento
insiste num sexo triste,
mas ao invés de ambos
um dentro do outro, apenas
através; universo paralelo em
singelos versos para fazer a
menina sorrir, um céu em preto
e branco na cartolina prontinho
pra colorir, mas eis que Deus se
comove e chove...temporal...
lava as ruas da cidade e nossas
almas nuas em cumplicidade, leva
tuas incertezas ao meu respeito em
violentas correntezas e afim de ouvir
teu palpitar encosto o ouvido no teu
peito, enrosco nosso bem-querer e lá
se vai o vazio com a visão mais linda
de simplicidade, à saber, lábios teus
que não adornas, dia frio, casa morna...

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Diamantes dentro do demente amante...


Diamante...
apreços superficiais e sorrisos
de paraísos artificiais contra o
demente amante, escassez de
simplicidade desse lado da cidade
onde fui internado, um sanatório a
céu aberto com paredes feitas de desdéns,
confinado à mais de cem dias de isolamento,
tempo demais sem o previlégio dos teus lábios
serenos para atear fogo no tédio, um vazio além
do meu entendimento; muita gente me despreza
como se eu não tivesse sentimentos mas a verdade
é que trago em mim um gigante feito de açúcar, cuja
a cabeça está acima das nuvens, uma doçura que mal
me cabe e pouca gente sabe, mas eu sei que flores hão
de brotar, nas têmporas, nos tímpanos, em cada parte
sofrida em mim até que a pequena pétala no meu peito
se transforme em um bonito jardim...

quarta-feira, 7 de maio de 2014

A lua ao longe



A lua ao longe, 
estranhos na fila 
do cinema, mistérios
e insanas cenas, é sério,
o que  eu fui pra ti, não 
interessa nem um pouco 
saber por que parti? 
A lua ao longe, estranhos 
na praça sem graça, pôxa, 
cansei de ser teu contratempo 
e fui embora na trouxa do vento 
porque o tempo passa; a lua ao longe, 
quase caio, estranhos espectadores incolores
quando fui deixado em pleno mês de maio,
quase noite, o sol se esconde na laje, a imagem 
do teu melhor sorriso projetado na lua ao longe...

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Amor raro, mar pelo ralo...

Dias de peleja, 
águas de naufrágio,
olhos de um sentimento 
frágil à marejar, a tristeza 
à velejar pelo calmo mar do 
meu globo ocular, deriva, um 
rio em cores vivas que não se 
mistura com o oceano em preto 
e branco do meu coração desbotado, 
implora vida, talvez alguém do lado, 
a ciência exata da paciência nunca fez 
parte do meu entardecer, "um nasce pra 
sofrer enquanto o outro ri", e eu tenho quase 
certeza que só vim aqui pra esquecer... 

sábado, 3 de maio de 2014

Epitáfio:"Um dia dei-me ao entusiasmo..."


Sentença...na saúde, na doença,
em tudo solitário, um otário à vagar
pelas ruas sob o olhar impessoal da 
lua, andando por aí do jeito que eu 
quero, as magras mãos nos bolsos vazios, 
isso, exatamente isso, o perfeito estereótipo 
do cara intitulado "zero"; passei anos à fio 
caído em terras inférteis pranteando em silêncio, 
a visão turva da terra suspensa flutuando sobre 
mim, todos acima, desertos de poemas sem rimas 
aqui embaixo, aquele planeta ao longe de pessoas 
de efusivos sorrisos onde não me encaixo, o lar dos 
mortos de felizes, trago visíveis cicatrizes de frustrações 
do coração, adquiri um certo pavor de gente, pra eles já 
fui até demente, agora estou apenas dormente, um sonâmbulo
que perambula nos arredores dos devaneios dos sonhadores,
um chão de dores me acompanha, talvez eu seja o mal sonho
de alguém, há sempre alguma moça despertando aliviada, caindo 
em si ao meu respeito, me afasto sem jeito, eu sou uma piada de
mau gosto contada em meados de agosto, 30 anos se passaram
na vida do pobre cronista, eu ganhei teu "não", a graça da sensatez 
por mais triste que tenha sido a decisão, ainda penso muito em ti, agora
já velhinho, choro com a lembrança daquele teu pendrive verde com cara 
de sapinho... 

quarta-feira, 30 de abril de 2014

Mari-baunilha, sangue limão...



Mari-baunilha, 
eu, você, uma ilha...
mar à noite, mão na mão, 
sangue limão pulsando, oração, 
coração, meus dedos entre os teus, 
entre o céu e o solo, colo, ei, flor, sabe 
as tuas pétalas? Leva-me, pois, nelas, 
vai, faz favor, seja pra onde for, ei, anjo, 
esconde esse maior abandonado chamado 
"marmanjo" sob tuas asas perfumadas, pois 
não tenho casa pra ir, nem sequer onde dormir,
tu és tão linda e eu tão nada, trago apenas esse 
raro amor que me dói e uma alma necessitada de 
reparos, razão demais destrói a fé no quase impossível, 
e mesmo sem ter teu endereço, pago o preço do final feliz, 
eu, você, uma ilha, Mari-baunilha...

sábado, 26 de abril de 2014

Sonoro sol...


Silenciosamente...
inquieto coração de mar bravio sem navio 
algum no horizonte, faz frio, dormi ao relento, 
eram as primeiras horas da manhã, a lembrança 
das lindas maçãs do teu rosto me fizeram revirar 
por toda a extremidade da praia, quero que você 
saia de mim, mas eu sei que não vai ser assim tão 
fácil, é preciso muita calma para ter uma tatuagem 
removida da alma, no meu caso é o mistério desse 
teu sorriso tranquilo bonito que me tira do sério, 
uma fotografia tua dentro de uma garrafa solta na 
minha corrente sanguinea, você em mim mas nunca 
minha, implorava cura à um céu de nuvens escuras 
quando o sol se espreguiçou timidamente nos primeiros 
fios luminosos, depois saiu de vez em tom de valsa, dobrei 
a barra da calça e caminhei contente por estar vivo, deixar
a onda suave acarinhar meus pés descalços, bem querer,
outra vez desisti de te esquecer...

quinta-feira, 24 de abril de 2014

O último à sair da lanchonete...







Estou mudo e mudando, 
tô vendo através de tudo 
porque não vejo graça em 
nada por agora; abandonei 
meu lanche pra dar uma volta
lá fora com a mente à divagar, 
o reflexo do meu semblante distante 
na pequena poça de refrigerante deixada 
na mesa enferrujada dessa lanchonete esquecida, 
olha ali a vida tentando atravessar a avenida, um 
trânsito caótico, mas eu espero que desta vez ela 
consiga alcançar esse cara outrora neurótico, agora 
sereno, a paz de sentir-se pequeno, quase um invisível 
entre tantos rostos estranhos, era tudo que eu queria,
brincar disfarçadamente de decifrar olhares, imaginar 
a causa de certos sorrisos, alegrar-me indiretamente, 
tá pertinho de escurecer, eu vou torcer, eu vejo fome 
em algum canto desse mundo diferente, do lado oposto 
sinto desgosto em ver cinzas de cigarro apagado sobre 
um pudim desprezado, eu vejo gente enfadada de tanta 
atenção, e "farrétempo" que já não tenho um coração 
assim só pra mim, escrevo versos pra alguém que talvez 
nunca conheça, são quinze para meia-noite, quase terça...

domingo, 20 de abril de 2014

Benfica...





Ei, olá, quem sou eu?
Pouco importa, oi de novo,
me mostra essa tua cara de
melancolia por trás dessa máscara
de boemia e me beija com honesta
serenidade, que é só o que me resta
de esperança nesta parte da cidade;
somos estranhos com tanto em comum,
eu sei, eu sei, sou só mais um, mas mesmo
assim não consigo disfarçar o imediato apreço
sem tamanho no blues dos meus olhos castanhos,
esqueço de mim nesse perambulante amor de traste,
fugi praí  assim que me senti abandonado, agora um
contraste bem constatado, confortavelmente em ti sem
poder me mover, a rua vazia e a lua já no alto, ei, olá,
quem eu sou? Sou aquela árvore ali no meio do asfalto...

terça-feira, 15 de abril de 2014

Tava ouvindo Nirvana...







Vagando e divagando do seu 
peculiar modo imperfeito, olhos 
vermelhos de um peito surrado, 
tipo assim, joelhos à mostra no seu 
jeans grunge e o cabelo ruim; pois é, 
não é a primeira vez que ele foi o sonho 
mais rápido de alguém em suas descartáveis 
canduras, prende o choro e perde a fala, lamenta 
porque agora só serve para atormentá-la, mas nem 
é a primeira vez que a sua inocente presença se torna 
doença à uma alma de moça imatura, verdade seja dita,
muita gente apenas o atura, todos tristes no amor, desertores 
e abandonados, cê viu, outra vez o poeta vadio foi deixado de 
lado, nada de bom, nada de tão mal, nada de novo no estranho 
mundo do vagabundo sentimental!

sexta-feira, 11 de abril de 2014

À bonita solidão...

Revirando gavetas de arquivos
de memória no meio da noite encontrei
a lembrança do dia em que nos falamos
pela primeira vez, um encontro de desacreditados,
ambos olhando para trás meio sem graça, tal hora
a gente sorri e disfarça, era difícil admitir nossa falta
de sorte com nossos estranhos corações pelo mundo
a sós, e eu me indagava pra onde estariam indo nossas
orações que nunca prestavam atenção em nós! De cara
me encantei e não pude acreditar que nunca haviam te notado
da forma como eu te olhei naquele dia, queria escrever sobre
você, queria te desenhar, queria te esconder dos dias frios sob
o ensolarado céu da minha boca toda vez que pronunciava teu
nome, estavas no âmago, tanto que tudo ao teu respeito me fazia
tremer o estômago; foi-se um ano e eu não sei pra onde foste, certeza
tens outro alguém e o deixado continua sem, meus olhos brilham ao reflexo
dos faróis dos automóveis na avenida, um passeio de bicicleta pela cidade
com o peito cheio, muito cheio de saudade, achei que ia chorar, mas não,
tô cortejando outra, um céu bonito, tanto quanto você...solidão.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Menino inverno encontra a moça primavera



Versos sussurrados do menino de terno surrado 
à mocinha de vestido florido, ambos sob a chuva, 
um estranho colorido declarando o fim do inverno, 
cessam as dores com a chegada da estação das flores 
e a garota que rodopia pela cidade com seu olhar cantante
reparou no rapaz que nunca soube o que é ser prioridade, 
acostumado sem ninguém do lado, com seu velho cargo de 
"Na falta de algo melhor...", hoje pode ouvir claramente do 
sol que não seria mais tão só. Sempre sonhou em ser salvo por 
um abraço de braços brandos, lembrando de incontáveis frustrações 
em ilustrações de traços toscos em preto fosco, o amor da vida do 
menino triste existe e não exigiu um  encontro em lugares deslumbrantes 
com gente esnobe, comida cara, nem nada, aquela nobre amiga especial 
super adorou a idéia do cenário de teto estrelado e singelo lanchinho na calçada...

sábado, 5 de abril de 2014

terça-feira, 1 de abril de 2014

Fábio pulou...



 

Cálida manhã 
de pálidas maçãs
do rosto exposto 
ao céu nublado de 
sábado, a vida é tão
difícil lá embaixo, mas
tudo parece tão calmo
do alto desse edifício, a
um palmo do fim; o mar
ao longe e a imensa vontade
de voar até lá, mas é que eu
esqueci minha capa, sei lá, vai
que ninguém precise de mim e
eu queira ir mesmo assim, imaginar
teu chamado e mentalizar você aqui 
do lado, esse herói falido que desprezas
preza teus mínimos detalhes, te escreve
alguma poesia todo dia e sempre tira um
tempo para divagar em devaneios sobre
tudo o que disseste, só que continua insistindo
em desistir, penso eu, caio em si, já se foi há
quase um ano, me pego rindo sozinho da minha
estupidez, era uma vez um menino diferente, vou
em frente e me deixo cair, caindo, rindo, indo,
olha ali o chão, tava quase, quase chegando, despertei,
acordei chorando...


sábado, 29 de março de 2014

Sombras, sobras...

Pela cidade,
noite; peles pálidas
de lábios solitários à
moverem-se vagarosamente,
ih, fodeu, gente falando só sob
luzes de eletricidade ao som de
tristes trilhas sonoras de quem
perdeu, invisíveis estrelas perdidas
em um céu nublado, vai chover, vai
chorar, vai desabar o temporal de um
coração cheio de tanto nada, já há muito
sem ter com quem desabafar, hoje sangrará
até estancar mas certo é que alguém finalmente
ficará bem, tipo, entre sorrisos e soluços, ouço
ao longe o canto calmo da brisa de liberdade,
sombras, sobras, pela cidade, saudade...

quinta-feira, 27 de março de 2014

Flores contrariadas








Expectativa: Gentileza.
Realidade: Frieza! Um filme
pouco assistido, nossas vidas
divididas em dois quadros de
um romance falido, há tempos
vago pela névoa da tua vaga
lembrança, cada vez mais o
esquecimento me traga, e essas
flores dispensáveis que te trago
enquanto provas as novidades
de outro amor, um novo, seja lá
quem for, só sei que nada sou e
nada fui pra ti, um reles cara bacana
indo intencionalmente em direção à
casca de banana. Minha infeliz visão
de raio x que me permite ver as cartas
que te escrevi envelhecendo nas profundezas
empoeiradas da tua velha cômoda prestes à
ser jogada fora, é, agora sou uma espécie de
doença, uma desavença, uma afronta ao teu
bem estar, continuo caindo regularmente nas
armadilhas que a má sorte apronta, um fiel cão
à porta de uma casa abandonada, sem dono,
faminto e sem sono nessa insana espera de nada...

domingo, 23 de março de 2014

Sorvete e depressão(à sombra de um bonsai)

Dia, ensolarado dia,
e aqui dentro o sol não
sai; tomando sorvete à
sombra de um bonsai, imerso
em dolorosa nostalgia, pobres
versos do menino que encolheu
desde aquele dia em que ela não
o escolheu. Serão três dias de jornada
de volta pra casa, serão décadas de maus
pensamentos até que enfim me livre de vez
da solidão da tua perda, mas ainda sonho em
ser outra vez teu zero à esquerda, aquele doce
amante no qual cê não tem prazer de falar à respeito,
pouco importa, deixa, o mundo lá fora te cansa, mas
a gente encosta um no outro e dança, sei lá, descansa
se quiseres, serei teu leito, teu protetor sem jeito, devaneio
de um feio, desafortunado coração, dia, ensolarado dia, sorvete
e depressão...

quinta-feira, 20 de março de 2014

Certa crônica de veneziana



O caos da chuva lá fora 
inunda a cidade inteira, terça-feira, 
já passam das 22 horas, há uma 
menina de coração inquieto ali na
esquina, obrigada pela angústia
à estar na rua em uma noite sem
lua, abrigada sob a marquise de 
um  prédio abandonado, Toddy 
ao tédio, daria a paz do meu achocolatado
pela graça de estar ao lado dela, uma
piada estúpida, uma bobagem qualquer 
que lhe esboce um tímido sorriso que seja,
o perfume da terra chamado mormaço,
ora veja, mais de mil amigos virtuais
e na hora mais vazia sequer um abraço...

sábado, 15 de março de 2014

terça-feira, 11 de março de 2014

Alma em degradê



Blue de melancolia,
quase um ano feito, 
uma anomalia no peito 
e a transição do azul pro 
cinza, o degradê indica que 
vai chover pela quinta vez 
no mês no céu da minh'alma 
nublada; lá fora, um sorriso 
calmo nos lábios e as paredes 
internas úmidas, a solidão de 
um quarto frio, uma cama desfeita 
no meio da escuridão, o vazio do meu 
inverno particular porque ninguém quer 
ir lá. Anjos de neve malfeitos entre árvores 
de galhos secos, tênue, leve como se pudesse 
ser arrancado a qualquer momento da casa 
pelo teto, tão fodido nesse mundo bonito de 
vocês, outro mês se vai e ela não sai de mim, 
mas também não mora mais aqui, estando e 
não estando, testando, um, dois, três, outro mês, 
e ela me pôs uma placa de aluguel, nuvem de chumbo, 
razão das variações de cores do ensolarado céu de cobre 
sobre dias mais ou menos bons, no resto da cidade é verão, 
eu ia sorrir mas achei melhor não...

sexta-feira, 7 de março de 2014

Notas em uma geladeira em órbita...

Sorriso amarelo da cor do singelo 
bilhetinho, palavras doridas e não lidas, 
desobedecendo as margens, projetando
imagens tuas na lua, um grito escrito para
alcançar a calma da tua alma sem a minha,
menininha, bobona, dona das borboletas que 
brincam no meu estômago, letras em negrito 
no teu nome à cada fim de verso, meu universo 
em crise sem os buracos negros das tuas covinhas, 
onde tantas vezes me deixei cair, de onde nunca quis 
sair, fora de órbita com a tua distância, morto de saudade 
das tuas implicâncias, tanta coisa estranha que a gente sente 
falta, mas tudo que me lembra você faz do incomum essencial, 
és a flor selvagem que faz do brutamontes sentimental, singelo
lembrete no bilhete amarelo como meu sorriso, outra vez noite 
alta, à teu respeito...falta.

quarta-feira, 5 de março de 2014

Pra onde vão as cinzas?

Ah, nostalgia, 
esses sagrados 
lugares ermos da
cidade, onde a minha 
amiga saudade rodopia 
e sempre baila sozinha 
com seu vestido cor de 
foto antiga; lentamente,
por muitas vezes dançando 
chorando, eu, ela e a estrada 
no meio do nada que aparece
ao meu redor quando estou 
desoladamente só, sentindo-me 
desprezado como um vagabundo 
viajante cá com meu rosto barbado 
e umas poucas moedas no bolso, uma 
pilha de esperanças e sonhos frustrados, 
pessoas para serem deixadas pra trás nas 
minhas lembranças, o velho isqueiro à mão, 
purifica, esquecer tudo que não fica, atear 
fogo no coração!

domingo, 2 de março de 2014

Deixa...


Insatisfação,
um poeminha triste
na folha parda que
embala o pão, me sinto
só porque sinto dó de mim,
a náusea que a minha doçura
te causa, faz frio, veja a brisa
lenta que consola este pobre
rei do vazio, beija meu rosto
corado de vergonha e alivia a
infeliz lembrança das tuas "esmolas",
tua saliva escorrendo pela minha coroa
de cartolina, "louco", "estúpido" e os piores
predicados que recebo enquanto percebo a
menina se distanciando naquele veículo adiante,
por um breve instante ela me olha e sorri, feliz
por estar partindo daqui, longe, muito longe do
meu modo singular de tratá-la, indago aos céus
em minha sofrida oração, onde estarei eu no dia
da tua insatisfação?

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Descolore!

Imagine todo o filme  
da sua vida passando 
diante de uma vitrine; 
agora olhe lá do outro 
lado da rua, veja aquela 
figura esguia, quem quer
que seja, vagando sem guia, 
divagando enquanto encara 
à si mesma no reflexo da vidraça 
da loja, versos sobre a pobre garota 
do jeans sujo, cujo o dia inteiro foi visto 
num flash de segundos, quanta gente só 
no mundo, quantos gritos silenciosos ecoando 
em peitos vazios e dilacerados, cômodos de casas 
abandonadas no coração dos desafortunados, 
solitários lábios de sorrisos bobos, e a lembrança 
de todas as palavras bonitas proferidas à toa, voa 
tempo, vida desmorona, triste em saber, nesse exato 
momento tem alguém sendo deixado de lado...

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Estando chovendo, tendo chovido

O relento, litoral choroso,
passos lentos nas poças d'água, 
mágoas debaixo do temporal; 
do lado de cá, cinza e granizo,
eu vejo sorrisos na calçada da
frente, vejo gente contente ignorando
a minha existência, aparências à perder
de vista, eu tô na lista dos não-convidados
pro céu das pessoas interessantes, estou
pensando seriamente em fundar o clubinho
dos meninos não-cativantes, vida feliz, perdoa
as merdas que teu filho diz, e por não ser tão 
efusivo assim, faz frio, contrario João, "Impossível
ser feliz sozinho", mas eu sou vizinho do sr. lamento,
o relento, dia chuvoso e melancolia atemporal, litoral 
choroso...

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Caprichado mal-me-quer!



Pétalas ao chão, pétalas ao chão;
punindo flores em prol da tua descompaixão,
o sobrenome da tristeza é Dolores, e eis que 
o estúpido cupido acertou em cheio seu coração, 
e ela até então me ama descompassadamente, sou 
pra ela uma espécie de amuleto, uma ameixa seca
em sua bolsa à tiracolo, diz que não me deixa, não
importa se choro, sou seu perdido preferido, e à cada 
corte no peito, uma injeção de má sorte, torno à si, 
assim, meio sem jeito, lá se vai mais um dia e outra 
vez escurece, tento apreço que me tens que me adoece, 
tombo à cada esquina da vida, e curiosamente ninguém
se aproxima. Quando estou prestes à ser bem visto, transforma 
as roupas que eu visto em pele de réptil, à mim pertence o pior 
amor do mundo, me esconde em um poço profundo sob mesas de 
estranhas cozinhas, sou dela e a tristeza é minha, não posso ser 
tocado, nem ter ninguém sentado ao meu lado por muito tempo,
tenho vagado pelo espaço e aliviado meu cansaço em um colchão 
suspenso num buraco negro, sófrego cativo da tua descompaixão 
em flores de mal-me-quer, pétalas ao chão, pétalas ao chão, e nem
um olhar sequer...

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Blues do cuspe

 
Peles rejeitadas,
pétalas de frágeis
flores pelo chão da
rejeição, uma chuva
ácida sobre amantes
falidos, falecido amor
de milhares, palavras
doces esquecidas, pomares
de frutas apodrecidas, "O que
eu te fiz?", pergunta o pobre
palhaço de nariz quebrado em 
um choque com tua endurecida
máscara sorridente, minha presença
de deixa doente, minha pobreza lhe
chega como desavença, tua pouca
nobreza é um cigarro de má intenção
apagado no mousse que eu te trouxe, 
ah se eu fosse próspero pra poder ter 
tua real atenção nesse meu mundinho 
inóspito, um chute nas lindas lanternas 
de jardim, um cuspe em mim, pôxa, como 
és indigna das minhas tolas rimas e coisas 
de orvalho, tava escuro, olhei o muro, "Mais 
amor, por favor" é o caralho!

sábado, 15 de fevereiro de 2014

Inocente cartaz

Debruçado sobre a cartolina
no chão do espaço, me pus à
lembrar da delicadeza daqueles
simples traços, sempre quis tocar 
o arco-íris, e eis que ali vem novamente
aquela menina tranquila com cheirinho 
de chuva, de braços dados com a neblina 
e aquele suave abraço-abrigo, sigo os rastros 
dela na esperança de um dia ver seu rosto, sei lá, 
tenho a leve impressão que teu sentir é exatamente 
o oposto do meu gostar, mas vamos lá, né; lamento,
tanta estupidez, o pensamento perdido na delicadeza
da tua fragilidade sob as agruras da fria cidade, e
mesmo sendo eu estereotipadamente desafortunado,
e tendo quase tudo contra, a imensa vontade de tomar
conta, letras grandes e coloridas, tanto tempo e tantos
contratempos, lembrei e sorri, hoje nem lembro mais o
que foi que te escrevi...


sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

O fantasma dos fins-de-semana passados

Fui um solitário rapper otário,
odiado pela ostentação, em sublime
matrimônio com a frustração; as belas
peles versus tigres tristes dos meus versos,
perdido num mundo de tanta beleza, o feio
se indagava por quê veio, cantava a tristeza,
morreu de incerteza! Nos últimos anos tenho
vagado nas horas vazias de quem me esquecia,
uma má lembrança, o terror de todo fingimento,
hoje em dia sou apenas constrangimento, o brilho
 trágico do meu olhar nostálgico nas alturas do céu
da tua boca, te deixas louca a amarga recordação de
mim na programação infantil da TV Cultura, à cada
desprezo teu e à cada fim de dias ali estarei afim de 
sempre te trazer à tona os doces que te dediquei, meu
rosto entre teus restos, nas memórias mais insignificantes,
eu vou irromper tua madrugada por alguns instantes,
berrar na tua mente minhas antigas intenções, eu sou 
uma música chata e insistente, sou teu único amor inexistente!

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Suquinho...

Ai de mim e minhas pobres
doces intenções versus aquele
olhar frio, as ruas de gelo fino
que piso sempre que ela atravessa
minhas imaginações, me esquece dentro
da minha própria cabeça, cruza comigo
na esquina do meu sonhar e finge que não
conhece, me devora enquanto ignora; mas
eu encolhi porque te escolhi, resolvi planar
num aviãozinho de papel em uma noite de
sábado afim de passar pela janela dela, vi
ali uma menina tão só com seu lanche, era
um pouco maior que um grão de pó, mergulhei
na tua vitamina, com tristeza ela me engolia,
deslizava na tua garganta sorrindo, fazendo
parte de ti, uma confusão de letras, adormeci
sobre uma carta inacabada, sonhei que você
me bebia...

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Estrago e dissabor

Cacos de fiasco,
o estrago de cascos 
vazios de toda dor
consumida, mas o 
que se pode fazer,
desprazer, por favor,
não fique, essa é a minha 
vida; um trago amargo da
noite em mim e o céu ficou 
assim do jeito que eu digo, 
meio chumbo e trigo, puramente
melancólico sobre  um reles dia 
de alto teor alcólico, eu sou a bituca 
dum cigrarro diferente num chão de
um parque qualquer, sou o finzinho do 
cigarro que passou por lábios de gente
desprezada e sem fé, fumaça e cinzas de
mim, sim, sou eu sim, o fim...

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

"Pratrásmente"...



Milhas de distância da atenção dela,
da euforia à melancolia em tão pouco 
tempo, como a gente ria, como tudo 
parecia tão nosso, como doem meus 
ossos, pôrra, como dói uma injeção 
de rejeição! Um ônibus sem passageiros,
uma vasta estrada, alguns meses, eu
vezes nada, nenhum veículo para pra
mim, um miserável caroneiro com seu
jeans desbotado, a barba espessa, tristezas
e afins, caminhando sem muita pressa
pra tentar alcançar o teu entusiasmo
novamente, sou gente virando bicho,
sou uma flor que brotou na lata de lixo,
esqueci meu nome, só lembro que tenho
muita fome de amor...

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Aquele triste ser amarelo e o universo paralelo...






Ó infeliz alma invernal!
Assim, do nada, sopra o
vento, o céu da boca se 
comove e chove aqui dentro 
em plena tarde ensolarada;
uma visão panorâmica de
entristecer, olha aquele triste
ser amarelo à procura de um
universo paralelo, aquele ali
sou eu vagarosamente vagando
com uma idéia fixa de distância
na mente, os prédios, os automóveis
semi-novos, as baratas, tanto tédio, 
qual a relação da lua com a minha 
rua chata? Meu tênis surrado, teu
nome sussurrado com insistência
nas minhas memórias, no auge da
minha desistência, eu quero te esquecer,
quero é pôrra, não, não tem previsão, mas
acho que o menino bobo enfim conseguiu
trapacear o destino, e deixou-se cair num
mar de calmaria, sem nada esperar, descobri
um dia bom, ei, olha a porta de giz que eu fiz!

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Doido doído, pobre esnobe...

Doido doído, fim de festa, 
o frio e o vazio entreolham-se,
a má sorte encara o rapaz descolorido
conhecido como incapaz, portas e tortas 
na cara mais sorvetinho na testa; sorriso 
bobo, assim, meio louco quando perde e 
nada pede, coração deformado e conformado!
Pobre esnobe sob a luz dos holofotes da tv ao
final de cada dia, a simpatia outra vez adia o 
encontro com ela, virou o rosto pra gentileza
e deu de cara com o desgosto, chora sob a mesa
sem sobremesa, pobre moça insossa em seus lamentos
pelos cantos na falta de superficiais encantos, rejeição
de pessoas especiais, ignorados e ignorantes, água e
vinho, doido doído, pobre esnobe, ambos sozinhos.