terça-feira, 23 de abril de 2019

Digno de apatias....




Céu de bossa mar de calma, o sorrir agora dói, corrói a alma, um caco um traste, eu sou um triste contraste num dia primaveril, pedalei à beira do abismo, chorei sob a ponte e você não viu, não, você não me viu soterrado pela antiga casa de memórias, entre escombros e assombros, meus olhos já não viam a glória de um honesto azul à perder de vista, as ciclovias por onde passava acinzentavam e estupidamente dava risada da minha não existência onde jurei ter encontrado lugar, hoje vejo tudo de baixo pra cima, tudo é maior e minha ruína rima, havia um rio morninho de doçura que aqui corria agora estou seco, oco por dentro, lamentos, vazio e fissuras....

quinta-feira, 18 de abril de 2019

Torna não ser....



Sobre amor e mãos descuidadas, simples sonhos secretos de mãos dadas, mas se for pra falar de amor, que eu não descarte as dores porque o que mais dói na gente é aquela ingênua idéia inicial que de agora em diante serão só flores, mentolado céu da boca, volta à escurecer, acho que aqui dentro vai chover novamente, eu disse "mãos descuidadas", nuvens negras nuvens encobrem os últimos vestígios de sol no fundo dos olhos esperançosos pelo simples fato de continuar crendo que a "ilusão" é melhor que o nada, agora ecos das palavras de Renato, "O mundo pertence à nós", ó, céus, voltei a ser contado com aquela gente só, outra vez só mais um dos tantos em direção oposta à multidão dos mortos de felizes dos feriados e fins de semana, ao longo da estrada pra lugar nenhum....

sexta-feira, 12 de abril de 2019

Das sombras às sobras...




E então o fel, ah, que lindo céu enfadonho de hoje, porra, é profundo, choramos como se fosse início de agosto, o desgosto pesa no ventre como um pequeno mundo, uma espécie de incenso negativo que deixaram aceso aqui dentro trazendo alucinação, exalando o constante mau cheiro de decepção, para muitos um céu honesto e limpo de novidades ao passo que muitos de nós padecemos em fuga de uma horrenda nostalgia pela cidade, sol à pino e mesmo sem destino, às vezes até consigo sorrir mas na maior parte do tempo eu só quero ser aquela nuvenzinha passageira que chove chorando até deixar de existir...