domingo, 5 de dezembro de 2010

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Desequilibrios de um imóvel viajante.

















Nota de bordo, sonho de um argonauta: sonhei que
era um micronauta, perdido nos mares de mim,
quando avistei teu coração à frente como um rochedo,
mas de rochas maleáveis, e afim de encontrá-lo, tive
que mudar o curso da minha nau devastada, os restos
em que navego, se achares que quero proximidade, nego!
Se um reles encontro acidental de peles significar colisão,
então que nos mantenhamos fitando um ao outro, cada
um do seu mundo particular, temos poucos segundos
antes que soe algum alarme das nossas veias cornárias,
e caiamos em si, por termos atravessado alguma linha
imaginária, que nos faz estar cada um em seu devido
lugar. Na infinidade de planetas, vez por outra contemplo
afinidades em fusões de mundos, doces confusões de sorrisos
quase oriundos, de lábios recém apresentados, eis-me aqui
ao teu lado, imóvel, feliz por estar, triste por não poder te
falar o quanto as coisicas musicadas dos outros para os
outros sempre me tocam, veja como eles trocam ilusão,
arrebentam, e compra-se cordas novas, passados os anos
sem minha própria canção.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

domingo, 25 de abril de 2010

Tubérculo sem gatinha













Eu tinha...
Nos almoços de domingo,
batatinha amassada feito
purê, macarronada, o "colorê"
da candura de suas mãos gentis
nos legumes, o alumiar dos dois
vagalumes que moravam na doçura
dos teus olhos, o feliz refletir na
latinha de molho de tomate,
queijo ralado pela "flor que
não se bate nem com pétala
de mulher", uma colher de manteiga,
e põe na batedeira, bate, bate
o coração, reclinando-me na
cadeira, o queixo repousado na
mesa, erguido na pureza pra lhe
beijar a face, espalha a rama pelo
chão, batatinha nasce, foi-se a
minha gatinha, uma cozinha
com alimentos na despensa,
pensa, pensa, e sem alento nesse
interim, cinco anos se resumem
mais ou menos assim:
Eu tinha...

Já mais de cinco anos, gira, gira, torno à chorar tua falta, mãe, minha gatinha, a lacuna que deixaste torna-se visível à cada almoço de domingo sem teu amor expresso na comida, sem tua simplicidade ímpar de nada reclamar, "anja de eu", me perdoa pelas lágrimas derramadas no prato....

quinta-feira, 1 de abril de 2010

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010