sábado, 29 de outubro de 2016

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Vídeo de despedida

Ei, amigos, como vão? Mentalizo apreensivas caras tristes, imaginando do que se trata, a demora maltrata quem ainda me têm algum respeito, perdoa o mau jeito, a imagem não está nada boa, celular vagabundo,
o mundo continua girando ao redor dos que assistem e dos que ignoraram por "esporte", imaginações vão longe, lembranças de mim naquela velha bicicleta porque estava sempre de passagem, uma fiel metáfora da vida, as horas, os meses, os anos voando ligeiro, mudanças de temperatura e na arquitetura do bairro, como podem ver, não "evoluí" o bastante como tantos daqui para enfim possuir carro, é, o mesmo idiota simplório e sua inseparável trouxa de sonhos ilusórios nas costas, pouca gente gosta de mim, mas é bom lembrar que amor de mãe eu tive, cansei desse presídio ao ar livre, por demais grato à Deus por ter me guardado até aqui, não é suicídio, apenas cansei de ser um cão sem dono, eis um claro momento de abandono, deixarei meu velho eu nessa minha rua sem saída, ficarei e ainda assim estarei de partida, quase fim de mês, vou pra terra de céu sempre limpo e águas tranquilas chamada...sensatez

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

domingo, 16 de outubro de 2016

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Otários como eu que te admiram à distância







Uma nova manhã, e eis a cena, acorda ela sem muita pressa, a delícia do romã que exala sua pele morena, o cabelo bagunçado, o jeitinho largado, sua completa falta de atenção é uma bala que atravessa o girassol de esperança que trago à mão, a beleza altiva matou meu cactus e me deixou sem alternativa, num ato de desespero tentei ser maior que o teu desprezo e me declarei...otário, te dediquei versos, tanto que falei de ti pro meu amigo imaginário, mas é que são muitos admiradores, o teu passatempo favorito é desclassificar amores, os pés sobre a mesa e ela maliciosamente contempla a fumaça do café, os lábios de batom escuro tocam docemente a borda da xícara privilegiada e do meu inferno eu juro pela quinquagésima vez que irei desabrigá-la definitivamente do modesto barraco que eu trago na mente...

sábado, 1 de outubro de 2016

Alma obesa




Um dia ela despertou ofegante de um pesadelo, sonhou que caminhava no interior de quem se sentia inferior à respeito dela, da janela da casa abandonada não via nada além de feias flores tristes em jardins mortos, árvores de folhas secas e galhos tortos, a chuva da graça ao longe, nem uma gota sequer de amor; perdida num vale onde ecoavam palavras de rejeição e versos desprezados pairavam no ar rodeando sua cabeça confusa, "ó dor!", dizia ela no desespero de sair daquela mente problemática, mas por estar no centro das atenções daquele pobre rapaz, não era capaz de achar a saída, à beira do lago esverdeado viu aves sem vida, caminhou sobre uma imensa folha de papel amarela com todos os pensamentos escritos sobre ela, possíveis conversas e sentimentos passados fracassados, sentia o ar pesado de melancolia, quanto mais ela lia o seu nome escrito nas paredes de um peito caindo aos pedaços, mais ela queria fugir dali, via cenas de abraços projetadas pelas ruas vazias, viu um muro pichado escrito: "O que seria eu pra você?", e "Tanto tempo sendo ninguém", chorou por saber o quanto ele já tinha andado só, e mais um novo pensamento, "Quem dera pudesses sentir um pouco da angústia que é ser um nada pra ti", agora uma canção de solidão, Radiohead, Fake Plastic Trees, "Se eu pudesse ser quem você sempre desejou", e foi assim que ela acordou, um alívio por saber que toda aquela inquietação não era dela, quis sorrir, mas acabou desabando no choro, lá fora chovia e em alguma parte da cidade por ela alguém sofria...