sexta-feira, 30 de abril de 2021

Açoite...


Parafraseando Lennon em alguma calçada do universo, "Imagine" não ter mais o coração partido em seus versos, ah, mas terás, como terás! Escoriações do tempo chamadas "frustrações", a semi utopia daquela companhia que nos cai tão bem mesmo quando sem assunto e se não pudermos voar, que a gente "kaya" junto, cada vez que eu me maltrato, canto mais alto, o infeliz acaso outra vez bateu em mim como ondas de uma furiosa maré, pois é, pois que bata mais, sou frágil e ao mesmo tempo feito dos materiais mais resistentes da terra sem pretensão de guerra...

terça-feira, 20 de abril de 2021

Mar em mim, amar o que há em mim....



Cai, cai, primavera, a saudade é solitária e bela como as folhas amarelas espalhadas pelo asfalto úmido, mas só havia inverno em meu caminho e como tantas coisas que melhor fazemos na vida, à saber, sozinhos, assim foram décadas; pensava eu ter adormecido quando na verdade já havia morrido o amor outra vez entre o incansável e o inalcançável andei, ah, o mar limpo dessa tarde e a nítida visão dos corais, cinza estava eu quando com aquele peixinho azul nadei, ri feito besta, imaginando quanta gente nessa vida já não me esqueceu, anoiteceu e eu "clareei"...

quinta-feira, 15 de abril de 2021

A arte do recomeço...


"Fundamental é mesmo o amor, é impossível ser feliz sozinho", seguindo assim na fé de Jobim, rogando aos céus por renovadas forças
 ante cada incerteza ao longo do caminho, sob a ponte mágoas levadas pelas águas, sim, eu sei, sob a ponte foi quando mais perdido que então me encontrei, dúvidas, dádivas, eu sou meu próprio inferno e paraíso, sai ano, entra ano, "desintoxicar" o peito é preciso, um náufrago urbano e sua garrafa com aquele antigo sentimento afim de alcançar uma nova história e a glória do esquecimento...

domingo, 11 de abril de 2021

Fôlego de vida

 

E tendo uma vez ouvido sobre a existência desse tal "amor" nunca mais pude despertar, nunca mais pude descansar em paz, meu melhor predicado passou a ser "invisível", ah, essa carência que me deixou num estado quase irreversível de dormência, desamor, que assim seja, hoje tornei-me aquela flor que o colibri não beija, chorei, tentei, com a solidão comprei briga,  agora pensando seriamente naquele velho dizer de vazios imbecis que "amor não enche barriga", okay, agora mentalize uma cena nada divertida, a saber, teu leito de morte, será, será mesmo que tu desejaria uma última refeição ou alguém segurando tua mão nos teus últimos suspiros de vida?

sexta-feira, 2 de abril de 2021

...não se chama o agora de "presente" à toa...

 


Ouviu o que a chuva tinha a dizer, depois teve a noite por ouvinte, céu de chumbo pela madrugada, melancolia em espessas gotas, escorre a tristeza pela calçada descendo rua abaixo, doce e triste alusão à ilusão de ótica do amor que nunca fica, a delícia do banho ao relento, alento ao coração do estranho sob a bica, azul e dourado, o celofane do céu agora envolve o sol, um presente reluzente aberto às pressas, tive a noite por ouvinte após ter ouvido o que a chuva me dizia, ah, que bom que não era ouro, mas sim a glória do dia seguinte...