domingo, 13 de janeiro de 2019

Domingo à sobreviver



Domingo, chove choroso domingo, entre cores e dores, cá estou, legítimo personagem de alguma canção do Smiths, oxalá conseguisse, pudesse estar dormindo...há uma semana, há uma semana morto para o mundo, um sono de reconciliação com o coração, acordar quando estivesse em perfeita condição de prosseguir, eu quis partir, mas fui impedido só pra ser ferido, eu quis morrer, mas vivi pra aprender, corrosivo era o choro dos primeiros dias aqui dentro, agora só inundava a casa desolação, o nível d'água ia baixando, o ritmo da chuva ia diminuindo e eu sobrevivendo a um cruel vazio de domingo...

terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Condição...







O estalar das fagulhas, sorrisos e desdéns vindos da casa quentinha, do lado de fora da janela eu ouço, largado ao relento sem roupas em um dia invernal eu fui, um frio de doer a alma em abandono, ó, como invejo agora o pouco dos sem teto, tão, tão, tão triste e menos esperto; há algum tempo desisti de entender as razões, aquela sorridente personagem da van, na qual o povo admirava como uma "rainha" tinha me atado e tinha algum prazer no meu sofrer, mencionava "deus" e pouco importava se iria morrer por dentro, o prazer era seu critério e eu era só coração e dor, a incompreensão de uma criança com sangramento interno, o tempo ria da carne que envelhecia, disforme e eu pulava amarelinha no inferno....