sábado, 31 de maio de 2014

Desencantos, desencontros....


Ponto de ônibus, quase onze,
que falta faz, onde andarás?
Sorriso amarelo e sem graça da lua, 
disfarça a noite, atua há milhares de 
dias de ausência tua, estranhos rostos, 
vazios familiares, por trás de toda astúcia, 
angústia, meninos que nem eu são apenas 
invisíveis ante moças espertamente insensíveis, 
desencantos desencontros, ah, como eu gostaria 
de saber que no próximo ano te reencontro, continuo
sonhando com algo simples, simplesmente sem enganos, 
sabe, chega à ser uma necessidade, só pra constar, todo 
dia penso em ti, o que nessa cidade te faz lembrar de mim? 
E assim devaneio com meus fones à espera do bus, amantes 
adeptos da ciência da transparência, meu peito geme encostado
no teu ao som da Tempo FM, How Deep Is Your Love, Bee Gees, 
Marisa Monte, Bem Que Se Quis...

segunda-feira, 26 de maio de 2014

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Ares de lares...








Dia quente, casa fria,
o estranho sentimento
insiste num sexo triste,
mas ao invés de ambos
um dentro do outro, apenas
através; universo paralelo em
singelos versos para fazer a
menina sorrir, um céu em preto
e branco na cartolina prontinho
pra colorir, mas eis que Deus se
comove e chove...temporal...
lava as ruas da cidade e nossas
almas nuas em cumplicidade, leva
tuas incertezas ao meu respeito em
violentas correntezas e afim de ouvir
teu palpitar encosto o ouvido no teu
peito, enrosco nosso bem-querer e lá
se vai o vazio com a visão mais linda
de simplicidade, à saber, lábios teus
que não adornas, dia frio, casa morna...

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Diamantes dentro do demente amante...


Diamante...
apreços superficiais e sorrisos
de paraísos artificiais contra o
demente amante, escassez de
simplicidade desse lado da cidade
onde fui internado, um sanatório a
céu aberto com paredes feitas de desdéns,
confinado à mais de cem dias de isolamento,
tempo demais sem o previlégio dos teus lábios
serenos para atear fogo no tédio, um vazio além
do meu entendimento; muita gente me despreza
como se eu não tivesse sentimentos mas a verdade
é que trago em mim um gigante feito de açúcar, cuja
a cabeça está acima das nuvens, uma doçura que mal
me cabe e pouca gente sabe, mas eu sei que flores hão
de brotar, nas têmporas, nos tímpanos, em cada parte
sofrida em mim até que a pequena pétala no meu peito
se transforme em um bonito jardim...

quarta-feira, 7 de maio de 2014

A lua ao longe



A lua ao longe, 
estranhos na fila 
do cinema, mistérios
e insanas cenas, é sério,
o que  eu fui pra ti, não 
interessa nem um pouco 
saber por que parti? 
A lua ao longe, estranhos 
na praça sem graça, pôxa, 
cansei de ser teu contratempo 
e fui embora na trouxa do vento 
porque o tempo passa; a lua ao longe, 
quase caio, estranhos espectadores incolores
quando fui deixado em pleno mês de maio,
quase noite, o sol se esconde na laje, a imagem 
do teu melhor sorriso projetado na lua ao longe...

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Amor raro, mar pelo ralo...

Dias de peleja, 
águas de naufrágio,
olhos de um sentimento 
frágil à marejar, a tristeza 
à velejar pelo calmo mar do 
meu globo ocular, deriva, um 
rio em cores vivas que não se 
mistura com o oceano em preto 
e branco do meu coração desbotado, 
implora vida, talvez alguém do lado, 
a ciência exata da paciência nunca fez 
parte do meu entardecer, "um nasce pra 
sofrer enquanto o outro ri", e eu tenho quase 
certeza que só vim aqui pra esquecer... 

sábado, 3 de maio de 2014

Epitáfio:"Um dia dei-me ao entusiasmo..."


Sentença...na saúde, na doença,
em tudo solitário, um otário à vagar
pelas ruas sob o olhar impessoal da 
lua, andando por aí do jeito que eu 
quero, as magras mãos nos bolsos vazios, 
isso, exatamente isso, o perfeito estereótipo 
do cara intitulado "zero"; passei anos à fio 
caído em terras inférteis pranteando em silêncio, 
a visão turva da terra suspensa flutuando sobre 
mim, todos acima, desertos de poemas sem rimas 
aqui embaixo, aquele planeta ao longe de pessoas 
de efusivos sorrisos onde não me encaixo, o lar dos 
mortos de felizes, trago visíveis cicatrizes de frustrações 
do coração, adquiri um certo pavor de gente, pra eles já 
fui até demente, agora estou apenas dormente, um sonâmbulo
que perambula nos arredores dos devaneios dos sonhadores,
um chão de dores me acompanha, talvez eu seja o mal sonho
de alguém, há sempre alguma moça despertando aliviada, caindo 
em si ao meu respeito, me afasto sem jeito, eu sou uma piada de
mau gosto contada em meados de agosto, 30 anos se passaram
na vida do pobre cronista, eu ganhei teu "não", a graça da sensatez 
por mais triste que tenha sido a decisão, ainda penso muito em ti, agora
já velhinho, choro com a lembrança daquele teu pendrive verde com cara 
de sapinho...