domingo, 30 de julho de 2017

O ódio de ser eu mesmo!





O tempo passa e a gente quase que se convence 
completamente que não vence, sonho de um doce romance,
ingênuo como em filme antigo, cai a noite, a solidão me chama, 
ah, como eu gostaria de ser amigo do bendito amor que não me ama,
hoje eu queria muito ser como uma pedra que não se parte na queda,
que em nada se comova, que nem o mar mova, oh, não, outra vez amanheceu,
lá fora o sol zomba da minha estúpida falta de sorte, ai de mim que tenho que ser eu!

sexta-feira, 28 de julho de 2017

Alguns segundos com um vadio tatuado...







Amanheceu, eu disse "xis", estufei o peito afim de mostrar o coração e fiz aquela selfie com a minha imaginária câmera de última geração, bem aventurados os que se arrependem dos sorrisos que negam, almas nubladas, almas chuvosas e almas raramente ensolaradas, mas hoje eu tenho alma de maresia, tentando ser honesto com a cidade, confesso, tenho cá minha cota de maldade e o mar para sarar feridas e afastar mandingas que impeçam possibilidades de alegria dividida, eu sou um vadio com um interminável vazio no peito, pesadelo de quem muito tentou e nunca pode fazê-lo desaparecer totalmente da mente, algumas vezes já ouvi"Por que não te conheci antes?", talvez eu seja até o sonho ambulante de alguém que um dia me conhecerá, sei lá, será?

quinta-feira, 27 de julho de 2017

The end






Ah, quantos corações de avenidas desertas pela cidade,
status: Em relacionamento sério com a saudade, diário de asfalto, 
vago para esquecer, uma flor à beira da ciclovia me fez lembrar você, 
aquele teu sorriso triste que meu peito insiste em trazer de volta à memória, 
o triste término de mais uma história, a última volta, nosso último passeio 
juntos, a gente tão sem cor e sem assunto, foi assim, João sem Maria na letra 
de Chico, "E agora eu era um louco a perguntar o que é que a vida vai fazer de mim?"

terça-feira, 25 de julho de 2017

Vida de fugas




"Sempre" é a idade da tristeza, "quase" é o amor em estado gasoso e "nunca" é o espaço entre meus lábios e a tua nuca, ah, essa maldita distância que já esteve entre tantos "dois", impedindo a tão sonhada vida a dois, bem que o teleporte já poderia ter sido inventado, mas é que para alguns a sorte é uma moça sem rosto que reside no perfeito lado oposto da cidade, já me desesperei tanto por imediatas curas interiores que acabei me viciando em novas dores, confesso, não é nada divertido, mas todas as minhas tatuagens foram feitas para substituir a dor de um coração partido.

segunda-feira, 24 de julho de 2017

Merda de realidade!





Antes de mais nada aviso que não será divertido, as tristes palavras do introvertido à menina multicolorida, olá, querida, sozinho fui ao teu mundo e voltei em questão de segundos, em questão de instantes "acinzentei" o lado mais bonito da cidade onde moras, desbotando, "enfeiando" tudo lá fora, com receio, quase me aproximei da tua caixa de correio, mas voltei à si e desisti do bilhetinho, precisava parar de me preocupar tanto com a ortografia, precisava desesperadamente parar de olhar tua fotografia, era fim de tarde, lembro quando trouxeste a noite na tua surrada mochila, armou tua rede de uma extremidade à outra da lua e enfeitou minha rua com a tua silhueta, adormeci na tua nuca na esperança de nunca mais acordar, pensava eu estar suspenso no ar, quando na verdade estava caindo, saindo na tua vida num brusco traço de Frida, o chão se aproximando e eu acordando, miserável sonho, olhei por cima do ombro, estava novamente sem asas, olha o panaca como sempre sozinho de volta pra casa...

sábado, 22 de julho de 2017

Conversa comigo mesmo







Cai, cai, primavera, quão solitária é a saudade e bela com suas folhas espalhadas pelo asfalto, devaneios da imaginária amada, você seria "ninguém", eu seria "nenhum", há bastante em comum no vazio do quarto da garota e a garoa de uma manhã triste em São Paulo, um grito histérico de uma janela de apartamento, "Chega de amor genérico", fodam-se as contra indicações, não é mera frescura, eu ainda creio que para mim há cura, eu sou tipo um hipocondríaco com estranhas palpitações no peito, sozinho e sem jeito, sonhando em como poderia ser legal nós dois, mas é que eu ainda nem te conheço, essa é a parte que sempre esqueço, verdade seja dita, viver é um risco, a tímida única lágrima no olho e aquela velha desculpa do cisco...

quinta-feira, 20 de julho de 2017

Versos sofríveis






O mar mentolado, o céu nublado, as cores do dia se foram, há sempre alguém morrendo de amores, há desespero de novos planos pra deixar alguém para trás, ébrios em prol do esquecimento, lúcidos sofrendo em lamentos, gente doida pra ser lembrada, gente à espera de nada, diferentes mundos, dores semelhantes, "Nada será como antes", lembrando Elis da forma mais infeliz, meu pobre olho assiste e sente, mas nunca vive, tive e perdi, nunca mais te vi, todo tipo de gente, só não existe mais " a gente", a balada do desamor, um blues para corações carentes, há uma roda punk no elevador, a saber, minha conturbada mente, olha quantas moças nas janelas espalhadas pela cidade à espera de amores paupáveis, olha quantos dispensáveis gentis e sentimentos profundos nos vazios bancos de praça pelo mundo...

quarta-feira, 19 de julho de 2017

Menino-fracasso procura dona moça simplicidade...






Sob o gargalhar da lua o vazio dela transparecendo, 
cruel frio da rua e incertezas, de tristezas bem entendo,
tenho pés calejados, aquela dura busca já de longa data,
estranhamente quem lhe cativa é quem mais te maltrata,
é foda, mas tem nada não, à medida que envelheço, reconheço, 
nasci para esperar, ao menos poder crer que um dia irão desaguar 
e águas de melancolia hão de ser um dia águas de mar, é muito sério,
desabafos e tal, estou cansado pra caralho de ser mendigo sentimental,
hoje eu ateei fogo no meu velho chapéu de prenda e me senti menos só,
tantos lindos rostos pela cidade e não achei simplicidade, mas declarei
em alto e bom som, quero mais "farelos" de coração não, ó!

 

terça-feira, 18 de julho de 2017

A graça da aceitação






Sorrir por uma noite é o limite, ilusões de momento, tormentos na manhã do dia seguinte, certamente o sol virá sarcástico, afim de zombar de quem dedicou o máximo à quem não merecia o mínimo, dói demais perder por motivos banais, sabe, é tão cruel voltar a ser insignificante para quem um dia, ainda que por meros instantes te fez sentir maior,  agora frente ao mar, atira pedrinhas ali tão só, agora já nem importa quão ensolarado fora o dia, permanece aquele lugar isolado, tipo uma ilha no peito chamada "coração", alívio, ó vinde, ilusões de momento, tormentos na manhã do dia seguinte...

domingo, 9 de julho de 2017

Diferentes ângulos






Naquele básico desespero de novas sensações e voltar a ficar bem, a menina virou "chocólatra", o velho sonho de um dia ser alguém para outro alguém, entre tentativas frustradas e desencantos, cada um pro seu canto, agora é percorrer o longo caminho até o recomeço e incontáveis horas de agonia pra se ver livre do paranóico apreço, viver sem é possível, basta se convencer e contentar-se à condição de sonho de ninguém, à distância me enamoras, te salvar e por ti ser salvo, raiou o dia, a quase que plena certeza que ela apenas me repudia, encaro o nada, mal sabe ela, mas daqui me entristeço porque outra vez a perdi de vista, a utopia de um sentimento bobo, a tímida dama triste e o cavaleiro pessimista...

 

sexta-feira, 7 de julho de 2017

Resta pedalar...






A noite é um veículo em movimento e ela sempre 
se sente ficando pra trás no retrovisor, as cores, as formas, 
os encaixes, poucas normas e vários assuntos, pessoas que ficam
muito bem juntos, à luz do luar e solitária ela indaga em que braços 
caberá, alguns anos já de alegria alguma dividida, a fé afina, a menina 
diminui, na porta do quarto o aviso de "Fui!", partiu#vida de vagar, a coluna 
ereta, a velha bicicleta, olha o céu, sem um corpo junto ao seu, resta pedalar...

quinta-feira, 6 de julho de 2017

Please, não odeiem os que sonham!






Alto mar, o fim da tarde, e a casa flutuante à deriva, não sabemos mais onde estamos, tão docemente perdidos na vida, de cais nem queríamos saber mais, ríamos, desistindo de chegar à algum lugar, confesso, contigo me sentia bem mais esperto, nossa única meta era estar perto, e então o mar bravio, ondas, cruéis ondas que nos separavam, olhares se distanciavam, tristonho acordei num quarto vazio, foi apenas um estúpido sonho; batalhas pela cidade, amor versus mediocridade, no meu caso o primeiro sempre perde, as estações vão mudando, algo no caminho impede reais aproximações, e eis a noite, lábios se encontram, mãos se dão, do meu mundo eu vejo belíssimos começos e não esqueço como tudo acaba pra mim em questão de segundos, me restam versos de desilusão, mas hoje eu preferi a luz da lua à luz da televisão... 

terça-feira, 4 de julho de 2017

Outra vez virei saudade...








Doces, coisas doces que há muito me faltam, e enquanto isso no mar as ondas bailam numa dança solitária, à moça imaginária mundo afora, Cartola, "As rosas não falam", em algum lugar da cidade aonde tua vista não alcança eu sou a criança de asas amputadas, cá estou cambaleante no topo do prédio em forma de "T", olho pra baixo, caralho, são vinte e cinco andares de puro tédio! Tente lembrar de mim em dias ensolarados, pois quase sempre ficava melancólico quando o céu estava nublado, tente lembrar de mim ao escrever bilhetes, ao tomar sorvetes, com ternura ante ramalhetes, tente lembrar de mim quando não estiver afim de sair ou mesmo quando não tiver pra onde ir numa manhã cinza de domingo, imagine como seria a calma da minha alma ao te ver dormindo, imensamente te agradeço se puderes me achar onde há simplicidade, já parou pra pensar quantas vezes na vida tu virou saudade?

domingo, 2 de julho de 2017

Porra, eu não quero mais ser inivisível!








Escravo da minha mente e de um coração que sempre mente pra mim, assim, de nua e crua sacanagem, legítimo inimigo íntimo, Deus, aqui dentro quase sempre faz muito frio, anos à fio sem amores, mas que seja como cantou Caetano anos atrás, "Trem das cores", "O mel desses olhos luz, mel de cor ímpar", a janela da cor de violeta da tarde entreaberta, anoitecendo, nesse exato momento alguém me esquecendo, eu tô tentando desesperadamente sumir da face da tristeza na velocidade da borboleta ladeando o pneu da minha bicicleta, a cidade escurece, eis um protesto à condição de invisibilidade, eu vou me jogar no mar com bike e tudo, só volto quando ela enfim puder me enxergar!

sábado, 1 de julho de 2017

Acordar...






Permanece a velha solidão em meio à multidão e preciso muito aprender a ter respeito aos acasos, principalmente àqueles que desbancam meras lógicas, noite passada choveu, olha o meu reflexo triste nas poças, que possas sentir o mesmo, quero não ser encontrado por nada que meu peito não identifique por recíproco, graça, sumir do radar da mediocridade, desejo à mim mesmo tranquilidade e tempo para crônicas, a maldita sorte sempre me sorriu de forma irônica, mas começo a entender que estarei à mercê de tudo quanto puder me convencer, continuo aqui do lado 
vazio da calçada do mundo, contemplando a tal da felicidade à distância, morrendo de saudade da infância...