quarta-feira, 11 de julho de 2018

A delícia do inesperado...






Um dia fui como uma casa abandonada, um dia tive a alma empoeirada, um dia foi assim, uma terra desolada em meio peito, um jardim pisoteado em mim; porém havia uma flor crescendo nesse chão pós catástrofe, aleluia, havia um sol nascendo nesses olhos que choveram madrugada adentro, lembranças, lembranças, infeliz e só em minhas andanças, o menino com mãos de lápis de cores mágicas enfeitando situações trágicas, sendo meu melhor ouvinte, fazendo-me rir, mas ainda sem ter pra onde ir, um catador, um maltrapilho ao relento da vida e foi me aperfeiçoando na fina "arte de sorrir cada vez que o mundo dizia "não"" que um belo dia me vi numa rede dividida, foi em órbita no espaço sideral do coração que enfim encontrei minha querida...

quarta-feira, 4 de julho de 2018

O descanso de um andarilho







Ah, esse mundo de "sãos", encaro o nada, visualizo a longa estrada que até aqui trilhei, só eu sei da minha vasta coleção de "nãos", 
 pés e coração calejados, versos deixados ao longo do caminho, versos de um ser sozinho, vagando entre outros tantos falhos, ah, como esperei, esperei pra caralho até encontrá-la, quando o peito já implorava por descanso, cabelos ao vento, olhos preguiçosamente sorridentes, como nos sonhos de antigamente, a casa na árvore com balanço, só que agora o balanço já não se encontrava vazio, pela primeira vez na vida a má sorte passou e não me viu, me perdeu de vista no canteiro de uma única rosa, fadigado andarilho marginal que fui, ali me deixei cair, adormeci e até hoje não acordei, foi na textura das pétalas da tua bela branca pele...que enfim descansei.

domingo, 1 de julho de 2018

Terceira idade do coração...





Notas de envelhecimento, anos e anos à deriva, mas sempre de volta à ilha, mágoas para deixar nas águas do esquecimento, tornar a ser estranho, voltar a ser invisível, tendo antes se sentido "invencível", a beleza do azul voltou a doer, o céu, o vento, quem, Deus, nesse mundo há de entender a poesia do meu lamento, bocas em sorrisos de dentes escancarados, essa tola alegria alheia me fere e meu peito prefere o refúgio da noite, o silêncio, um dia para enfim envelhecer e após ter escurecido, nossas esperanças e ossos enfraquecidos...