segunda-feira, 5 de março de 2018

Pela cidade violenta saí pra ver o meu amor...





Acordei em um dia estranho, 
pela janela entreaberta eu vi um céu sem sol carregado, a cidade em estado de alerta, meninos de almas maltrapilhas, armados e mal amados retribuíam o descaso com ódio redobrado, as notícias, os rumores assombravam e amantes desesperadamente se apegavam a amores, medo versus desejos gritantes de paz interior, uma acirrada batalha no ar pra quem dominava o coração dos pobres habitantes, os dias já não são como antes e eu não era mais o mesmo, saí pelas ruas com memórias e sons doces de sorrisos e vozes de quem me faz melhor, sentia receio, mas com a certeza que eu não estava só, sim, cara, eu entrei naquele ônibus e fui para bem longe sentir aquela boa proximidade do céu, cruzei fronteiras de risco pra encontrar a moça com rosto de sol a cantar e olhos de mar, sim, pela cidade o perigo era constante, mas ela era meu paraíso ambulante e eu ignorei tempos de violência para que meus lábios temerosos reencontrassem a inocência da sua nuca, a cidade estava um inferno e a garagem dela era a minha Terra do Nunca....