sexta-feira, 26 de abril de 2013

Es(n)colhido...

Simplesmente adora e o devora,
o favorito da solidão, tudo que é
de bom evapora ao breve calor 
de suas mãos; flashes de antigos
sorrisos nas paredes de muitos
quartos por essas madrugadas,
toda doçura espalhada pelo ar
tornara-se fantasmas domésticos
onde fora um dia deixado de lado,
quantos anos em questão de segundos,
era uma sexta-feira, seu dia preferido,
havia dado por vencido, sorriu sem graça
e partiu do mundo, o menino virou saudade,
água em vinho, epitáfio:"Algo no caminho..."

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Som do dia bom



Dia mal, cores, flores, dores,
tudo às avessas, a bagunça das
letras no bilhetinho apaixonado
escrito às pressas, o reflexo do sol
no corpo das abelhas e nas asas das
borboletas, não me leve à mal, é que
quase nada tem graça, nem mesmo o
mar, nesse tal de dia mal; a grande
nuvem cinza ainda passa, talvez cubra
o dia inteiro, o tempo rasteja apoiado
no ponteiro, fazem quase duas horas
que ainda é agora, talvez ela não esteja
lá tão bem, saiba, se for, não tô támbém,
mas fico assim quietinho, esperando o
teu "sim" sozinho, linda que tu és, adoro
o teu "Oh, yes", o perfeito som do dia bom...

segunda-feira, 22 de abril de 2013

O menino invisível num dia ensolarado

Ah, a claridade, essa cidade sob
tão claro céu, um azul sincero, espero,
e eu ali feito bobão, com o olhar perdido
naquele gigantesco fardo guardado de algodão;
um filhote sem a mãe,  porém ainda filho em
dependências e pendências, andarilho só à beira
da vida, vagando por esta avenida ao sol, sorrio,
imaginando alegres saltos das pessoas em seus
veículos direto pro mar, basta atravessar a estrada
e enfim o meio do nada, como é bom às vezes não
poder ser achado, e das coisas que não nos cabe saber,
quantas vezes você há de ser trocado nesta vida, cara,
nunca se sabe, então aproveito a boa claridade pra sorrir
secretamente na prática da minha invisibilidade...

sábado, 20 de abril de 2013

Nem todo azul é blue...


O dia se comove e então chove,
a melancolia do dia meio assim,
cinza-azulado, sem um "sim", e
sem tê-la ao lado, já é noite, tantas
estrelas assim no meio desse azul
escuro  são açoites na alma dos
amantes distantes, a lembrança
do vestido azul-piscina daquela menina
me fez chorar feito criança, noite alta
e ela me faz tanta falta, tá quase
amanhecendo, e ela me esquecendo
pela madrugada, dormiu bem porque
deitou sem pensar em nada, azul-celeste
é a cor da blusa que ela veste pra ir me
ver, pra me fazer esquecer da noite que
eu pensei ter sido esquecido, azul de metileno
no meu dedo machucado, e pro meu coração,
é claro que é você do lado, dia novo, o sol se
move e chove de novo...


quarta-feira, 17 de abril de 2013

Oceanos e anos, e enfim nossas mãos se conhecerão...


Vivo e tremendo,
escrevendo poemas
na chuva, a vontade
que chegue logo depois
de amanhã e a gente já
esteja junto nos arquivos
de imagens amareladas,
tardes ensolaradas, noites
chuvosas, parecem anos, mas
foram algumas horas sem lá
muita calma, talvez alguns minutos
de sonhos bobos com ela, enfeitando
as janelas da alma,  e falando nisso,
será que não, será, Deus meu, que tu
farás de mim Romeu bem sucedido, nem
que seja escondido, será que eu vou enfim
pegar na mão? 

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Encontrações(Contrações do coração no primeiro encontro)


Azul claro,
azul escuro,
um dia inteiro
de passeio pelos
contornos do rosto
dela, e uma tarde
amarela no meio;
te trago uma flor
pra pôr no cabelo
e um chocolate meio
amargo, desejo que
meu colo seja teu
consolo, eu sou um
tolo apaixonado que
te beija o beijo mais
 beijado, escondido
por detrás do muro
florido, corações raros,
canções do amanhecer
pra nos fazer esquecer
de pensar no futuro,
azul escuro, azul claro...

terça-feira, 9 de abril de 2013

Maracudélico!

Vez em quando dívida,
vez por outra medo, ah,
se o azedo da vida fosse
assim tão doce, e eu queria
morar lá, no interior do
maracujá, minha nave de
textura suave em direção
ao norte, minha casa flutuante
de cheiro forte, lamber a parede
quando tiver fome, esquecer meu
nome quando tiver sede, um pouco
louco de tão feliz, um giz à mão
pra desenhar no chão do céu,
e quando perdido por completo
sentir-me bem mais esperto, hey, hello,
cantarolei Coldplay: And it was all Yellow♫

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Cantante, encantos pelos cantos de um conto triste...

Encontrei-a dançando sozinha
pela praia deserta, menininha
esperta, um pomar de frente
pro mar, senti-me criança ao
me deparar com aquele olhar
cheio de uma insegurança linda,
ela canta encantos pelos cantos
desse conto triste e a melancolia
desiste de mim; desgosto, admito,
invento amores, mas tenho lápis de
cores mágicos para colorir um sorrir
no rosto e retocar momentos trágicos,
e ela, ah ela com essa inocência cintilante,
ao som dos arranjos do vento, suponho, só
pode ter sido sonho, ainda nem  nasceu o
dia, abri os olhos com a melodia daquele
anjo cantante...    

terça-feira, 2 de abril de 2013

O sonho das ondas

Envolto no sonho do mar revolto,
ontem, ao deitar sentia-me vazio,
agora, eis que tenho o coração bravio
pra me ver sobreviver, a alma imersa
em tantas lembranças, uma criança
perdida na cidade submersa, e é tão
difícil, desesperadamente em busca
do topo de um edifício, afim de que
me esconda das grandes ondas, há
água por toda parte, e mágoas passadas,
e eu só quero fugir pra marte, mas só
consegui chegar do outro lado da rua,
depois que atravessei a lua, oh, vida
cansada, pude então sentar na calçada,
que era na verdade a beira da cama, é,
pode até ser que pouca gente me ama, mas
acordei com uma vontade insana de viver...