sexta-feira, 31 de agosto de 2018

E teve aquela vez no mar





E então o mar de melancolia...imensidão, meus pés mal tocam o chão, é tipo um combate contra o universo, oh, Deus, agora quase imerso, as águas de inquietação começam a invadir os pulmões, sob tão, tão bonito céu, os últimos suspiros ao cheiro de sal, frescor não mais sentia, só queria desesperadamente respirar, ah, o tesouro do ar, o fôlego de vida voltava em forma de gratidão, a alma apaziguando, o coração esquecendo mal tratos e descasos, já não afogado na cruel incerteza, correnteza ameniza, brisa, doce brisa no mar de solidão, foi quando pude perceber um mundaréu de gente ao lado, por toda parte, água em marte...

quinta-feira, 23 de agosto de 2018

A diferença de quem sente





Vez por outra me via num filme sem som, incolor, houve um tempo da vida em que as canções da alma sequer tinham tons; vez por outra me pegava no meio do nada, minhas coronárias eram como avenidas em plena madrugada, ó quão frio, gritos silenciosos que ecoavam no vazio, mundo inóspito do peito, um dia foi assim, agora degusto o fim...do dia, a rua, a beleza das nuvens borrando a lua, a bela queda dos longos cabelos negros soltos pelas costas da tarde até o mar é uma visão que tão facilmente não se esquece e eis que então anoitece...