segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Tatuado tranquilo

Jeito de vadio com um estranho vazio
no peito, pesadelo de quem muito tentou
e nunca pode esquecê-lo, o cara é péssimo
mas gosta de sinuca, tempão que não vê sua
menininha, pois ela está tatuada em sua nuca,
receios, devaneios, silenciosamente grita enquanto
sonha, detesta festa e birita, adora maconha, talvez
seja o sonho ambulante de alguém que ainda o conhecerá,
talvez, quiçá, sei lá, será? "Cão, marginal!", bradou o perverso
hipócrita que sequer leu algum de seus versos, nunca saberá o
que é ter uma relação com o mar, lhe ferem a alma à espera de
uma reação, segue só, grato por demais ao sol, seu calor não é
comercial, não combina com refrigerante, sabe que um dia o acaso
convencerá a sorte à propor-lhe relacionamento e há de ser naquele
momento da calma resposta de sorriso brando: "No thanks, não caso..."

sábado, 16 de agosto de 2014

Fundo musical melancólico(Ter e não morrer disso)


Oreo e orégano,
sabor de passado, atualmente,
mais um "nocaute", e em sua
desilusão a pobre moça com
a cara na pizza novamente se
emtregou àquele  porre de chocolate;
lábios que beijam o retrato de quem
há muito deixou de ser, a monotonia
de um dia ter que crescer e aprender
a esquecer o que se tornou abstrato, fato,
incontáveis fotos antigas empilhadas nos arquivos
empoeirados das memórias de gente com bem mais
sorte que nós, cada vez mais seu e cada vez mais só,
à beira de um lago cristalino tive sede, vede, de estrelas
uma ciranda, o céu limpo  e a rede na varanda, minha máquina
do tempo pra voltar toda noite à cena do crime, quando você
ainda sabia quem eu era, era uma vez primavera, era uma vez
minha vez, e em minha insônia meu olho sonha com a tua volta
às 4:15 da manhã, me encara o teto, diz que eu não tnem cura,
me acusa de falta de manha,  e a pôrra desta melancolia que não
me solta!


sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Baby, eu não pretendo partir amanhã, mas se eu faltar ao nosso encontro...foi mal.






Quantos vagões haveremos de esperar
passar até que o trem chegue ao fim, e assim
possamos cruzar os trilhos pra nos encontrar,
dia branco, mar de leite com sucrilhos, ah, doce
e desbotado oceano visto da janela do ônibus,
mais dois à flutuar em lados opostos da tigela,
tanto tempo concordando à distância em nossa
descrença de nunca poder ser sonho de ninguém,
baby, poderias imaginar há quantos anos atrás nós
marcamos e até hoje não conseguimos oficializar
pessoalmente o nosso encontro, além das nossas
preces de fins de noite, como o pessoal mente, como
o pessoal esquece!

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Alguém em algum lugar


Planos para um fim-de-semana em marte,
planos que ingenuamente pensei, mas nunca
fiz parte, planos; sob um céu de solidão, essa
noite eu sou apenas um parque entregue ao
abandono da escuridão, assim mas tão triste
e feio que hoje ninguém veio à mim, empoeirado
e cheio de folhas amareladas nos bancos, uma
floresta em uma tv em preto e branco, estou
absurdamente sem graça, qualquer esboço de
sorriso não passaria de mera farsa, eis a questão:
Quem nessa cidade essa noite me fará uma cortesia
de simpatia em minha necessidade, quem?
Tua doce voz me guiou pra fora de Oz e ao chegar
em casa, antes de pegar no sono, uma breve oração
ao deitar:: Deus, ajude o pobre moço, Deus, não
castigue a bela moça que deixou o pobre moço,
fala isso pra ela, que mesmo sem tê-la, toda vez
que passo de bicicleta em meus passeios noturnos,
tipo, naquela rua mais escura, ao tirar os óculos pra
melhor ver as estrelas, nesse nosso etterno desencontro,
no quebra-cabeça é teu rosto que monto, lembra daquela
tigela de arroz doce com chá gelado que te trouxe? Os dias
supervazios, os lugares ermos por onde vaguei nesse último
ano, saiba, te levei também....amém.

sábado, 2 de agosto de 2014

Sorvete-catástrofe


Sexta-feira, vários corações mortos
nas trincheiras das desatenções, meu olho
se comove e chove pelo mito do dia favorito,
todavia esquece que nada de especial acontece,
semana após semana aguarda anciosamente o regresso
da moça que silenciosamente relê a antiga carta deste miserável
remetente, mas sempre finjo que parto, uma galáxia inteira no vazio
do teu quarto, chora um pouco, recompõe-se e segue à passos
falhos, um dia quente pra caralho, um incômodo sol de som bem
alto, e o amor da minha vida em algum abraço duvidoso se diverte
enquanto o cheiro doce do maracujá com limão se espalha pelo chão,
agora sábado, meu sorvete derrete no asfalto...