segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Tão, tão perto!






Assombrado, quanto tempo fui assombrado por amores do passado, por incontáveis vezes incompreendido e frustrado, agora solitariamente calmo e isolado, na boca ao invés de um beijo, um bocejo, um sorriso sem motivo, grato por estar vivo, agora tentando sintonizar o canal da tua frequência mental, elevando o pensamento, visualizando minúsculos cavalos marinhos imaginários rodeando minha cabeça de forma ritmada ao som da flauta doce, ah se fosse você aqui à bailar, realmente, além desses devaneios da minha mente, todos os lamentos que depositei na solidão do oceano me garantiram livre acesso à praia desabitada do teu peito e nem imaginas que estou no sal da tua pele, no respingo d'água no teu cabelo, o céu, o sol, nós dois enfim a sós...
 

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

E que venha a calmaria...






Um dia o infortúnio me nomeu "poeta otário", era uma vez meu último amigo imaginário, Bowie  se foi, meu olho não disfarça a tristeza da qual sou cativo, tanto que ando implorando por uma dor de espinho que seja, só pra me sentir vivo, a solitária busca contra estranhas forças da natureza, ó, cidade cor de chumbo como densas nuvens de incertezas num céu sem novidades, acaso, obscuro acaso nosso de cada dia, adia encantos, odeia reencontros, mas hoje eu tô sentindo um cheiro assim tão bom, ilusão ou não, permanecem os devaneios de uma boa colisão...

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Chuva de mudanças






Tardia sorte e aquela velha utopia, outra vez segunda-feira, sei lá, talvez besteira, meu reino por um amor que curta bike e não me cause um baque de dor, os neuróticos aderem à mediocridade temendo uma proximidade que tire do sério e meu coração caótico ao anoitecer, com a mesma oração de um dia deixar de ser; a cada amanhecer à espera de uma chuva diferente, aquela que milagrosamente nos traz gente nova e a vida então se renova, gente sem preconceitos demasiados pra prestar mais atenção na gente, gente pra saber como a gente realmente é, gente pra ajudar a estar de pé, mas confesso embaraçosamente, o tempo passa e cada vez mais eu odeio...gente.

terça-feira, 12 de setembro de 2017

Tempos de inexistência






Ah, que hoje rasguei o joelho do meu jeans e me senti feliz, vestido como sempre quis, aqui da janela minha visão restrita do mundo, daqui eu vejo ruas já quase sem paisagens, cinza e descolorindo mais e mais, daqui eu vejo gente falsamente sorrindo, no utópico desespero de uma  estranha alegria constante, cara, isso me deixa bem down, mas eu preciso parar de protestar inutilmente no meu coração, pois o orgulho é um pedregulho soterrando o canteiro de rosas de simplicidade que embelezavam a cidade e nos enfeitavam o peito, admito, sempre me senti menor do que todos que professei amar e não me amaram de volta, sou revolta sem revide, estou vivo, grato por todas as coisas boas que eu já li, agora uma casa na árvore, eu sou aquele tipo que nunca sai, por uns tempos encolhi e fui morar num bonsai...

quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Ansiedades, vãs ansiedades





Surrado, coração surrado, no meu peito uma roseira, do mar à beira e suaves ondas me beijam os pés fatigados de tanta procura, admito, de tanta solidão beirei a loucura, já falei demais, já briguei demais comigo mesmo, alma maltrapilha de Carlitos agora à cores, cores de Almodóvar, cores em sofríveis contrastes com meus dias em preto e branco, ah, se me notasses, ah, quem dera, "Trago esta rosa(para te dar)", Tim Maia, Primavera, e me olhar outra vez não quis, sei lá, talvez não pode, maldito vazio de espera vã e eu aqui doido para que chegue logo amanhã só pra não ser mais hoje...

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

À estancar





Nunca mais a vi, c'est la vie, ora, vejam só quem prometeu não ser só mais uma frustração, fingiu não ter me visto na estação de trem e saiu mostrando ao mundo que estava super bem,  que eu lhe tive apreço, não duvide, dois pra lá, um pra cá e a estrada da vida então divide, lembro bem quando me vi sorrindo sozinho sob um sol vil com pose de imbecil, metido a feliz, eu disse "xis", o acaso disse "se"  e a ex-querida  disse "Foda-se!", mas talvez o vazio logo acabe, como uma imagem no retrovisor, deixando a dor pra trás, talvez nunca mais, mas sei lá, quem sabe, c'est la vie, nunca mais a vi...
 

sábado, 2 de setembro de 2017

Ingênua espera...





Sob o sol de sábado, grato à Deus pela saúde porque mal nasceu o pobre mundo e logo adoeceu; timidamente olhando pros lados, um louco à vista dos dissimulados que atuam no disputado papel de "perfeitamente normais", quantos cortes na alma e quantos "quases", bem, melhor acreditar que a falta de sorte pode ser só uma fase e eles continuam disfarçando o materialismo com o pretexto da "razão", sim, essa gente me olha como mero demente e preveem pra mim um fim trágico, mas ainda assim eu acredito que o amor um dia poderá ser mágico...