quarta-feira, 25 de agosto de 2021

Alto, bem pertinho da lua...


Em minhas preces nunca faltaram aquele velho "tomara"',  do amor restou lamento, à face do palhaço, torta, ao estranho, portas na cara, portas, estranhas portas que bati até que entendi que meu lugar era mesmo ao relento; já fui "esquisito", "incomum" e até "diferente", sempre sozinho e sorrindo, muitas vezes deixado e quase nunca "bem vindo", às desventuras do coração, muitas fases e sobre quem à mim despreza ou magoa, bem, mentalmente nem termino as frases, não, eu não permito nostalgias de rostos do meu desapontar, apenas cenários vazios pra lembrar e assim tristemente vago às voltas com mais um necessário esquecimento, a lua afetuosamente me observa como um filho desamparado, a mansa brisa me beija o rosto num consolo e eu era apenas um tolo escrevendo toda essa merda "chapado"...

domingo, 1 de agosto de 2021

Insignificante(fora do radar)



E cá estou outra vez entorpecido e quase atônito pela ciranda de memórias, daqui eu vejo gente em seus vãos vislumbres empunhando seus drinks de vitória e desesperos por holofotes, daqui insanamente rio de tanto "sucesso" agradecendo pela sagrada água do pote; ó, quantos protagonistas em suas acirradas disputas por focos de atenção, um dia até fiz parte do cenário, um dia eu fui uma árvore de papelão, eu sou um poeta de bermuda e chinelo, de que valem os versos de um maltrapilho amante, sob um entardecer amarelo brinco de me equilibrar no meio fio e novamente rio desse mundo de tantos "sãos", desinteressante por toda minha vida, mas agora melhor entendendo que todos passam a valer à pena quando vistos com o coração, ah, insensatez, a brisa me soprou aos ouvidos que ainda não foi desta vez, no mar da insignificância flutuei, nada a perder no amor, só a liberdade de saber que a ninguém mal causei, ninguém me amando em excesso ou cegamente, sem planos a serem frustrados, talvez quem me deixou ou despreza de passagem me veja por aí sozinho da janela de algum veículo e despreze ainda mais pela falta de vínculos, sei lá, talvez até tenha dó, outa vez como sempre não tive quem eu queria, mas hoje eu ri na cara da ironia, hoje eu era apenas inverno sonhando tornar-se primavera, tanta gente sobejando amor e aqui só restava a singela fé na espera...