quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Reconheço






Hey, olá, meu nome é nostalgia, estou presente no findar do dia, a amarelidão daquela fotografia sem "xis", o arco íris refletido no olhar infeliz, a mágoa no bilhetinho de despedida na poça d'água da chuva da noite passada, sou só mais um que vaga à beira de estradas, não tenho pra onde ir, sequer lembro de onde venho, nada tenho e o que restou já não funciona, a solidão, cara, a solidão ela é minha dona...

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Sozinho à sangrar






Outra vez a má sorte me alvejou com tiro certeiro, perfurado, tristemente sorri com o peito perfurado, a madrugada me encara sem fazer nada à respeito, a cidade está por saber, mas nem era mais novidade sofrer; em outros tempos eu quis correr, eu quis sumir, mas desta vez fiquei aqui, palhaço da vida e o vermelhão do nariz, insanamente dei risada do que viraria cicatriz, aumenta a coleção, esfria o coração, oh, não, daqui há meia hora vai raiar o dia, poderia amanhecer morto, mais dói saber é que tenho que viver torto, troncho de tristeza, voei para o mar, juro que não sei como cheguei, sentei na areia, ignorei o lirismo que o momento grita e me pus à sangrar...

sábado, 20 de outubro de 2018

A merda que é ter que aceitar o que não se pode ter!







Tempos estranhos, não, eles não cessam por completo, eles sempre voltam a nos trazer pra perto, tempos em que caminhamos entre rostos não familiares e translúcidos, quando nosso semblante não disfarça a vida que se não têm achado graça; um dia o coração sente aquela falsa certeza que esse estado de graça há de ser constante, desprezamos o poder de um instante e basta essa mísera porcentagem de tempo pra que tudo venha abaixo, num instante alguém te abandona, num instante a casa de amor desmorona e terás bastante tempo pra olhar atônito os escombros sem ombro amigo, amar é correr risco, ser feliz é um perigo, é como se a solidão fosse o lugar mais seguro pra se estar, não importa quanta energia se empregue e o tanto que se construa, bastam instantes para que a velha força que conspira contra nosso sorrir surja do nada e destrua, ah, como é vã a luta de carne e ossos contra o não querer da natureza, tempos estranhos, cuja a coisa mais certa e evidente no nosso caminho é a incerteza, o abismo da desistência nos convida à um salto e não temos força sequer pra desejar asas, deixar-se cair parece ser a melhor solução, quem, cara, me diz, quem nessa vida, nem que por um fração de segundos desejou não ter a porra de um coração??

quarta-feira, 3 de outubro de 2018

Um dia naquela praça...




Quem sou eu, quem eu sou? Sou um ser que sente amor em volta e de tantas, tantas voltas desnorteio, o receio que vira angústia  de uma solidão sem previsão de fim, ai  de mim, ah, esse azul tão intenso sobre meus infortúnios, a melancolia desse belo dia se traduz na tristeza que transmito e consequentemente atraio, pernas bambas, levanto e logo caio, e ela, quem seria ela? Ela é a coisa mais linda do mundo pra mim, em meus devaneios de uma noite dividida na praça mais bonita do bairro, nem sei se ela existe, mas meu olho insiste nessa doce ilusão, de algum filme, alusão, admito, espero e já nem me desespero mais....