sábado, 20 de outubro de 2018

A merda que é ter que aceitar o que não se pode ter!







Tempos estranhos, não, eles não cessam por completo, eles sempre voltam a nos trazer pra perto, tempos em que caminhamos entre rostos não familiares e translúcidos, quando nosso semblante não disfarça a vida que se não têm achado graça; um dia o coração sente aquela falsa certeza que esse estado de graça há de ser constante, desprezamos o poder de um instante e basta essa mísera porcentagem de tempo pra que tudo venha abaixo, num instante alguém te abandona, num instante a casa de amor desmorona e terás bastante tempo pra olhar atônito os escombros sem ombro amigo, amar é correr risco, ser feliz é um perigo, é como se a solidão fosse o lugar mais seguro pra se estar, não importa quanta energia se empregue e o tanto que se construa, bastam instantes para que a velha força que conspira contra nosso sorrir surja do nada e destrua, ah, como é vã a luta de carne e ossos contra o não querer da natureza, tempos estranhos, cuja a coisa mais certa e evidente no nosso caminho é a incerteza, o abismo da desistência nos convida à um salto e não temos força sequer pra desejar asas, deixar-se cair parece ser a melhor solução, quem, cara, me diz, quem nessa vida, nem que por um fração de segundos desejou não ter a porra de um coração??

Nenhum comentário:

Postar um comentário