terça-feira, 24 de novembro de 2020

Idiota aos olhos do mundo, "raro" aos olhos dos raros...


Anos de espera? Tantos, eu sou um jardim desolado sem flor, um dia estive em cartas de amor e hoje não passo de um pingo numa folha de papel em branco, cá esquecendo e sendo esquecido, de lugares ermos venho, uns poucos dessa vida gostam de mim pelo que sou e não pelo que tenho, outra vez o sol desaparecendo, de ilusões e corações vazios bem entendo, idiota, ah, meu caro, às vezes uma vida inteira crendo piamente que se não passava de um idiota 'té que um belo triste dia entenda que na verdade era "raro", rico e anônimo, que bom que eles não sabem o quão afortunado sou vendo o sol se por enquanto nado...

sábado, 21 de novembro de 2020

Recomeços, desapegos....


Ah, recomeços, vida de recomeçar, caído estive sob um desbotado céu, a angústia, cara, ela é um abutre ao redor da carcaça do coração esperando ele parar de bater num calmo voo cruel, lembro, braços e pernas em movimento, gemidos de lamentos fazendo de mim passar desapercebido a brisa do afeto e o frescor do mar, quase um tutor, dormia e acordava com o vazio ao pé da cama à minha espera, as nostalgias se distorciam num denso rio de tristeza constantemente correndo, sangrando em mim, espaço não havia mais para devaneios, quem da mente não saia agora era quem menos queria pensar, esvaiu-se toda esperança, era uma vez o medo, ah, desapego, vida de desacostumar....

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Nas profundezas de mim...



Ó, mundo inóspito do peito, o pleno "nada", minhas coronárias eram como avenidas pela madrugada, o vento frio era um grito silencioso que ecoava no vazio dentro de mim e que Deus me perdoe, um dia foi assim, às vezes nem assim foi; lá vem, lá vem mais um fim de semana, na superfície deixei toda inquietação e dor, desacelerei na dependência humana, num filme sem som agora sou um peixinho incolor, quase que totalmente invisível a insensíveis olhos, aqui no mar só o silêncio da tranquila escuridão e a nítida lembrança da calma queda dos cabelos negros nas costas da madame noite sob a meia luz do abajur da lua...

quarta-feira, 11 de novembro de 2020

Feliz ou infelizmente vivo....


Ah, coração, porra do coração que sonha e tanto, tanto se envergonha, cansaço, desgaste na utópica busca do honesto abraço, quebra cara, fica blue, cai em si, toma no cu; era um desenho bonito de alguém que ainda não conhecera, belo na simplicidade dos traços e colorido a giz de cera, era um dia ensolarado e do nada começou a chover,  era um dia de sorriso fácil e subitamente uma crescente vontade de deixar de viver, ah, fé que se renova a cada esperança que vai pra cova, indesejáveis cada vez mais perto e quantos queridos partindo, perdendo e sorrindo como todo bom lunático, porém já não tão carismático, amargura talvez, feliz ou infelizmente vivo, era um desenho bonito como alusão de um pré julgamento positivo e eis que então o papel incendiou, fazia sol lá fora e naquele dia aqui dentro nevou, ah, quantas feridas abertas e expostas clamando para que o sangramento interno estanque, vazio, intranquilidade, 2020, brega funk....

domingo, 8 de novembro de 2020

Down na song....


Duro ser encontrado quando quase não existimos, viemos, fomos, pois outra vez desistimos, sacal, amante sacal, eu sou a melancolia da noite de sábado, o vazio de praxe da manhã dominical, lembrar, feito tatuagem sangrando na pele, sim, sou aquela nostalgia que fere e até faz chorar, eu tô nos detalhes e peculiaridades que só tempo e solidão nos fazem aperceber pela cidade, agora uma canção de tristeza, escaletas e xilofones ouvimos, ah, como é duro ser encontrado quando quase não existimos...

quinta-feira, 5 de novembro de 2020

Aonde não sirvo, fui....



Nômade coração...aonde te reconheci, tão somente me restou partir, ah, ilusão; os meus sonhos são como folhas secas caídas das árvores no outono, outro mês, outro ano, antes um colírio para os olhos, hoje um martírio, vasos sem flores, fotografias de ex amores, daqui eu vejo a terra prometida sem nunca poder entrar, resta cantar,  pois ingratos vi, ó quanto calor humano e abraços garantidos e ainda assim, incertezas vis, me chamam "fracassado", me chamam "insano", o mundo é um grande banquete e procuro amor de migalhas sob a mesa, porra, quanta gente viciada em tristeza!!