sábado, 28 de setembro de 2019

Espectadora das (falsas) expectativas: lua.



Tanto tempo e mais do que a tempo de não causar mais espanto, chorei nas entrelinhas, chorei pelos cantos e nesse momento mais um olhar de mim desistiu, solidão, cara, a solidão aqui sempre existiu, agora cabisbaixo recordo insanas cenas, a lua ao longe, estranhos sem graça em alguma praça, estranhos na fila do cinema, situações que bem me couberam, lugares que certamente estive, anos e anos de amores fictícios, o que na real acho que nunca tive...

segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Desbotado mar....




Invernal era o céu da boca, ausência de cores e luz, o som do dia previsível, o blues das flores, em meio ao super tédio ouvi rumores de gente querendo deixar de existir e a minha prece mais honesta era pra não desistir...e saber onde não insistir, pedalei por terras áridas de olhos úmidos e é de certo que desertos urbanos cruzei, de tantas teorias de "sonhos bons", ó, quanto já me entristeci e me irei, quão revoltante é reconhecer uma ilusão e dela abrir mão, tantas e tantas vezes atirado no mar e os que sempre intento amar são justamente os que minhas mãos atam, agora ecoam as duras palavras do rei "Essas recordações me matam!"...

sábado, 21 de setembro de 2019

Ordinariamente ofuscante....



Incontáveis dias incertos, vagamente lembro quando o coração chegou como poção feita de maçãs frescas, mas toda uma vida como pilha de dejetos, o meu coração entregue, tolamente entregue às esperanças de vôos compartilhados, de felizes péssimos duetos, noites de restaurantes, tédio absoluto e cá estaríamos doidamente rindo, maltrapilhos sob algum viaduto, largados, serenamente largados, sob o brilho da lua, comendo bobagem na rua...

quarta-feira, 18 de setembro de 2019

O que não sabem, o que talvez nunca saberão...



O mar calmo, arde o fim da tarde, versos e rimas, recíprocos olhares à beira mar e em algum ponto da cidade alguém me subestima; no âmago do meu vazio sorrio, quem diria, do universo não passo de ironia, uma piada de muito mal gosto e não compreendida na cara de quem se "precaveu"  de mim, tantos e tantos corações solitários que me deparei no caminho, o que fere ou o nada ao meu pobre raro amor, estereótipos tais nos quais sempre perdi, tão dispensável andarilho vendo peitos sendo trancados por onde passava, sem lar, tanto que tive pra dizer e sem espaço pra demonstrar, agora me inquieta a confusão de sons urbanos, outro ano indo embora e o coração em escombros de mais uma triste implosão...

segunda-feira, 16 de setembro de 2019

Supostamente....


Há passados que não passaram, há presentes que disfarçam superações e de sensações em sensações prossigo, odores que adoçam, cores que enfeitam e eventualmente lembranças que destroçam, sonho antigo de todos os dias, honestos amplexos que me façam esquecer camas duvidosas, mãos caridosas e olhos de importância que inspirem à vida e sepultem memórias que não matam, mas maltratam e assim vivo com o peito escancarado, suscetível, vulnerável porém ainda são, daqui eu vejo passados vivos disfarçados de presentes imbatíveis em sorrisos tristes daqueles que se desesperam pra mostrar o quão forte são...

sábado, 14 de setembro de 2019

O dia após....



Sorri insanamente sorri, era o mar o meu único ouvinte, lamúrias que confessei sobre uma conversa que há muito não tinha e o drama do dia seguinte, desacostumar, voltar a não existir, hoje, perfeito oposto de ontem e o agourento orgulho sempre em meu caminho, trazendo-me  à realidade e zombando ao meu ver constantemente sozinho pela cidade, arco íris nos olhos quando a vi, ó cruel breve dia belo, eram meados de mais um setembro amarelo, sorri, insanamente sorri....

sexta-feira, 13 de setembro de 2019

Absurda ciclovia





Dias estranhos, sob céus tempestuosos, incertamente pedalei por ciclovias de um coração instável, nuance, por entre trânsitos caóticos vaguei em transe por um percurso sem fim, ó fadiga de um vagabundo viajante, ai de mim,, então despertei na vastidão da estrada pra lugar nenhum e chorei um rio sem tamanho 'té que enfim serenamente pedalei de novo, me acostumei com a dor, era uma vez dias estranhos...

terça-feira, 10 de setembro de 2019

O que meu semblante não diz...





Mãos nos bolsos, mãos nos bolsos, tão só este ser ingenuamente à vagar por entre tantos que ensinam à viver, ó, quantos anos e meu coração ainda não entendeu, deste lado da calçada do mundo vejo tantos da "sapiência do amor", o mais loser sabe mais que eu, olhos vermelhos, sorriso e setembro amarelo e quão feio para eles seria se intentasse contra a própria vida, então que eu finja o "singelo", todo louvor aos malandros, pois quando mais honesto, tratado fui como otário e então me vi sem graça falando sozinho no divã imaginário daquele banquinho de praça...