quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

Aquela velha espera vã...


Memórias, esquecido, talvez vivo só em arquivos de quem há muito partiu, você também já não teve essa mesma impressão? Excuse my language, puta que pariu, um pensamento retrô ambulante, um espírito ora vagando, ora como um livro empoeirado, deixado de lado na estante, ultimamente sentindo-me assim, como se ninguém mais lembrasse de mim, de "afortunado" sou perfeito antônimo, fracassado amante, um anônimo, aquele platônico de sempre, longe do campo de visão e de muitas lembranças, ó, terras áridas que pisei até que depois de muita caminhada, em alguma longínqua calçada me deparar com esperanças em forma de pequenas folhas, eis então o último dia de outro péssimo ano e eu aqui ainda à espera da mágica de um abraço que acolha...

quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

Véspera de natal, gordinho na bike...



Voando alto e vagarosamente, foi-se a saudade, vôo solo pela cidade de avenidas semi vazias, as luzes, os enfeites, era então a solidão o meu maior deleite; traz paz, as crianças alheias à tudo, correndo e sorrindo, não mais, outros tantos envelhecendo, já de partida, quase término e agradecendo por chegar no fim de um ano que para muitos foi o fim da vida, muito, muito estranho, cara, duro até pro coração de um anti social, na noite de natal tudo que eu via era apenas tráfego, registrando as imagens à beira do asfalto sem espantos ou baque, agora apaziguado pela visão daquele alegre casal de velhinhos, eu, o gordinho na bike...

sábado, 19 de dezembro de 2020

Parado em frente à vitrine do ontem...

 


Tristes versos na antiga folha de papel almaço, a inimiga número um da fé é a ilusão, eu agora sou um traço de memória, eu sou a trajetória interrompida de um sorriso após a dor de um coração, ah, quantos contados d'entre os esquecidos e superados, noite afora, parei em frente à vitrine do passado e só pude ver no máximo névoas de boas lembranças, agora me diz quem lhe quererás por seu, à quem contarás das tua solitárias andanças, ainda há pouco sentei e chorei em marte, lugares, ó, lugares que tanto quis, até achei, mas verdadeiramente nunca fiz parte...

domingo, 13 de dezembro de 2020

Um lamentinho...

Um dia um singelo "até logo", hoje cruamente "nunca mais", sob ventos outonais agora sem destinatário tristemente baila a velha carta desprezada pelos ares, pelo mundo afora olhares se cruzam pela primeira vez e aqui amor continua traduzindo-se em "escassez", as inalcansáveis coisas mais simples, entra ano, sai ano entre esperas vãs e solidão, ó, quão dura ainda é pra muita gente a sofrida trajetória 'té que enfim se possa pegar na mão...

domingo, 6 de dezembro de 2020

"Quatro olhos"...

 



Anos atrás, tempos escolares, "bullying" ainda não se ouvia falar, mas a verdade é que estava, sempre esteve lá; um dia entre os indefesos, no outro entre os ofensores, atenções que uma criança anseia, ganhar notoriedade às custas da vergonha alheia, coisas que muitas vezes só se aprende sentindo na pele, fere, é, os pequenos podem ser cruéis, mas um dia o amargo sabor da derrota, convenhamos, não é a tarefa mais simples da vida a nobreza de se auto admitir "idiota", agora algumas nítidas lembranças de sorrisos de amigos arrancados e tanto que se poderia ter tratado melhor, décadas depois, bicicleta e eu, um "quatro olhos" sábado à noite sem amor, tão somente só...

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

Ignorando flashbacks

 


Ode aos que perderam e perdem, ó, sonhos vãos, entorpecidos descendo rio abaixo numa correnteza de ilusão e que assim seria, não, muitos pais não nos disseram, desacordados e agora amargamente despertando, lá embaixo só as pedras e ferimentos internos nos esperam, no céu um arco íris após a chuva triste se abriu feito leque, agora em meu rosto uma tarja naquela velha cena do beijo, anônimo, sujeito oculto e só assim pude em paz prosseguir, ignorando flashbacks....

terça-feira, 24 de novembro de 2020

Idiota aos olhos do mundo, "raro" aos olhos dos raros...


Anos de espera? Tantos, eu sou um jardim desolado sem flor, um dia estive em cartas de amor e hoje não passo de um pingo numa folha de papel em branco, cá esquecendo e sendo esquecido, de lugares ermos venho, uns poucos dessa vida gostam de mim pelo que sou e não pelo que tenho, outra vez o sol desaparecendo, de ilusões e corações vazios bem entendo, idiota, ah, meu caro, às vezes uma vida inteira crendo piamente que se não passava de um idiota 'té que um belo triste dia entenda que na verdade era "raro", rico e anônimo, que bom que eles não sabem o quão afortunado sou vendo o sol se por enquanto nado...

sábado, 21 de novembro de 2020

Recomeços, desapegos....


Ah, recomeços, vida de recomeçar, caído estive sob um desbotado céu, a angústia, cara, ela é um abutre ao redor da carcaça do coração esperando ele parar de bater num calmo voo cruel, lembro, braços e pernas em movimento, gemidos de lamentos fazendo de mim passar desapercebido a brisa do afeto e o frescor do mar, quase um tutor, dormia e acordava com o vazio ao pé da cama à minha espera, as nostalgias se distorciam num denso rio de tristeza constantemente correndo, sangrando em mim, espaço não havia mais para devaneios, quem da mente não saia agora era quem menos queria pensar, esvaiu-se toda esperança, era uma vez o medo, ah, desapego, vida de desacostumar....

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Nas profundezas de mim...



Ó, mundo inóspito do peito, o pleno "nada", minhas coronárias eram como avenidas pela madrugada, o vento frio era um grito silencioso que ecoava no vazio dentro de mim e que Deus me perdoe, um dia foi assim, às vezes nem assim foi; lá vem, lá vem mais um fim de semana, na superfície deixei toda inquietação e dor, desacelerei na dependência humana, num filme sem som agora sou um peixinho incolor, quase que totalmente invisível a insensíveis olhos, aqui no mar só o silêncio da tranquila escuridão e a nítida lembrança da calma queda dos cabelos negros nas costas da madame noite sob a meia luz do abajur da lua...

quarta-feira, 11 de novembro de 2020

Feliz ou infelizmente vivo....


Ah, coração, porra do coração que sonha e tanto, tanto se envergonha, cansaço, desgaste na utópica busca do honesto abraço, quebra cara, fica blue, cai em si, toma no cu; era um desenho bonito de alguém que ainda não conhecera, belo na simplicidade dos traços e colorido a giz de cera, era um dia ensolarado e do nada começou a chover,  era um dia de sorriso fácil e subitamente uma crescente vontade de deixar de viver, ah, fé que se renova a cada esperança que vai pra cova, indesejáveis cada vez mais perto e quantos queridos partindo, perdendo e sorrindo como todo bom lunático, porém já não tão carismático, amargura talvez, feliz ou infelizmente vivo, era um desenho bonito como alusão de um pré julgamento positivo e eis que então o papel incendiou, fazia sol lá fora e naquele dia aqui dentro nevou, ah, quantas feridas abertas e expostas clamando para que o sangramento interno estanque, vazio, intranquilidade, 2020, brega funk....

domingo, 8 de novembro de 2020

Down na song....


Duro ser encontrado quando quase não existimos, viemos, fomos, pois outra vez desistimos, sacal, amante sacal, eu sou a melancolia da noite de sábado, o vazio de praxe da manhã dominical, lembrar, feito tatuagem sangrando na pele, sim, sou aquela nostalgia que fere e até faz chorar, eu tô nos detalhes e peculiaridades que só tempo e solidão nos fazem aperceber pela cidade, agora uma canção de tristeza, escaletas e xilofones ouvimos, ah, como é duro ser encontrado quando quase não existimos...

quinta-feira, 5 de novembro de 2020

Aonde não sirvo, fui....



Nômade coração...aonde te reconheci, tão somente me restou partir, ah, ilusão; os meus sonhos são como folhas secas caídas das árvores no outono, outro mês, outro ano, antes um colírio para os olhos, hoje um martírio, vasos sem flores, fotografias de ex amores, daqui eu vejo a terra prometida sem nunca poder entrar, resta cantar,  pois ingratos vi, ó quanto calor humano e abraços garantidos e ainda assim, incertezas vis, me chamam "fracassado", me chamam "insano", o mundo é um grande banquete e procuro amor de migalhas sob a mesa, porra, quanta gente viciada em tristeza!!

terça-feira, 20 de outubro de 2020

Noites tais pra não ser encontrado...

 


Sob o céu de uma noite sorrindo, não, não eram "versos alcoólicos" e sim melancólicos, o dedo em riste da felicidade na cara do poeta triste, por onde passava as flores iam murchando e a cidade descolorindo, um vencido, desconhecido otário, é claro que tudo estragaria, quem se atreveria a dizer-me o contrário? Sem novidades, ó, lá se vai mais um ano, das pessoas cada vez menos esperava, das pessoas mais e mais me isolava feito náufrago urbano, hoje um coração "perde", já outro sente "dor", às voltas com as intermináveis ilusões, sem orgulho honestamente me declaro "perdedor", mas então a ausência de luzes e vozes, o silêncio da escuridão certas noites encontrei, entre sarcasmos e cinismos do sorriso de canto de lábios da lua, do fim da Beira Mar à beira do abismo eu pedalei....

sexta-feira, 16 de outubro de 2020

Teu olho, o inimigo...

 


Um ingênuo na terra dos astutos, no sol da manhã seguinte era eu um pedinte, amor é para o povo das posses e status, amar, na maior parte do mundo é pra quem tem grana e não para quem ama, sempre perdendo nos estereótipos e nas "melhores ofertas", na terra de trapaceiros e ladrões, o meu coração, cara, ele é uma janela bem aberta; desânimo em injeções, hoje eu enchi minha trouxa com todas as minhas dispensáveis intenções e sumi com os lábios cheios de um sorriso insanamente bobo, eu sou ironia da vida, eu sou minha própria despedida, daqui eu vejo a donzela que mais confiável acha ouvir o conto diretamente da boca do lobo...

terça-feira, 13 de outubro de 2020

Flores que o mundo enfeia....


Um dia a boa terra, um dia atenção que eleva o coração, um dia embelezando frias calçadas, um dia colorindo parapeitos de janelas solitárias, mas com o passar do tempo vou me transformando num mero rosto do passado, agora dias cinzas sem uma gota sequer de chuva e vai rareando o cuidado, as pétalas vão perdendo a cor, caindo, impera o concreto do egoísmo e dos que teimam em racionalizar o amor, obviamente sem sucesso, começamos vivendo e mais da metade da estrada pra lá é só sobrevivência, domina a ciência, domina o "progresso", viver, cada dia menos me interesso e o que d'antes achei ser só uma fase, hoje amargamente entendi que meu nome é "quase", tentei até que totalmente 
desacreditei, vazios por onde for, vitória da calçada, outra vez nasce o sol e cá morre mais uma flor contrariada...

sexta-feira, 9 de outubro de 2020

À nós que aqui não pertencemos...


Ó solitário céu bonito de final de semana, foi perdendo nos estereótipos, status e otras cositas más que entendi que a maior beleza da vida não era a humana e que o mundo, cara, ele é dos superficiais;
 o afago das ondas na areia da praia, milhares de grãos agraciados, amplexos azuis ao redor do sol amado, agora imerso no silêncio, sem ombro ou lenço, só chorar um choro engrandecedor, não, não sou merecedor, mas que alívio de um bom banho de mar, abrindo o coração em densas preces sobre mãos que não alcanço, sobre olhos que me esquecem, tolo, sorri pensando em tanta gente "inalcansável", sim, tolo por tanto tempo que me senti dispensável, beleza, forçada beleza, o que realmente não sente, a boca e falsa doçura que engana e eu sou só um vagabundo andarilho sob mais um solitário céu bonito de final de semana...

domingo, 4 de outubro de 2020

"Ciclistartista"


Ainda à espera, ainda à procura, aos afortunados, o topo e tédio, aos sonhadores, vida dura; ciclista, sem adereços, sequer endereços por destino, melancólico e sem rumo na pista, sou menino, em lugar algum me familiarizo, o passado do bairro agora são fantasmas que só eu vejo e internamente lacrimejo pela violenta mudança de cenários, romântico e nostálgico que sempre fui nas minhas solitudes, falo, falo, falo e então me calo, pedalo, pedalo, pedalo e as estações vão levando tudo de mim, doido de vontade de um dia enfim aprender como diz na canção, "A arte de sorrir cada vez que o mundo diz "não"", tem dias que me maravilho, tem dias que sequer quero ser visto, por muitas vezes quase desisto, mas volto a crer na alegria de energias divididas, encontrar? Oxalá, quem dera, ainda à procura, ainda à espera...
 

quinta-feira, 1 de outubro de 2020

"Something in the way"


"Algo no caminho", ah, não sei, como na canção de Cobain, "Something In The Way", simplesmente não flui, entusiasta do amor que sempre fui, mentira, além, chame "pedinte", chame "necessitado", ao longo dos anos ante portas trancadas é como tenho estado, faminto, sedento ao som da cantiga do vento, descalço, ora por chãos de pedregulhos, ora à beira de estradas, perdidamente sem sorte, sim, era só mais um, oi, olá, meu nome é 'lugar nenhum", até hoje não vieram à mim e assim continuava tudo sentindo e ao mesmo tempo nada, o amor pelo mundo afora entre os que precisam e aqueles que sobejam, era eu da primeira opção, o cara do "não!", a breve sensação de calor me encheu de esperança e entusiamo, mas novamente a velha ilusão, ah, meu Deus, como poderia segurar o inexistente, acontece toda vez que a fé se renova, uma voz convidativa que sempre mente como uma força estranha que muito se diverte em me ver assim tão sozinho, uma duvidosa intervenção, algo no caminho...

sexta-feira, 18 de setembro de 2020

Debanda...


Rota, alma rota, no âmago da minha intranquilidade te nomeei "escrota", ó linda noite que já há muito me fere, dormindo em frente à estranhas portas, um cão à espera de um dono que se mudou faz tempo, mendiguei, confesso que por anos a fio mendiguei amor, do outro lado da calçada do mundo assistindo felicidades alheias, sobejando, ingratos por tudo aquilo que presunçosamente pensam ser deles por mero dever do pai das luzes lhes conceder, crônicas de um maltrapilho pedinte, andarilho, andarilho, noites de rejeição e a dor de acordar no dia seguinte, no ombro uma trouxa de esperanças vãs, pensava ela com uma bestial certeza que dali nunca sairia, ah, menina que tantas vezes me desprezou na certeza da minha "fidelidade canina", sentiu-se estranha por abrir sua porta certa manhã e não mais me ver deitado ali, visão que não tiveste acesso, um belo dia perfeitamente entendi que àquele lugar não pertencia, não perguntei, não fiz barulho, fria e silenciosamente como aquela manhã levantei e parti....

segunda-feira, 14 de setembro de 2020

Um dia lindo pra matar...

 


O ar da tarde com perfume de ganja, o entardecer laranja e lá se vai mais um dia na vida, amantes são amáveis, mas hoje eu sou um homicida querendo porque querendo esquecer como foi e que Deus me perdoe, não, não perdoe, devo ter visto num filme, aqui tramando um crime, não há ganhos ou lucros envolvidos, ontem era eu um delirante, hoje sou apenas mais um perdido, ah, sei lá, seja como for, pretendo matar durante o sono, asfixiar em mim o resto de amor, pois a ingênua crença tornou-se "desavença" e quem diria, num dia tão lindo assim, o sol refletia no dourado dos enfeites, deleites, sorrisos e outras evidências de sorte, cara, olha só a merda dessa cidade festiva e cá minha alma sangrando em cortes...

segunda-feira, 7 de setembro de 2020

Dias assim, dias que nem

Dias e dias, um dia disseste, dias que é como se o azul celeste fosse uma extensão de nós, tamanho o entusiasmo e dias que até parece que nos fundimos com a chuva, densos tais que o vazio tanto pesa que nos encurva; agora sob a ponte o reflexo da lua nas escuras águas da noite, à vista do rio tolamente sorrio, um lunático, um demente, sem motivos aparentes sorrio, me veio à memória a imagem do colibri vulgo "bem te vi", ah, vá, que seja, nunca mais a vi e rogo aos céus que nunca mais a veja, dias de entusiasmo, dias de mãos atadas pelo marasmo, no caudaloso rio de solidão atravessei a nado, mood de agora: interiormente cansado...

terça-feira, 25 de agosto de 2020

Um "alô" do super zero....





Ao som de um sax de bossa triste eu sou amargura nas primeiras horas do dia, amargura sob um céu de madrugada e já não vale o que eu penso ou espero, restos de nada, mas pode me chamar "super zero"...rir das bobagens, rir da vida, extremamente necessário e o tempo voa, ah, pessoas, precisamos urgentemente rir pra esquecer de outras pessoas, eram 22 andares de ilusão e a minha fé na pseudo novidade ingênua e verdadeira, besteira, eu sei, mas é que eu jurava que voaria, só que apenas despenquei, caindo e rindo pra caralho, os sonhos estilhaçaram naquela impessoal calçada e infelizmente eu não morri, tristemente sorri na plena certeza de que não vale o que eu quero, restos de nada, oi, meu nome é "super zero"...

quinta-feira, 23 de julho de 2020

Palha+aço



É mais um estranho ano nessa vida, cores divididas em um mundo que cada vez mais acinzenta era tudo que eu queria, mãos, mãos que não me deixassem cair do prédio, braços pra me envolver no alto do topo do tédio e choraria junto na escuridão, sou genuína alma gêmea da solidão, melhor deixar-me cair no mar a ser um esforço pra lembrar, é, não sou lá tão esperto, mas ah, como amo sumir de onde já não mais me queriam por perto, meu nome é "pelo menos", mas pode me chamar "aturado", às voltas com o quarto branco silencioso da introspecção, o grito do azul lá fora no meu peito vem como baque, sou Bjork, sou Buarque, na maioria das vezes esquisito, às vezes até vivaz, em algumas cabeças ainda vaga lembrança, na maioria já nem existo mais, a linda manhã veio à mim insanamente sorrindo com uma navalha, olhos perdidos no espaço, ai de mim que sou menino feito de aço com esse coração "réi"de palha...

terça-feira, 21 de julho de 2020

Gato, estranho gato



Lamentos, lamentos, ó, amor,  quantos corações esta noite não arrasas, mas hoje eu escolhi o isolamento, eu sou um felino graciosamente escapando sobre as casas, nem bebo, nem fumo, mas hoje eu sou boêmio, um descompassado poema andante e sem rumo, ah, os containers e latas de lixo do mundo que revirei à procura de sobras de sonhos, saudosista e um tanto anormal, mas decidi que hoje a saudade não me fará mal, um otário em meio à nostalgias de cenários, um cronista à beira da pista, ora sob o viaduto do Centro, ora sob a ponte do rio Ceará cá com meus anseios expostos e um affair ainda sem rosto, sei lá, talvez eu desista, talvez a minha real aceitação não exista e a alma sempre sedenta de afagos, verdade seja dita, até hoje ninguém descobriu na real o quanto de sentimentos presos trago, eu sou um felino infeliz, maltratado a vagar à beira dos trilhos, sou dispensável, sou amante maltrapilho...

terça-feira, 14 de julho de 2020

O amargo "após"....



Os ventos matutinos de setembro, ainda lembro, acordei multicolorido em um dia cinzento, suave pão de ontem, doce era o amargo do café, fé, sem mais agravantes, fé, dia simples de tão super, versos que fiz na paz da ciclovia, ao longe alguém me assistia ainda que fosse perfeito estranho, bem ali assim o mar e nada me impedia d'um belo banho, linda e livre a vida quando não se atém demais ao porvir, oh, não, ele, não, ele não, como o amor me achou aqui?? Cativou-me, desarmou e me despiu na vergonha, desfalecidos sonhos "nus", me sorriu, deixando sem nada e sumiu, era a solidão disfarçada, escreveu no asfalto a giz que não era muito legal me ver assim tão feliz, tão, tão velozmente de herói à pedinte, o dia seguinte, acordei "desbotado" sob um azul que de tão belo doía, tão bonito e imponente zombava o sol de mim, o céu ironicamente sorria, manhã fria e no estômago apenas borboletas mortas, era eu ma velha casa sem teto nem portas, ainda lembro, os ventos matutinos de setembro...

quarta-feira, 1 de julho de 2020

Quase quarenta...




Quase quarenta, às voltas com o vazio e ainda pagando o alto preço por ser tão diferente, de questões e situações a vida é feita, basicamente, oh, Deus, por que meu olho tanto se apega, por que a porra do amor acaba e principalmente, por que o baseado sempre apaga??? Felizmente louco, se o plano é abrir mão de sonhos vãos e seguir em frente, ainda que se ande às cegas por aí, e daí, que eu siga a vida sorrindo pela solitária estrada florida, onde ironias e sarcasmos não sejam bem vindos, ó quão cruel é sentir o odor, a ilusória sensação de toque, o amor que escorre entre os dedos de uma mão que tanto anseia calor e há muito tenta, poucos metros que na verdade sempre foram anos luz, quase quarenta...

quarta-feira, 24 de junho de 2020

Marasmo, sarcasmo do dia mal...


Dias assim, dias que nem, ó, ensolarado dia belo que reflete no prédio espelhado, ó, maldito tédio que meu olhar em transe denuncia na desesperança do inesperado, o tempo passa em stop motion e a gente se convence que não vence, resta ao coração convir com a canção que "um nasce pra sofrer enquanto o outro ri", contrastes, conflitos, a alma maltrapilha de Carlitos agora a cores, cores de Frida, cores sofridas após anos e anos em preto e branco, nunca mais a vi, c'est la vie, já nem é pra tanto, era uma vez espera vã, virou "desdém" e eu aqui doido pra que chegue logo o amanhã só pra não ser mais hoje, dias assim, dias que nem...

terça-feira, 16 de junho de 2020

Arcaico lugar....



Reverbera, reverbera, adeus, primavera, nas paredes já com musgo e trepadeiras empoeiradas ecoam antigos sorrisos, estilhaços de alegria, os cacos de sonhos, os cacos de vidros, o tempo que se chama "hoje", tristeza disfarçada de felicidade fingida em seus devidos filtros, abandono, eu sou um cão sem dono sobrevoando a cidade em minha nuvenzinha cinza, depredadas janelas oculares em um lindo dia de sol, nostalgias e sequelas deixadas por quem partiu pra não mais voltar, anos e anos de "não's" e "se's", o meu coração é uma casa abandonada sem placa de "aluga-se", nas paredes maltratadas do peito reverberam velhos sorrisos aos comandos do "xis", envelhecidas fotografias, vagas lembranças de quando meu coração quase foi um lar feliz...

quarta-feira, 10 de junho de 2020

À "otariar"...



Ah, vida de se acostumar, a luz dos olhos que me cativa, por fim é a que sempre me engana, desacostumar-se, esquecer, deixar pra lá, bolsos e mãos vazias como minhas noites de fins de semana, no teu roseiral era eu um cacto, diamante bruto como todos os brutos que amam, mas é que ela só queria uma droga de status, nada, nada flui, reles peles, usado e descartável, ai de mim, Deus meu, que sou assim, "sentimentalmente desengonçado", otário, um herói falido do "partido coração", não, 'pera, é o contrário, anos depois aqui a sobrevoar por tão limpo céu sem novidades, milhas e milhas de pleno "nada", cá sem novas esperanças e sorrisos novos na cidade, sério, nada...

quinta-feira, 4 de junho de 2020

E tendo passado o nosso bem, um dia o mal idem....



Ah, quantos sonhos o tempo não desfaz, no fundo dos olhos centelhas de inocência, um pouco mais de vinte anos atrás, adolescência, tão cedo sofremos, medo, sim, era medo que sentia a cada feliz momento que diante de mim subitamente desaparecia, ó doce e tola utopia de alegrias intermináveis, "me passando" em nome do amor sob os olhares atentos de toda cidade, pensava, um calor de mãos que nunca sumisse, abraços e beijos sem validade, o vento amistosa e calmamente me alertava e eu, imbecil nato, obviamente sempre ignorava, ilusão, causa mor da rebeldia, "foda-se!" pichado em letras bem grandes no peito, aviso à sabedoria, frutos a colher, pelos belos pomares e verdes plantações da vida eu não passava de um "espantalho", passados quase quarenta anos, hoje detestando toda e qualquer esfuziante alegria por ter aprendido que a "down" que bate após dói pra caralho!

segunda-feira, 1 de junho de 2020

O nada...



Espera, ainda à espera, encontrado, oxalá tivesse sido, quem dera, devaneios de uma boa colisão, essa noite adormeci com os olhos perdidos no espaço e tive um pesadelo que morria sozinho em frente à televisão, acordei num realidade sem abraços; trégua, um mal sem previsão, a terra agora repleta de vazio e saudade, quem diria que sentiríamos tanta falta assim de pegar na mão, o lamento do vento no silêncio da estrada, um misto de sentimentos, mas ninguém viu a flor que venceu o concreto no fino desabrochar naquela calçada, nós agora vivíamos num mundo sem abraços e restrita visão, eu sou um inóspito planetinha diferente há muito, muito tempo à espera de uma boa colisão...

sábado, 23 de maio de 2020

O lado B da noite...

Ô, inferno de sentimentos invernais, eterno inverno para os sentimentais, o que d'antes fora "colírio" para os olhos tornou-se "martírio", fotografias que agora maltratavam numa noite de sábado qualquer, tanto que se lia e se não podia livrar da merda da melancolia, amores encontrados onde não existe, gente reclusa em seus quartos afim de legitimar a solidão e tolos pretextos para canções tristes, ah, doloroso e singelo universo paralelo, corações absortos no passado e desamor próprio declarado, noite quente e interiormente esfriei, noite alta, tudo, tudo sinto, menos sua falta...

domingo, 17 de maio de 2020

Nós e as xícaras...

Beijos, abraços e afins, mais pra blues do que pra rock, gélidos, tempos gélidos quando mais se necessita de toque, ó triste baile das máscaras, o mundo agora é nosso salão desolado e rodopiamos para esquecer, silhuetas nas janelas de apartamentos prestes a enlouquecer, estranhos em transe encarando o nada, igrejas fechadas, pareço estar me rendendo, pareço estar perdendo, nos restam orações, restam o restaurar de corações dos males do vil metal, eu sou um náufrago urbano de volta à ilha mental, especulações, tantas, você poderia até me apontar como "suicida" com esse dedo no gatilho, mas é só pra borrifar água nas plantas, vida, pois é, meus olhos gratamente perdidos na fumaça que sobe da xícara transbordante de fé....

quarta-feira, 13 de maio de 2020

Ninguém à minha espera lá fora...



E eis que então amanhece, cá aparentemente "são", é mais um lindo dia ensolarado de reclusão, uns acordam apenas vazios, já outros a tristeza corrói, resta do vento ouvir a voz e sobre nós uma sinceridade azul à perder de vista que dói; corações ansiosos para enfim consumar o amor, corações aos quais só restou o velho desacostumar, entre algumas paredes talvez eu seja saudade, entre tantas apenas um rosto na névoa, agora doidamente danço na varanda, feliz assim sem mais nem menos, não, eu ainda não pirei, é só muita fé na volta de dias amenos, ao longe o mar acena, o reflexo do céu na água, tenham uma feliz quarentena...

segunda-feira, 11 de maio de 2020

O desapego que nos cabe...



Ó, dias vazios, aqui vai mais um, uma janela de ônibus, uma estrada, olá, meu nome é "lugar nenhum", menino sem destino, cá estou com meu bloquinho de notas e minha bic encantada, de desamores e estar só bem entendo, a alma nua ao sol e aqui dentro continua chovendo, morreu, no fundo dos olhos algo morreu, tu e eu, dissabor, a distância que me devolveu a paz interior, tu e eu, óleo e água, a mágoa que restou na plantinha a murchar no vaso da janela já há muito sem regar, jurei e cumpri nunca te procurar, partiu, massa, à vida, graças e ao "amor", bem, à puta que pariu...

domingo, 3 de maio de 2020

Pseudônimo: "anônimo"


O dia azul, o céu da boca cinza, melancolia de um domingo lindo como de praxe, não sou de todo um tolo, mas há quem ache; falando sozinho a caminho do mar, fragmentos de passados tristes vêm para maltratar, bem, não só de tristeza se vive, nem tampouco de alegria constante, nesse instante flutuo em nostalgias de onde mais me senti livre, "livre", dizem as bocas inquietas de corações duvidosos, liberdade como pretexto para vãos e passageiros prazeres, assim cheios de citações e dizeres,  nada de  original, nem desconfiam do mal vindouro que um dia terão ao encontrar o amor como carrasco vingador e amargura vasta ao cair em si que "cama" já não basta, cá desse lado da calçada do mundo só contemplando o desmoronar de "felicidades eternas", sorrindo com as mãos nos bolsos do jeans surrado, ninguém ao lado e meu pseudônimo continua sendo "anônimo"...

segunda-feira, 27 de abril de 2020

O que se perdeu, perdido ficou



Ah, sorte, oxalá um dia me queiras, fazem já alguns anos e pra ser mais honesto, minha vida inteira, sob tão bonito céu insensível, eu, invisível e previsível, à solidão há muito, muito fadado, às vezes a vida é mesmo um saco, cá à espera de novas sensações, quem dera ao menos um soco bem dado, no caminho uma escassez de candura, no espelho o reflexo de um palhaço sem pintura e falso nariz, foi quando partiste a última vez que fui feliz, lembro da época, meu pobre peito quase não aguenta, mas enfim a calmaria após tempos de tormenta, incertezas já não maltratam mais, o meu coração, cara, ele é um veículo em movimento e todas as tuas nítidas lembranças e pseudo sentimentos agora não passam de paisagens ficando pra trás...

quinta-feira, 23 de abril de 2020

Na rua choveu, no peito ensolarou...





Andarilho, andarilho, sem amores, nem gatilhos, como de praxe, falando sozinho sob a chuva gentil, ninguém viu, uma avenida de lamentos e queixas não ouvidas que percorri, sorri com a pele eriçada, excitado pela vida e mais nada, pisando em poças e fé na oração afim de que possa nunca mais ser achado por quem um dia me deu aquele velho "perdido" no coração, a roupa velha, a barba espessa, à vista de tantos só mais um maltrapilho, agora voltando pra casa insanamente sorrindo em minha grata "insignificância", andarilho, andarilho...

sábado, 18 de abril de 2020

Felizmente frio...



Dançou e sorriu em par com  o orvalho, ele, o verde, vede as gotas entre as folhas e a solidão por única escolha, lamento, isolamento, dobrei a esquina e me deparei com uma vida inóspita e frágil, saudades nas janelas e vitrines, eu sou um rosto do passado, um fragmento de filme, o estranho sob a chuva da manhã cinza assobiando em meio à umidade, ninguém mais pra pensar estupidamente além da conta, hoje não há esperas na cidade, cá sobrevivendo e segurando as pontas, não, porra, eu não desisti do amor, frio, felizmente frio e não menos disposto ao vindouro calor...

segunda-feira, 13 de abril de 2020

O tolo da tarde





Sonhos vão, sonhos vãos, pra onde foram meus sorrisos sãos? Arde a tarde amarelada sobre a ponte, eu sou um tolo se equilibrando na linha do horizonte,  sem mais aflições ou novidades, sem graça, a tristeza que minha boca não disfarça pelo entardecer da cidade, olha aqui meu semblante conformado na 3x4 da identidade, ah, aquele rosto que presumi "gentil", sorte, outra vez mudaste a direção e fingiu que não me viu, ó incansável esperança, novamente me conduza na valsinha do "dispensável" pelo vazio salão, tortas e portas na cara, ai de mim que sou coração!

sábado, 11 de abril de 2020

O branco...


O branco dos olhos, o branco do quarto, solidão, cotidiana solidão e continua o nascer do sol "quadrado", às paredes suspiros e sorrisos bobos, às paredes meu diário, no coração um suicida, um incendiário em potencial, dia após dia uma batalha, para cada dia o seu mal, ser ou não se, será? Reconheço meus limites, do abismo não me verás à beira, não, né besteira não, já estive lá e ele maliciosamente me sorriu num astuto convite ao salto, a vida, cara, ela é um prédio muito, muito alto, do qual não se pode ver o topo, torço por ti, torço por mim e assim fujamos pela nossa vida até encontrar o amor na estranha estrada de abrolhos, o futuro? O branco do quarto, o branco dos olhos...

sábado, 4 de abril de 2020

Dura espera



Versos do cão sem dono, foi sonhando acordado com a volta de dias amenos que peguei no sono e de repente me vi estarrecido pela espetacular visão de paz, braços e mais braços abertos de todos os credos, cores e sexos, não, não eram simples abraços, eram amplexos, era um choro e alívio de riso bom, o tão sonhado fim de um triste conto, simultâneos corações na dura espera de reencontros, despertei eufórico, era eu mais um dos tantos pela cidade morto de saudade, corri pra janela e vi que as ruas permaneciam em abandono, o blues da reclusão, versos do cão sem dono...

segunda-feira, 30 de março de 2020

Doces encontros no pensar



Solitário vôo noturno, ah, ela, bela entediada, deitada em seu isolamento daqui a vejo através da janela e nada mais poderia querer nessa hora além de afagos, minha fantasia, ela é um baseado que trago em dia chuvoso, devaneios vários, olhos perdidos e entorpecidos sorrisos involuntários, amantes de pijamas, os dias viram semanas nesse cômodo vazio, nossos olhares cruzam a cidade de quarto a quarto, a imaginação do calor das tuas mãos me dá coragem pra levantar da rede, fome e sede de afeto, na madrugada encaro o teto e outra vez resolvo planar pelo céu escuro, te visitar, não, não resisti e mesmo sem toque, fui ao menos te olhar da rua, serena e preguiçosamente despida em sua cama na lua, não, não resisti, outra vez pensei em ti...

sexta-feira, 27 de março de 2020

Tempos virais...



Distanciamento, o mar que não vimos ao entardecer, a flor que não assistimos desabrochar, vais chorar, vai chover? Chove, maRchove sob tetos em olhos confinados, a saudade e o tédio caminham lado a lado, o mundo pela janela ou tela de celular, tempos modernos de invernal inferno, hora dobra, tempo rola, coração se isola e ainda mais esse tempo bipolar, de repente o pleno e limpo azul,oxalá asas, olha que dia mais que perfeito pra estar em casa, "nunca mais te vi, nunca mais", tempos virais....

segunda-feira, 23 de março de 2020

O que de belo brota nos confinamentos


A opacidade do sol, a beleza agora em desfoque, do meu quarto cinza vejo o mundo amando mesmo sem toque, quanto mais esfriam os dias, mais e mais inflamam os corações, orações, expectativas, expectativas e mais orações pela volta de tempos amenos, ó quanta saudade da liberdade, a cortante falta de estar sereno, ciclovias vazias, me apego à nostalgias, eu sou a flor que restou nesse outrora honesto jardim, aqui chove de dentro pra fora e assim não surto e cresço no confinamento, o tempo voa, já há muito só e as esperanças desmedidas de voltar estar à toa ao sol...

sexta-feira, 20 de março de 2020

Visão de uma queda



Ensolarado passado, sorrisos novos, sorrisos novos, coração em ascensão, voando, voando, me pus então à planar, as cores da tarde, a quietude da noite, tudo, tudo pra mim, triste ingenuidade, enganoso sabor de "eterno", era pleno inverno quando fui traído, o belo cenário havia desaparecido e me vi no vácuo de um esquecimento, as chuvas bem mais espessas aqui dentro, chovendo e chovendo, caindo, caindo, meses caindo até um belo dia me entediar e violar a gravidade, fodido, mas já nem tanto assim e ilógico, naquele dia eu parei de cair e pairei sobre a cidade, lá embaixo corações e avenidas vazias, aqui em cima já não havia lugar para tristeza ou incertezas, paz interior, pacífica visão panorâmica oceânica

quarta-feira, 18 de março de 2020

Sal na pele, beijos de brisa




Cegante e castigante sol sorridente, a doida dança do caos pelo mundo e desta vez escolhi não chorar, a brisa que bagunça os cabelos do pares, suavemente me sopra ao ouvido "Acabou, chorare", fugi pro mar, o calçadão, a ciclovia, já eram mais de anos que não a via e finalmente estava em paz com isso, me sentia o anjo do sumiço, o som das ondas, a luz da bossa sobre a gente e as bicicletas seguiam em frente, fortíssima alusão à vida, vida de tantos "ais" e "Se's", dia lindo, estufei o peito, lembrando de todo o engano disfarçado de amor no meu caminho...FODA-SE!

domingo, 15 de março de 2020

Lembra dele?



Ah, chuva, chuva fria que traz nostalgias do que há muito já não é, olhares perdidos às janelas na vida úmida lá fora, Smiths na trilha sonora nos fones de mais um sem fé e pesarosamente penso, olhando pra trás em todos esses anos, em meus devaneios eu nunca venço, tristes danças e tolas lembranças, entorpecidamente levado pela correnteza no caudaloso rio de ilusão, sonhos vãos, sonhos vãos são tudo o que me têm restado e as paisagens urbanas não param de mudar pela cidade, sei lá, talvez em um ou outro coração virei saudade, no mais sou reles passado!

terça-feira, 10 de março de 2020

Enganos...



Ah, vida, pensando ser vida, até nossos últimos dias vivemos essa incerteza desmedida, juras e mais juras, olhos brilhantes e outros fatos, teatro, toda esta merda pra descobrir que não passava de mais um teatro barato, na areia da praia desaparecem nossos passos, o céu, o sol, a lua testificam nossos fracassos e de peito escancarado me declaro ridículo, por demais crédulo, ante o amor, não, não sou mesmo astuto, esperto, vejo a vida acontecendo ao redor, os jardins, as flores na janela e ainda creio que o amor é uma extensão de toda essa beleza de inocência muda, ah, como muda, tanta coisa muda, as rotas, os rumos mudam e os sonhadores que se fodam!

quarta-feira, 4 de março de 2020

"Embicicletado enchuvarando"....



Tempos e tempos sem amar, ao longe o mar...ao longo do caminho olhares desesperançosos que me deparei, despetalada, chorei ao ver uma rosa só com remanescentes espinhos, feridos, ouvi gemidos de peitos feridos pela avenida da desilusão, sob um céu de escuridão haviam gritos silenciosos, haviam tantos e mais tantos querendo férias prolongadas do coração; nesse momento estou na pista enquanto amores se transtornam, cá sem atenções especiais ou abraços novos que transformam, eu sou apenas um pobre cronista em meio a preces de ânimo aos interiormente fadigados e que de mim nunca mais lembre quem agora me esquece, ares de infância, voltei a ser anônimo, o rei da distância seguindo calmamente a estranha estrada sem curvas, o vazio nunca me abandona, a solidão nunca deixa de ser minha dona e ainda assim sem motivos aparentes sorrindo, seguindo sem pressa na minha velha bicicleta sob a espessa chuva...