segunda-feira, 27 de abril de 2020
O que se perdeu, perdido ficou
Ah, sorte, oxalá um dia me queiras, fazem já alguns anos e pra ser mais honesto, minha vida inteira, sob tão bonito céu insensível, eu, invisível e previsível, à solidão há muito, muito fadado, às vezes a vida é mesmo um saco, cá à espera de novas sensações, quem dera ao menos um soco bem dado, no caminho uma escassez de candura, no espelho o reflexo de um palhaço sem pintura e falso nariz, foi quando partiste a última vez que fui feliz, lembro da época, meu pobre peito quase não aguenta, mas enfim a calmaria após tempos de tormenta, incertezas já não maltratam mais, o meu coração, cara, ele é um veículo em movimento e todas as tuas nítidas lembranças e pseudo sentimentos agora não passam de paisagens ficando pra trás...
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