terça-feira, 19 de novembro de 2019

O homem a caminho do mar



Eu poderia ter as mãos sujas de sangue, eu poderia ter a maldade no olhar, mas cá estou distante e calmo, em menos de 15 minutos uma década em uma só colagem, se diz da cabeça do artista, "viagem", a lembrança de cada cenário onde ingenuamente senti a "constante felicidade" sempre me corrói, porra, como a sensibilidade dói, mas não esqueço de agradecer pela bênção do pleno desencontro, logo eu que sempre fui sacaneado pelo acaso, Deus maior que tudo não me deixou padecer tal embaraço, já nem lembro mais porque raios falta ela fazia, agora um consolador abraço de maresia, a areia sob os pés fadigados pra lembrar quem sou, oxalá esquecer quem és, no coração uma crescente doçura e um filete de amargura, esquecer e ter a coluna ereta agora têm sido minhas metas, eu poderia ter as mãos sujas de sangue, eu poderia ter uma maldade no olhar, mas na verdade morro de saudade da inocência, hoje sou apenas resiliência ambulante a caminho do mar...

sexta-feira, 15 de novembro de 2019

Amor sob a ótica do desenhista....



Fantasmas que vejo, lembranças que tenho, meu projetor ocular reproduz apenas velhas cenas ao longo do asfalto no solitário rolê de bike, cenários e sentidos que parecem ser só meus, aqui à indagar, para quantos corações nessa vida já não morri, tristemente frio, sorrio, ah, quanta gente morta pra mim, certas canções refazem memórias e rostos e enchem minhas sextas de desgosto, mas eu sei, cara, essa frustração não levou tudo de mim, 'té mesmo o limite da razão, agora noite ainda cedo, na boca ao invés de um beijo, um bocejo, dizer aqui venho, lembranças que tenho, fantasmas que vejo...

terça-feira, 5 de novembro de 2019

Impostor...


Impostor, se disfarçou de amor e me esfaqueou em meio ao roseiral, sangrei em um tão bonito cenário, primavera, achei que era, mas de repente era só o inverno mais quente da história, tentar, outra vez fadado à meras memórias e desacostumar; pensando bem sobre aquele ano, não, eu não era só mais um à espera do transporte urbano, não, era eu tolo em alguma estação à espera da próxima decepção, novamente o amor se revela "impostor" e me prega uma peça, ah, esse sangramento interno que não estanca e essa má sorte que não cessa!

sábado, 2 de novembro de 2019

Vibe:


O mundo...nascemos, vivemos doentes, alguns de tão sedentos de cura, a doçura impera e eis que enfim sãos...eu? Cara, eu sou um coração revestido de pobreza, frustrações e enganos, com tantos "adultos" no caminho, nada mais sou que menino entre desatinos, perdas e danos, mas ainda assim a fugir de pretensos maduros, a saudade é um muro à perder de vista como uma linha divisória semi infinita entre tudo que um dia nos significou e nós, vida de equilibristas, vontade de se deixar cair, vontade de não mais tentar, tantos corações com placas de "Não há vagas!", mas alguns milagrosamente encontram um lar, ó, ensolarados dias de vazio profundo, ó mundo...