sábado, 23 de maio de 2020

O lado B da noite...

Ô, inferno de sentimentos invernais, eterno inverno para os sentimentais, o que d'antes fora "colírio" para os olhos tornou-se "martírio", fotografias que agora maltratavam numa noite de sábado qualquer, tanto que se lia e se não podia livrar da merda da melancolia, amores encontrados onde não existe, gente reclusa em seus quartos afim de legitimar a solidão e tolos pretextos para canções tristes, ah, doloroso e singelo universo paralelo, corações absortos no passado e desamor próprio declarado, noite quente e interiormente esfriei, noite alta, tudo, tudo sinto, menos sua falta...

domingo, 17 de maio de 2020

Nós e as xícaras...

Beijos, abraços e afins, mais pra blues do que pra rock, gélidos, tempos gélidos quando mais se necessita de toque, ó triste baile das máscaras, o mundo agora é nosso salão desolado e rodopiamos para esquecer, silhuetas nas janelas de apartamentos prestes a enlouquecer, estranhos em transe encarando o nada, igrejas fechadas, pareço estar me rendendo, pareço estar perdendo, nos restam orações, restam o restaurar de corações dos males do vil metal, eu sou um náufrago urbano de volta à ilha mental, especulações, tantas, você poderia até me apontar como "suicida" com esse dedo no gatilho, mas é só pra borrifar água nas plantas, vida, pois é, meus olhos gratamente perdidos na fumaça que sobe da xícara transbordante de fé....

quarta-feira, 13 de maio de 2020

Ninguém à minha espera lá fora...



E eis que então amanhece, cá aparentemente "são", é mais um lindo dia ensolarado de reclusão, uns acordam apenas vazios, já outros a tristeza corrói, resta do vento ouvir a voz e sobre nós uma sinceridade azul à perder de vista que dói; corações ansiosos para enfim consumar o amor, corações aos quais só restou o velho desacostumar, entre algumas paredes talvez eu seja saudade, entre tantas apenas um rosto na névoa, agora doidamente danço na varanda, feliz assim sem mais nem menos, não, eu ainda não pirei, é só muita fé na volta de dias amenos, ao longe o mar acena, o reflexo do céu na água, tenham uma feliz quarentena...

segunda-feira, 11 de maio de 2020

O desapego que nos cabe...



Ó, dias vazios, aqui vai mais um, uma janela de ônibus, uma estrada, olá, meu nome é "lugar nenhum", menino sem destino, cá estou com meu bloquinho de notas e minha bic encantada, de desamores e estar só bem entendo, a alma nua ao sol e aqui dentro continua chovendo, morreu, no fundo dos olhos algo morreu, tu e eu, dissabor, a distância que me devolveu a paz interior, tu e eu, óleo e água, a mágoa que restou na plantinha a murchar no vaso da janela já há muito sem regar, jurei e cumpri nunca te procurar, partiu, massa, à vida, graças e ao "amor", bem, à puta que pariu...

domingo, 3 de maio de 2020

Pseudônimo: "anônimo"


O dia azul, o céu da boca cinza, melancolia de um domingo lindo como de praxe, não sou de todo um tolo, mas há quem ache; falando sozinho a caminho do mar, fragmentos de passados tristes vêm para maltratar, bem, não só de tristeza se vive, nem tampouco de alegria constante, nesse instante flutuo em nostalgias de onde mais me senti livre, "livre", dizem as bocas inquietas de corações duvidosos, liberdade como pretexto para vãos e passageiros prazeres, assim cheios de citações e dizeres,  nada de  original, nem desconfiam do mal vindouro que um dia terão ao encontrar o amor como carrasco vingador e amargura vasta ao cair em si que "cama" já não basta, cá desse lado da calçada do mundo só contemplando o desmoronar de "felicidades eternas", sorrindo com as mãos nos bolsos do jeans surrado, ninguém ao lado e meu pseudônimo continua sendo "anônimo"...