sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

Fotografias Mentais


Fotografias mentais, imagens que captei há tempos atrás, sorrisos que talvez só eu lembre de determinada situação, algumas já tomadas pela amarelidão do tempo e assim vivemos no coração de alguns, o triste esforço para ser lembrado, olhei ao lado na noite e agora só via automóveis,, lugares que há muito não pisamos, tipo, como se nunca estivéssemos estado, "lugares "nossos" como se nunca tivessem sido, outra vez olhei ao lado, aquele teu "eu" especial que de pronto me encantou havia então desaparecido, não existe mais, sexta feira das "deslembranças", fotografias mentais...

terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

Mar, chuvoso mar...


Vibrações, vibrações, corações em prantos, corações brandos...há um ano atrás abatido pelo dia mal, um ser humano em fragmentos, por dentro era eu um vitral, adormecia de tristeza com a amarga certeza da solidão à espera de cada despertar, parecia que o solo iria ruir sob meus pés e o asfalto me engolir, um otário tragado por um abismo urbano imaginário e não, ó, céus, felizmente eu não recorri a drogas pesadas, eu simplesmente sangrei entre pedaladas em tão belas noites cruéis, um agridoce ano de inferno na terra, agora saio do mar em plena chuva, envelhecido, gordo, pobretão e esquecido, o estereótipo longe das escolhas, as folhas caídas das árvores graciosamente dançando nas poças das calçadas e eu aqui rindo feito abestado somente com coração a oferecer, onde fora pranto agora brando e a satisfação de saber que só verdadeiros me podem reconhecer... 

sábado, 22 de fevereiro de 2020

Ilogicamente seguindo...



Mero e grato espectador, meu trono ao relento, um rei sem súditos ouvindo a conversa do mar com o vento, a lua por abajur, cama na areia e foda-se se a lembrança já rareia na mente de tantos inconstantes, "Insignificante", no olhar de muitos foi lido no decorrer do longo vagar, mas e daí, mais nobre é a luta por serenidade e a estrada de míseras memórias vai ficando pra trás no retrovisor do tempo, anônimo, eu sou a ilógica que desprezas e o sorriso irônico da noite a cada bela tomada de cu ao que estupidamente prezas e a fé enfim se renova nos acasos que hão de vencer todos os descasos...

domingo, 16 de fevereiro de 2020

Oração sem sujeito


Sorria, sorria, de tantos sorrisos, uma chuva de granizo, deixar de dizer não poderia, às vezes a alegria alheia dói, sabe...nesse exato momento tem gente feliz com recentes segredos inocentes, assim como há histórias chegando ao fim, desencontros, colisão de mundos, o "sim", perfeito oposto de mim, aqui no peito, uma lei: Eu não insisto onde sinto que não existo, meia volta, partir em silêncio, tantos sentimentos levados pelo vento, ah, esse sorrir que não me cabe, ao menos não por muito tempo, na letargia do dia permaneço porque não sei mais o que faço, etílicas multidões, seus barulhos e carnavais e eu acho tudo isso um saco....

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

Troco ideia com o silêncio...




E então o findar do dia, outra vez o cenário escurecendo, de vazios bem entendo às voltas com o tédio em meu caminho de marasmos, agora o sarcasmo da lua sobre minha alma nua, céu de veludo, vagando pela praia despido e mudo, não, não é um happy ending ao som de gaivotas, não há novas esperanças, nem tampouco a espera de uma volta, tempo corre, tempo voa e a velha prece ecoa pelas paredes do quarto abandonado do peito, o sonho utópico desde os tempos de escola sobre aquelas moças legais que a gente só encontra em filmes e livros, será, será, meu Deus que um dia de mim mesmo me livro?

domingo, 9 de fevereiro de 2020

Mar e monotonia



Máscaras, eu vi máscaras de alegria, ode à monotonia, na boca ao invés de um beijo, um bocejo, miragens, miragens, não, não era coração, tudo não passava de reles imagens e segue a dura busca, às voltas com o vazio sem tamanho, pela cidade de alma maquiada só me cabe ser estranho, belezas de vida fingida por toda parte, boas intenções por atuações, injusta troca, paciência é uma arte, esperas são sempre uma droga, permanece a fé nas pessoas raras, há muito tempo transborda o peito sem ninguém pra amar, tanta, tanta gente "cara" e eu escolhi não pagar, puta que pariu, sábias palavras de Gil, "Gente estúpida, gente hipócrita", outra vez preferi o mar...

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

A ciência da resiliência



Manhã fria, lá fora o asfalto úmido e aqui neste quarto, olhos, ó dia, perdão, mas é que infelizmente hoje não consigo dizer "prazer em vê-lo", um vento violento havia posto abaixo a casa de amor erguida na paz da minha mente, emergi de um pesadelo, como demorou pra sair dos escombros de um sonho que desmoronou, mas entre danças e andanças de solidão pela cidade, quão perfumada é a serenidade quando chega, vida de (des)acostumar, agora às aves e às árvores atenciosamente, sincero azul do céu contra o desespero por trás de sorrisos amarelos e a vergonha que restou pelo que pretensiosamente chamei de "meu", de toda beleza da rosa que colhi, só restara a lembrança da dor de espinhos, o sol, o sal do mar que antes feria a pele voltara a trazer alegria, estava enfim bem novamente sozinho...

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

Silêncio audível, coração mudo


Incertos chãos, incertos chãos de contratempos e débeis acasos, ardis no peito por tristemente ter caído em si que naquele olhar não encontrei o devido respeito e como de praxe e sem mistério, em vista de tantos critérios, por último sempre o velho coração, ah, os "nãos" que o silêncio grita e me deixa à deriva no mar suspenso do lindo céu de estrelas, tão belas noites de sonhos vãos, num mundo onde me sinto estúpido, quase, quase sempre ausente, estranhas portas que bati sem ter resposta, ninguém ao lado, a noite por maior testemunha, era agora o mar meu mais fiel confidente e o tempo, meu advogado, palavras minhas que já não tinham força, nem peso, palavras minhas que não adiantavam, não sei, acho que ontem senti olhos tristes me fitando à distância, enquanto do alto de algum viaduto me perdia na tranquilidade da cidade já bem tarde, cá com a minha sacola de insignificâncias....