quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

Aquela velha espera vã...


Memórias, esquecido, talvez vivo só em arquivos de quem há muito partiu, você também já não teve essa mesma impressão? Excuse my language, puta que pariu, um pensamento retrô ambulante, um espírito ora vagando, ora como um livro empoeirado, deixado de lado na estante, ultimamente sentindo-me assim, como se ninguém mais lembrasse de mim, de "afortunado" sou perfeito antônimo, fracassado amante, um anônimo, aquele platônico de sempre, longe do campo de visão e de muitas lembranças, ó, terras áridas que pisei até que depois de muita caminhada, em alguma longínqua calçada me deparar com esperanças em forma de pequenas folhas, eis então o último dia de outro péssimo ano e eu aqui ainda à espera da mágica de um abraço que acolha...

quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

Véspera de natal, gordinho na bike...



Voando alto e vagarosamente, foi-se a saudade, vôo solo pela cidade de avenidas semi vazias, as luzes, os enfeites, era então a solidão o meu maior deleite; traz paz, as crianças alheias à tudo, correndo e sorrindo, não mais, outros tantos envelhecendo, já de partida, quase término e agradecendo por chegar no fim de um ano que para muitos foi o fim da vida, muito, muito estranho, cara, duro até pro coração de um anti social, na noite de natal tudo que eu via era apenas tráfego, registrando as imagens à beira do asfalto sem espantos ou baque, agora apaziguado pela visão daquele alegre casal de velhinhos, eu, o gordinho na bike...

sábado, 19 de dezembro de 2020

Parado em frente à vitrine do ontem...

 


Tristes versos na antiga folha de papel almaço, a inimiga número um da fé é a ilusão, eu agora sou um traço de memória, eu sou a trajetória interrompida de um sorriso após a dor de um coração, ah, quantos contados d'entre os esquecidos e superados, noite afora, parei em frente à vitrine do passado e só pude ver no máximo névoas de boas lembranças, agora me diz quem lhe quererás por seu, à quem contarás das tua solitárias andanças, ainda há pouco sentei e chorei em marte, lugares, ó, lugares que tanto quis, até achei, mas verdadeiramente nunca fiz parte...

domingo, 13 de dezembro de 2020

Um lamentinho...

Um dia um singelo "até logo", hoje cruamente "nunca mais", sob ventos outonais agora sem destinatário tristemente baila a velha carta desprezada pelos ares, pelo mundo afora olhares se cruzam pela primeira vez e aqui amor continua traduzindo-se em "escassez", as inalcansáveis coisas mais simples, entra ano, sai ano entre esperas vãs e solidão, ó, quão dura ainda é pra muita gente a sofrida trajetória 'té que enfim se possa pegar na mão...

domingo, 6 de dezembro de 2020

"Quatro olhos"...

 



Anos atrás, tempos escolares, "bullying" ainda não se ouvia falar, mas a verdade é que estava, sempre esteve lá; um dia entre os indefesos, no outro entre os ofensores, atenções que uma criança anseia, ganhar notoriedade às custas da vergonha alheia, coisas que muitas vezes só se aprende sentindo na pele, fere, é, os pequenos podem ser cruéis, mas um dia o amargo sabor da derrota, convenhamos, não é a tarefa mais simples da vida a nobreza de se auto admitir "idiota", agora algumas nítidas lembranças de sorrisos de amigos arrancados e tanto que se poderia ter tratado melhor, décadas depois, bicicleta e eu, um "quatro olhos" sábado à noite sem amor, tão somente só...

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

Ignorando flashbacks

 


Ode aos que perderam e perdem, ó, sonhos vãos, entorpecidos descendo rio abaixo numa correnteza de ilusão e que assim seria, não, muitos pais não nos disseram, desacordados e agora amargamente despertando, lá embaixo só as pedras e ferimentos internos nos esperam, no céu um arco íris após a chuva triste se abriu feito leque, agora em meu rosto uma tarja naquela velha cena do beijo, anônimo, sujeito oculto e só assim pude em paz prosseguir, ignorando flashbacks....