segunda-feira, 27 de abril de 2015

Tinha...






Três e pouco da manhã, fim-de-semana,
houve um tempo em que eu curtia muito
Titãs e Legião Urbana mas hoje em dia eu
sei perfeitamente porque os amo incondicionalmente!
A maioria das pessoas que fazem menção de destino e
maturidade são as mais insanas da nossa cidade, e eu só
queria ser menino um pouco mais antes de tentar ser o que
o mundo ao redor deseja, aonde quer que esteja nessa vida,
aproveitar minha infância interrompida pelas pretenciosas
influências e após cada período chuvoso, até aonde a vista
alcançar, tentar enxegar primavera, olhar o mar sempre como
se fosse a primeira vez, ao longe posso ver a melancólica silhueta
de uma menina sozinha, antes de saber da existência do amor queria poder
lembrar daquela ingênua paz de espírito que eu tinha...

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Vômito rosa






Lá fora brilha o dia azul, acho que algo  morreu no fundo dos olhos, tu e eu, óleo e água, a metáfora por assim dizer da mágoa persistente entre a gente, sonhos intranquilos, versos recitados entre os dentes porque meu peito dói de tão frustrado, alma torta, e o que te importa, é só mais um desprezado à implorar por serenidade, do chão eu via a sanidade acenar pelo retrovisor do veículo que se distanciava; ó, Deus, tenha dó da minha dor que já são mais dez anos só, de amores morto de fome, e nas tristes belas palavras da minha querida lá, "Divertindo gente, chorando ao telefone", tão ridiculamente engraçadas eram as minhas intenções de algo pra durar, infelizmente é assim que muita gente feliz por aí irá lembrar de mim, um rejeitado, aquele pobre coitado que nunca mais se viu, à puta que pariu com tudo que sentias, mas o que o acaso não sabia era que alguém fora do radar da vilã má sorte estava por vir afim de dar um jeito nos meus cortes, alguém que não vai ligar para minha pele comum ou meus bolsos vazios, o semblante um tanto sério e o interior ultra macio, sim, ela será um bom lugar para descansar, e brilhará o dia azul, na praia o mar há de beijar a areia calmamente, ah, e sobre aquea fria moça que atormentava a mente problemática que mal suportava de tantos "ais", sabe, meu coração hoje
nem sente mais!

sexta-feira, 17 de abril de 2015

Por um amor que curta bike



 Solitárias paisagens urbanas
de estranhas ruas por onde passo,
refletia o refrão da calma canção
que repetia:"Ninguém disse que 
seria fácil", e essa constante sensação
de falta que carrego pelo asfalto das
avenidas dos bairros já silenciosos,
outra pobre criatura sem entender os
misteriosos planos divinos para se chegar
ao fim sozinho enquanto a grama do vizinho
continua bem mais verde, ver-te chegar, ver-te
voltar, ah, devaneios, sonhos meio que utópicos
que meu peito traz e nunca mais tive com quem
falar à respeito, assim meio encurvado num mundo
onde Deus nos quer com a coluna ereta, humildemente
confiantes, e eu aqui nostálgico como antes sob o pálido
céu de parque em doces preces por um amor que curta bike...

segunda-feira, 13 de abril de 2015

E assim monologou este zero à esquerda...






O cair da tarde, a lua já à espreita por detrás das nuvens
cor de laranja, a melancolia invade a minha rua sem saída,
e lá se vai um pouco da vida, lá vem, lá vem e vem pra machucar
com  excessiva beleza, oh, quantas noites lindas ainda hei de testemunhar
de braços dados com a tristeza até que um dia venhas, eles sempre dizem
à mim para que mantenha a calma que virá o que há de vir, "Ver pra crer",
sob a penumbra do céu tranquilo, um louco à indagar:"Cadê?!"; Me chame
de ninguém, me chame de intruso, para onde teria ido toda a simpatia que
empreguei sobre aquele coração confuso, outra vez não obtive uma resposta
à altura, indiferenças à toda e qualquer tentativa de candura vinda de mim, desprezo
ao meu simplório mundo desinteressante, um único retrato teu furtado na minha estante semi-vazia, tão duramente foi como enfim compreendi porque teus "Até mais" tinham som de "Nunca mais" e a dolorosa tarefa de esquecer à quem divertimos com todas  nossas desastrosas declarações de amor, um náufrago à deriva no espaço, um poeta com postiço nariz de palhaço à borda do trigésimo andar do prédio de todo o tédio que meu gostar  te proporcionou, pequenos riscos nos meus discos, e a decrescente esperança da criança grande de fato, Legião Urbana 5, Los Hermanos 4, ouvindo ao cair da tarde, e daí se eu também cair?!

quarta-feira, 8 de abril de 2015

A saudade




Noite alta, o blues do som
da gaita, a baita falta que sinto
daquela menina toda vez que sento
sozinho no ponto de ônibus ali da esquina,
e vai partindo, e vou perdendo, o transporte
que costumavas esperar desaparecendo no horizonte
do asfalto das 22:30, é, sumiste, névoa apenas, uma
pena eu não ter sido aquilo que esperavas, triste sem,
triste sem, lamentos, frustração e um pouquinho de azia,
well, foda-se a poesia do momento, as pobres palavras de
um menino falho infeliz pra caralho...

quinta-feira, 2 de abril de 2015

Velho tênis





De tão perto, bem não coube
e eu nunca soube ao certo do
que realmente gostas, com as
gastas solas do tênis surrado
deixei o ego de lado e saí à tua
procura em meio à loucura do
dia caótico, eu, o mesmo cão
sem dono neurótico de costume,
a rua deserta após tua partida,
a porta da vida deixada entreaberta
mais parecia um abandono de lar,
e era...o fim da primavera, resquícios
daquele teu cheiro familiar em algum
canto do quarto de solidão, oh, quanta
falta faz, acho que fumei demais, eu sei,
pra onde cê foi que até hoje não te achei,
aquela certa idade, e este fracassado à vagar
com seus cadarços desamarrados já nos
confins da cidade em tua busca, tão, tão
brusca tristeza, só o mar não me abandona
e o céu sempre me cobra, de tão longe e
escasso agora havia espaço de sobra....