quinta-feira, 2 de abril de 2015

Velho tênis





De tão perto, bem não coube
e eu nunca soube ao certo do
que realmente gostas, com as
gastas solas do tênis surrado
deixei o ego de lado e saí à tua
procura em meio à loucura do
dia caótico, eu, o mesmo cão
sem dono neurótico de costume,
a rua deserta após tua partida,
a porta da vida deixada entreaberta
mais parecia um abandono de lar,
e era...o fim da primavera, resquícios
daquele teu cheiro familiar em algum
canto do quarto de solidão, oh, quanta
falta faz, acho que fumei demais, eu sei,
pra onde cê foi que até hoje não te achei,
aquela certa idade, e este fracassado à vagar
com seus cadarços desamarrados já nos
confins da cidade em tua busca, tão, tão
brusca tristeza, só o mar não me abandona
e o céu sempre me cobra, de tão longe e
escasso agora havia espaço de sobra....

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