quarta-feira, 25 de junho de 2014

Trocando uma idéia com a rejeição...


Eu disse à ela,
minha última relação foi
um super ménage de solidão,
a boemia das ruas vazias, as canções
tristes no rolé de bike e a menina dos
meus sonhos que ainda não existe;
eu disse à ela, desprovido sou daquelas
sutis superficialidades que toda moça
adora, please, não olhe agora, sofri outra
queda, a ingenuidade do meu quase puro
amor é mesmo uma merda, o raio que o
parta com as minhas miseráveis cartas, tenho
trocentas frases ensaiadas caso um dia a encontre
e o dobro de flechas de sentimentos mal sucedidos
atiradas no peito por aquele velho estúpido cupido
em dias que julgava "bons", eu disse à ela em um tom
mais baixo que eu não me acho assim tão importante,
todos os meus ex-amores estão em outros braços no
mesmo instante em que me vi sem graça, falando sozinho
no divã imaginário do banquinho da praça...

sábado, 21 de junho de 2014

Solidão de letra, nem sempre se tira a.




O murmurar das águas,
continuo não compreendendo
o mar, cá estou há quase...vinte minutos,
nunca fui astuto, confesso, um dia fui atingido 
por "raios repulsivos" da invisível tormenta e 
agora quase ninguém me aguenta, não, não é uma
doença de pele, é uma espécie de febre que fere alegres 
almas, eu sou a calma, eu sou um torto matando tempo 
vagando pelo mundo, eu tô sendo morto pelo divagar dos 
segundos, claustrofóbico no pequeno quarto do tédio, um
catastrófico amante com uma vasta coleção de instantes
teus como livros desorganizados nas estantes da minha
biblioteca inativa de memórias, eu sou o alvo mas ainda
não fui alvejado pela insanidade, é só solidão sem solidariedade
em minha direção, sozinho num dia de lazer, ei, moça, eu sei que
da tua parte não é "muito prazer", tá tudo errado ao meu redor,
ei, céu azul, tenha dó, meu reino por um novo amor no feriado...

sábado, 14 de junho de 2014

Em alguma parte da cidade...



Em alguma parte da cidade
ela sorri entre estranhos enquanto
um tolo ignora rumores e tem por
consolo dedicar-te amores sem
tamanho; em alguma parte da cidade
mentiras encantadoras ao teu ouvido
enquanto o desenho colorido do teu rosto
desliza calmamente da minha impressora,
já é bem tarde, na tua boca um beijo, na minha
um bocejo, em alguma parte da cidade alguém
te come e some, e sob o consentimento do céu outro
alguém te carrega na memória mesmo sem ter teus
sentimentos,  sexta-feira sem estrelas, o brilho opaco
da lua, um herói falido sobrevoa tua rua, a visão panorâmica
de você outra vez voltando pra casa sozinha, prefere assim
à um dia pensar em ser minha, em alguma parte da cidade,
saudade....

quarta-feira, 11 de junho de 2014

O vadio e o vazio








Vagabundo esquecido
vagando pelo mundo
escurecido, já nem importa
quantos graus e quantos degraus
até alcançar o teto da noite; assim
meio solitário, meio míope, é que
as lentes dos óculos de certo atrapalham,
ah, a visão perfeita desse céu estrelado de
hoje sobre mim cairia bem melhor à olhos
nus então eu vim sem...ouça, moça de frágeis
lábios castos que há muito mora em minhas
memórias, tudo culpa tua desde o dia que me
confundi, uma fatia da lua, um fondue, reconheço,
me fodi, fiz uma pausa na caminhada em algum
ponto da estrada onde não pudesse ser encontrado,
ando meio cansado, tô numa de desapego, mas não
nego, ainda encantado...