domingo, 31 de março de 2013

Solto



Amar o mar,
céu de pincel,
um porco imundo,
um pouco de corpo
no mundo, colar de
miçanga, a mão de
Deus, um pé de
pitanga, o sonho
de tê-las, estrelas,
esquecê-las, todas
aquelas que se chamam
"elas", lembrar que
se tem o mar pra amar,
e um pincel pra pintar
o céu...

sábado, 30 de março de 2013

Alegria, alegoria...



 Alegria, a menina dança
e quase nunca descansa;
ela ria demais, ultrapassava
sinias vermelhos, e passava
tempos sem se olhar no espelho,
apesar da pouca idade, ignorava
a vaidade, implorava por barulho,
um mergulho no mar, e já nem era
mais a mesma da beira da praia,
uma resma de papel só para espalhar
as folhas pelo céu, o vento lhe subia
a saia sob aquele verão, e cês nunca
mais a verão assim, a menina cresceu
e enfim desapareceu, o dia escureceu,
enquanto eu estava ali parado, e o passado
converteu a alegria em alegoria....

quarta-feira, 27 de março de 2013

Ingênuo




 Comecinho de agosto,
a visão meio turva, provou
a chuva, sentiu desgosto,
detestou a cor, "Ode ao desamor!",
gritaram seu olhos sob os óculos, e
choveram primeiro dentro de si, depois
choveu no mundo inteiro, o  moço e a última
carta que a entregaria encharcada no bolso...

domingo, 24 de março de 2013

I'm not okay...

 Descolorindo, a agonia de um dia lindo
refletida no sol, me sinto só; ela é como
uma criança má, brincando de não me
amar, tua lembrança é uma canção triste
insistentemente tocando na minha mente,
e o amor que nunca tive, mas agora eu choro
pra me ver livre, ela é tão amável, e eu aqui
tão pouco saudável, há de passar, como tudo
passa, olho o mar e não vejo graça, sou filho
de ninguém, sou um anjo maltrapilho descalço
caminhando sobre um céu falso, eu não tô bem,
fim-de-semana, eu tenho uma amiga americana
virtual, e tudo que pude dizer à ela ontem foi:
"Hey, I'm not okay..."

quarta-feira, 20 de março de 2013

Adoçante

 Após a incerteza, leveza...
o fim da greve do peito,
o jeito perfeito de não ser,
além do ser que respira e
se inspira na tua maneira
peculiar de falar asneira,
lindo, rindo muito, por um
breve momento o mar sem
vento, e tão suavemente,
o inferno sem gente, um inverno
sem neve, leve, essa tua doçura
dietética além da pôrra da estética,
a cidade bem mais simples contigo,
simplicidade, calma da alma, leveza
após a incerteza...

segunda-feira, 18 de março de 2013

Era uma vez a menina que virou canção...

No meio do nada,
olhos espertos fitando-me
através do teto em plena
madrugada; aproveitando
o ensejo, descrevo o que
vejo, a garota com a blusa
rota, mas não posso ver seu
rosto exposto ao sol, aquelas
botas velhas sobre nuvens de
um céu sem respostas, mas
ela nem quer mesmo saber,
e se chover, bem, ela toma
banho nua, verdade seja dita,
poucos na rua verão o verão
brilhar entre seus dentes, em seu
sorriso mais louco, quase agora,
ainda há pouco, e pouco importava
se ninguém prestava atenção enquanto
ela girava contente, até se tornar uma
canção, na qual acordei na mente...   

domingo, 17 de março de 2013

Beatnik "axaponado"


Ob-La-Di
Ob-La-Da, 
enfim uma mão
pra segurar, esperar
o "Seu carteiro" o
ano inteiro? No más!
Ela te ama porque
o amor não se compra,
e eu sou apenas uma
foquinha à sombra de
um morangueiro, esperando
Eleanor(ou seria Penny),
apenas divaguei, haha,
também porque lá vem o sol,
e eu normalmente estaria só,
ah, não, lá vem, sei, de amor
não morro, mas...SOCORRO!

quarta-feira, 13 de março de 2013

Em relacionamento sério com o mistério do vento.


A última folha da árvore caía,
a vida é o vento, eu sou o lamento
do dia, então um sopro, sofro porque
muito penso, e pouco importa se doa,
pertenço, mas ela não se doa...
meu primeiro verso te escrevi no
verso de uma embalagem de sanduíche,
era uma tarde triste, aliás, em tom lilás,
'xeu ver...choveu? Não lembro, era quase
dezembro, e eu não tive escolha, quando
te vi sob aquela árvore crescendo
as primeira folhas...

terça-feira, 12 de março de 2013

Momento "plástico-bolha"...



Ah, esta estranha manhã,
e nada me impede de contar
que saí de alguma letra do
Radiohead, sei lá, talvez
aquela que fala de querer
mais num mundo de artificiais,
sei lá, também poderia ser
aquela do esquisitão em busca
de atenção, e não a ter por
não ser do tipo convencional;
você é a tal, vendo o mundo
por cima das nuvens sem muita
pressa, fazendo "vista grossa",
ao que lhe interessa, mas eu
não tenho os estereótipos de
perfeição que você sonha, bem,
eu fumo maconha, tenho tatuagem,
mas nada disso evita o teu desdém,
talvez a causa da falta de vínculo
seja o fato d'eu não ter um veículo
pra te levar pra casa, ah, se eu
pudesse ser quem desejas o tempo
todo, e me entristece pensar que
não pretendo me esforçar pra ser
teu tipo, não, eu não me "vendo",
e realmente não sei pra onde vou,
na ilusão de um dia ser amado por
quem eu sou...

sábado, 9 de março de 2013

quarta-feira, 6 de março de 2013

Rei do abandono





Eis o rei da praça
onde ninguém passa,
e passarinho nenhum
pousa, eis o lugar onde
ela não ousa estar;
ver-te, ah, sem previsão,
lá o verde é quase escasso,
é como o espaço sideral
sem teu corpo celestial,
um chão de incertezas,
um céu sem surpresas,
e nada me acontece assim
de súbito, sequer sou meu
próprio súdito, não acato
minhas ordens, nem mesmo
me quero bem, praguejando
dias após dia com a minha
flor de mal-me-quer, pois é,
cão sem dono, rei do abandono!

domingo, 3 de março de 2013

Pôrra, Adriana!(Inverno, Vambora e Metade)







Um ano e meio,
"NÃO!", ecoa a
caixa do correio,
e até que partas,
que nem eu moro
mais em mim, ainda
aguardo cartas e afins;
o reflexo daquele avião
de partida no teu olho,
e o que me diz desse dia
em que fui mais feliz?
Bendito cisco, uma saudade
que traz-me desgosto, desde
que violentaste meu rosto,
desde que arranhaste meus
discos, mas de ti não me livro,
o teu perfume pela casa, o teu
cheiro dentro de um livro, e
esse destino malvado, sem dó,
sempre me querendo só, "Vem,
vambora", eu só queria estar
lhe dizendo, e que não estivesse
doendo, onde será que você está
agora?

sexta-feira, 1 de março de 2013

Relutante



Quanta garota esperta
cruzou a praia deserta
do meu peito sem dar "bola",
essa areia quente e macia sob
o sol do meio-dia, e o vento suave
brinca de se equilibrar na linha do
horizonte amarelo, graciosamente
à bagunçar teus cabelos cor de caramelo,
doçura, as uvas verdes dos teus olhos que
trazem a cura pros meus "dodóis" de solidão,
ah, essa imensidão que há no universo do teu
olhar relutante faz de mim pobre errante viajante,
acordei numa praia deserta, com uma mera
lembrança e nada mais, daquela bela garota
esperta que não olhava pra trás...