quarta-feira, 6 de março de 2013

Rei do abandono





Eis o rei da praça
onde ninguém passa,
e passarinho nenhum
pousa, eis o lugar onde
ela não ousa estar;
ver-te, ah, sem previsão,
lá o verde é quase escasso,
é como o espaço sideral
sem teu corpo celestial,
um chão de incertezas,
um céu sem surpresas,
e nada me acontece assim
de súbito, sequer sou meu
próprio súdito, não acato
minhas ordens, nem mesmo
me quero bem, praguejando
dias após dia com a minha
flor de mal-me-quer, pois é,
cão sem dono, rei do abandono!

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