segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

Despercebidamente segui...




Coração outrora pesaroso, hoje leve, solidão e fé nas rimas deste que vos escreve, tão, tão diferentes tempos de hoje, as sombras tomaram uma considerável parte da juventude enquanto meu olho hoje em dia mal se ilude, começou na infância, ó, quantas vezes nessa vida já não amarguei a sensação de gostar meramente à distância, irônico e sarcástico destino sempre me designando o papel de coadjuvante "platônico",, um misto de ternura e,tesão, admiração de longe sempre foi o que me restou, a parte que me coube, secretos olhares espontâneos e recíprocos, se em minha direção houveram, porra, cara, nunca soube...

quarta-feira, 13 de setembro de 2023

Vácuo...



Andanças, ardor, em nossas árduas vãs esperanças de amor e proximidades meros tolos somos em meio à solidão da cidade; te julguei "doce", te julguei " simples" e tão fria e silenciosamente me convenceste que eu não passava de um "simplório" violentamente equivocado, uns três ou quatro anos te imaginando ao lado, uns três ou quatro anos te olhando à distância e a fragrância da tua alma nunca chegara de fato ao meu jardim desolado, ora invisível, ora ignorado, ai de mim colorindo alguém tão insistentemente "cinza", meu sorrir agora melhor rima com "desistir", lembranças tuas, tristes danças no fundo do meu olhar conformado, te abençoei com a minha inexistência, te abençoei com a minha não insistência, hoje eu tomei um Tylenol com um bom gole de "Semancol" e da tua pessoa me pus a distanciar no retrovisor do teu veículo seletivo, coletivo, meu ônibus espacial já vem lá, hoje eu escolhi te dar um sumiço no vácuo do vasto espaço da minh'alma, hoje eu escolhi deixar de acreditar...

quinta-feira, 27 de julho de 2023

Versos do poeta hipertenso



Sob o brilho da lua o pacto silencioso do "cada um na sua", "desamantes", desamores, atores, atrizes, alguns até vivendo e outros tantos infelizes em ter que fingir que deixou de se importar, sei lá, coisas que fazemos em prol da auto preservação, juras e frases passadas que embaraçam o coração, imaginação, pra que te quero asas, "nós dois costa a costa contra o mundo", por alguns pareceu tão bonito e corajoso dizer isso assim explicitamente até cair em si que merda é soltar coisas intensas à uma pessoa rasa, porra, vida, tu bem sabes como tenho andado, estancou o sangue, virou ferida, um band aid no peito de um deixado, olhos úmidos de visão turva e assim sozinho pedalei na chuva, esperanças desfeitas, ninguém mais à minha espera, era eu inverno onde todo resto da cidade parecia primavera, sarcasticamente sorria e me olhava a lua, "cada um na sua", cá as voltas com o silencioso pacto, uma flor convertida num gracioso cacto sobrevivendo no deserto urbano, entra ano, sai ano, dores estritamente minhas, "foda-se o que eu penso", li em muitos olhares que me deixaram, versos do poeta hipertenso...

quinta-feira, 5 de janeiro de 2023

Nudes rudes...



Seja lagoa, rio ou mar, para os pés dos cansados viajantes, água para renovar, bem como para os perdedores e desertores do amor só resta o solo, deveria ser assim deveria ser, para cada cabeça confusa o seu devido colo, mas é que as pessoas não assim tão "belas" por trás de suas telas, ó, duvidoso e enganador mundo virtual, silenciei os berros de felicidade e preferi pedalar sozinho pela cidade, não, eu não saí afim de ganhar ninguém na conversa, não, eu não tenho o dom da paquera, já tantas primaveras, me chame "louco" ou "sem noção", doidamente rio de cada um que de mim se envergonha e não faz menção, olha eu aqui, mundo, sem pompas, nem amigos financeiramente interessantes, a realidade materialista de hoje despreza poetas, românticos e afins e continuo assim, sensível e invisível como antes, amor pra mim, sei lá, talvez nunca, eu tenho uma aparência rude e uma flor de maracujá tatuada na nuca, as leis dos dias de hoje rezam que sejamos descartáveis uns para com os outros e foda-se, curtir e vencer na vida, pois taí que pausei lamúrias e lamentos afim de fazer as pazes com as cores, andarilho, do retrovisor do veículo da bonança distanciando ela me via, quando menos cinza estive ao longo da estrada vazia foi quando parei de dar tantos ouvidos à mim mesmo e passei a escutar mais a cantiga do vento...