domingo, 29 de dezembro de 2013

sábado, 28 de dezembro de 2013

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

sábado, 21 de dezembro de 2013

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

sábado, 14 de dezembro de 2013

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Ecos de gentileza e fantasmas domésticos

Um dia eu volto...
há um menino na terra, cuja sorte sempre erra
sua direção, estremece vez por outra, e a solidão
nunca o esquece, mas por essa o tio destino não 
esperava: a cada perda, o pobre menino deixava 
doces e flores de sua alma desprezada, a saber, 
atos de bons tratos por todos os caminhos que foi 
obrigado à desviar-se, e para cada "não" e "se", 
fantasmas domésticos ali deixados para assombrar 
solitárias noites de sábado dos que o deixaram de 
lado, aleatórias belas palavras aparecendo nas frias 
paredes de quartos vazios pelas madrugadas, o eco
ensurdecedor da minha dor e gentilezas dedicadas,
e quanto tempo atrás, muitos nem lembravam mais,
sete, nove vidas, bem mais para os insistentes amantes
que não mentem sobre diamantes, um salto para o nada, 
ai desse meu desprezível amor solto, mas um dia eu volto...

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

domingo, 8 de dezembro de 2013

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

...vezes nada.

O quarto dela,
um desenho sobre o
criado-mudo, ele quem
fez...a timidez nos olhos
por detrás dos óculos,
um mar bravio de lágrimas 
estancadas, madrugada,
faz muito frio, e o menino
não consegue chorar, lembra
que ela já nem o conhece mais,
mas verdade seja dita, saudade
mesmo é da paz da vida antes
dela, o olhar perdido na janela,
na calada da noite, calçada, no
quarto dele, dado por ela...nada.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

domingo, 1 de dezembro de 2013

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Coração, vago vagão!



"Ói, ói o trem",
triste sem, quase 
fim de novembro, 
o expresso-tempo 
voa, e eu continuo
fazendo parte do clube 
de um só membro, perdoa 
pelos versos que escrevi no
teu muro, mas é que quase 
todo amante que se preza é 
assim, imaturo; quebro a cara
e o tempo não para, outra vez 
a lua e a vida continua, não
sei o que é, mas algum José
num-sei-do-quê aí diz que
encontrou um negocinho
chamado amor, outro dia
uma fulaninha também disse
que achou, eu tô parado na
avenida vendo os dias passarem,
quantos minutos fazem que você
me deixou? 

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

sábado, 9 de novembro de 2013

O mundo ri do rei, o rei do mundo ri...

Beijos e bocejos, 
cama de gelo, o universo 
paralelo do pobre rei sem 
súditos à espera de cuidadosas 
mãos para lhe afagar o sono, 
a rosa rumorosa e o cão sem 
dono em mundos que não se
cruzam, cujas nuvens escuras
acusam ao menor calor do rubor
de rostos, 'té mesmo a  mínima 
proximidade de dedos, desgosto,
não há segredos nem novidades 
no previsível mundo do homem 
invisível com o coração partido, 
ser puro, qual o sentido? 
Quem se importa, quem se comove
se só chove no escuro atrás da porta 
onde meu amor se esconde, um "olá" 
da tristeza, "prazer em vê-lo", cama 
de gelo, beijos e bocejos...

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Ei, cara, encara o mar!

Ei, cara, encara o mar!
O corpo manchado de tinta,
cento e trinta, um edifício de
tristeza por andar, e você poderia
estar caindo do topo, deslocado
por um soco da noite cruel, saudade
de aviõezinhos de papel, "Eu queria
dizer que te amo numa canção", uma
vitrola nas alturas fazendo a trilha
sonora das últimas amarguras antes
de chegar ao chão; a vida diante dos 
olhos, a doce lembrança da bicicleta
presa nas grades da biblioteca, as pobres
cartas escritas pra alguém que talvez nunca
venha, simpatia, a incessante busca por um
lugar que tenha, e mundos mais interessantes,
existir e insistir dói do mesmo jeito, fitei meu
inimigo espelho outra vez e vi que não era
assim tão velho, escolho estar subindo ao
invés de caindo, com esse corpo manchado
de tinta, cento e trinta, um edifíco de alegrias
por andar que emerge no meio do mar!

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

terça-feira, 29 de outubro de 2013

sábado, 26 de outubro de 2013

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Cult movie(Querida)





A graça dos teus movimentos
nos momentos mais desengonçados,
meu cult movie, meu chá de camomila,
as antigas lentes das minhas pupilas te
filmaram indo embora há cerca de uma
hora atrás, o ônibus se afastando, a melancolia
chegando mais perto quando me sinto menos
esperto, pega minha mão e me leva pra terra
dos "nãos" porque na Terra do Nunca a gente
voa e é feliz, penso no formato do teu nariz e
meus lábios tremem, Deus, como é linda tua
imperfeição, meu doce sonho sem previsão,
quantas rimas sofridas pra que um dia sejas
minha querida?

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

domingo, 20 de outubro de 2013

Desperdício...

Um parto, 
alguém parte,
domingo à tarde,
ah, quem dera estar 
deitado ao teu lado 
em alguma cratera 
desabitada da lua, 
após um passeio à 
sós pelas ruas vazias 
das minhas memórias 
de decepção, devaneio 
sem reação, tento, não 
quero, me desespero e 
me declaro teu, a tristeza
acena e olhos nus nunca 
verão, ofuscados pelo verão, 
cena de um filme mudo, tuda
muda, e de repente já não era 
mais sol no céu...

sábado, 19 de outubro de 2013

Ah, se eu pudesse...

Lodo nas paredes de gelo
e quadros das mais variadas
lembranças idiotas, um aviso
de "Não perturbe" na porta,
um iglu no fundo do mar, é lá 
que fui morar, desde que tua mão 
invisível atravessou e tomou forma
sólida dentro do meu peito, rasgando-me
os orgãos, me deixando um pouco mais
órfão! Dias sem interação social, a visão
de uma nau naufragada, e nada mais além
do silêncio da escuridão, imensidão, a luz
fraca do sol lá em cima, rimas de um eremita
submerso sendo perdido de vista, sem notícias
suas, sem visitas, não tenho muita certeza, acho
que tentaram me ligar de algum lugar, só que eu 
não estava lá, andei ocupado tentando dizimar
todos os vestígios do teu sorrir em mim, ainda
que sem sucesso, peço à Deus que me livre das 
tuas canduras, prometendo comer mais verduras, 
ser um bom menino, ouço um sino, uma campainha,
7:30 da manhã, tô meio rouco, acordei pra morrer
mais um pouco...

domingo, 13 de outubro de 2013

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

sábado, 5 de outubro de 2013

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Memórias à furtar...

Perambulando pela calma dos bairros já silenciosos,
sou aquela sombra que some na esquina, enquanto a
ex-menina dos meus sonhos dorme, e sorrateiro, resolvi
entrar de mansinho na tua mente, na qual fui atualmente
despejado, então adentrei me sentindo indesejado, só pra
roubar os últimos vestígios de mim em ti; quero atear fogo
nas memórias que ainda restam desse menino descontente,
baby, eu não quero que você simplesmente me esqueça, nem
só desapareça, preciso desesperadamente do teu menosprezo
pra não me sentir mais preso, fim do mês, quero me repudies, 
que me odeies de vez!

terça-feira, 1 de outubro de 2013

sábado, 28 de setembro de 2013

Ao encontro do teu encanto

Um passeio por ruas desertas,
flores amarelas no cesto da bicicleta,
a triste lembrança do calabouço e uma
carta no bolso pra ela, eu tô assobiando, 
indo ao encontro do teu encanto; os seres
e os cereias, vejo gente sorrindo na cozinha
daquela casa humilde e ela me espera sozinha
no seu planetinha em formato de fruta, a barba
hirsuta, o paletó surrado pra caralho, sou um
velho feliz pedalando pela canção de Zé Ramalho,
um chão de giz com desenhos de criança e toda a
minha infância ali rabiscada, e a calçada se transforma
num mar de nuvens, com cisnes e flamingos, estava
quase chegando no canto do teu olho, mas me perdi
na chuva tórrida do teu entristecer, acordei era quase
amanhecer...de domingo.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

O lamento do palhaço do palácio

Toda atenção
às belas vestes
de um rei sem coração,
todo o peso e desprezo
do reino ao bobo da corte
sem sorte, olhando a lua
com uma 3x4 tua no bolso
da minha blusa amarrotada, 
ridicularizado de risadas por
mais um dia, "ia", disseste bem,
mas não me deste permissão pra
ter razão, pisoteado pelo céu, eu,
plebeu de alma rota, um maltrapilho,
deixado por outra, à espera do fim 
por uma carruagem em alta velocidade
que me livre do mal que sou pra mim, 
amém!

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

sábado, 21 de setembro de 2013

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

domingo, 15 de setembro de 2013

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Melancolia injetável

Desculpa mãe, por ser tão distraído, e por estar caído nesse beco
sem saída da vida, me perdoa por estar à toa, me equilibrando na linha
do horizonte, onde o mar se esconde do olho humano, eu tô vagando e divagando sem plano de fuga, e à cada esquina novas rugas, eu tô envelhecendo por minuto,  o andar cada vez mais manso nessa incansável busca por uma nuvem de descanso sobre dias tão lindamente ensolarados, procuro o lado mais escuro do céu em plena luz do dia, depois da tua partida me tornei um filho dispensável, eu tô caindo da escada, eu tô usando melancolia injetável com uma seringa contaminada, talvez eu tenha uma overdose de tristeza, desfalecido no chão da incerteza, eu tô me equilibrando na linha divisória do asfalto movimentado sem pretensão alguma de chegar do outro lado, pode ser que eu morra para enfim ser encontrado, já que nasci pra ser deixado...

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Um final alternativo pro notável invisível...

Uma trajetória de tão poucos "sim"
e quase sem carinhos no caminho,
um notável invisível à beira do fim;
as imagens dos meus piores momentos
em câmera lenta, e as cenas aceleradas
nos melhores, familiares vozes falhas
dizendo-me coisas boas, identifico pelo
tom amável, encontrei todos os meus brinquedos
e revistas em quadrinhos que perdi na infância,
é um lugar de distância e nostalgia sem a luz do
dia, mas também não é noite, parece uma espécie
de período inventado, parece um sonho sonhado
por muita gente em tempos diferentes ao redor
do mundo, mas devem ter se passado uns cinco
à dez segundos depois que me deixaste, e então
choraste um mar de lágrimas corrosivas, me debato
em meus últimos instantes de vida, um ataque cardíaco
em um mar de amoníaco, foda-se, resolvi me salvar
em meus próprios versos, e faço tudo inverso, eu era
apenas um rapaz que atua no papel de um desafortunado
amante com muita saudade do teu coração, mas que na
verdade flutua num mar de maracujá no centro da tua atenção...

domingo, 8 de setembro de 2013

Rebobinar a fita do primeiro encontro(Talvez fazer certo dessa vez)

Ai, que ela, ah, aquelas maçãs do rosto,
e que desgosto é fingir não te ver com a
incontrolável vontade de te olhar dormir
pra sempre no lado mais calmo da cidade; 
nossa cena de filme, à cada vista todo mundo
some ao nosso redor, que é pra gente se sentir
um pouco mais só, ao invés desses miseráveis
olhos vermelhos, queria uma flor à mão pra pôr
no teu cabelo, queria uma caneta BIC encantada
de doze cores pra enfeitar tua atmosfera de dores
com rabiscos de todos os presentes que eu queria
lhe dar um dia, sei lá, muita coisa eu nunca vou
poder comprar, ao menos pra que soubesses das
minhas intenções de bem-querer, ao invés desse
semblante sem graça que te evita, queria rebobinar
a fita do nosso primeiro encontro, e talvez fazer
certo dessa vez, você e eu enchendo a cara de vida,
uma sombra de árvore dividida sob o sol da tarde
amarela, ai, que ela... 

sábado, 7 de setembro de 2013

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Dias submersos no universo de versos tristes


Finda o ano
no fundo do oceano,
já passa da meia-noite,
olho o brilho opaco das luzes
distantes dos fogos de artifício
na superfície sem o menor saco,
fiz de um recife meu leito já que
fui desabrigado do teu peito por
tempo indeterminado; já há alguns
meses que não tenho falado com
ninguém, e no âmago do amargo
vazio deixei-me cair no mar bravio,
lembro, fui afundando, distanciando-me
daquele dia azul pra voltar à morrer no
mais profundo estado blue, meu mundo
submerso, imerso em versos tristes, assim
tão longe de tudo que de mais belo existe,
cercado pela feiura de débeis sentimentos
opostos à doçura que me era por direito,
primeiro de janeiro, coração refeito pela
oração de um imperfeito, posso ouvir novamente
as canções que te trazem à memória na minha
vitrolinha coberta de musgo, acho que vou voltar
lá pra cima, que meu amor por ti não afundou
com o ano que findou no oceano...

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

A invasão do foguete em forma de pincel atômico

Anteontem
eu sonhei com ela...
sentado numa janela
insólita em órbita no
espaço eu observava
a delicadeza dos teus 
traços, e a minha menina
ainda adormecida de tristeza
no universo do quarto cinza, 
a TV ligada sem som, os cenários, 
os desenhos na parede de tudo que
ela sonhava naquele momento, ali
no canto parecia eu, ah, devia não
ser, mas era uma lembrança tão doce
que eu só queria muito que fosse, queria
muito ter de volta teu canto, invadir aquele
canto descolorido do mundo à bordo do meu
foguete em forma de pincel atômico só pra
bombardear de simpatia aquele péssimo dia
irônico, mas antes de te salvar...eu acordo.
 

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Esporadicamente bem...

Ei, olá nascer do dia,
sou teu viajante clandestino,
um menino infeliz que desdiz
tudo sobre o lindo céu que me
cobre, mas é que o universo ao
meu redor às vezes pode ser um
tanto perverso nesse mau costume
de ver-me sempre sozinho com meu
velho caderninho de versos, eu tô
pegando carona outra vez em uma
vagarosa nuvem, divertindo a má sorte
com a alma em cortes, as paisagens em
movimento, um vagabundo à bordo do
vento, vendo-a a todo momento, por toda
parte do mundo; cara, eu tô numa bad trip
de alucinógenos causada pela tua falta,
e vai piorando, devo estar pirando, ontem
eu vi teu olhar refletido na guitarra do pôster
do Hendrix, Alanis é o caralho, falo e farejo
teu cheiro no encarte do disco da Janis, pôrra,
girl, quanta saudade do teu beijo, e mais uma
semana sem novidade, lá vem, lá vem nada, 
pois que venha então segunda-feira, e venha
num salto do mais alto prédio, espalhando o tédio
pela calçada, é, aquele ali sou eu vagando às cegas,
cá com meus óculos embaçados, de invernais olhos
nublados de tanto chorar...

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Virgem(Teletema pra quem nunca deu as mão no cinema)

O vento sopra o som da melancolia,
teletema para um pobre rapaz que nunca
deu as mãos no cinema; fui desmascarado
em rede nacional, que eu era o tal virgem
de singulares afetos, sabe, às vezes eu me
sinto como um abandonado entre outros
fetos, não, eu nunca tive uma canção à mim
dedicada, e à cada término de dia sinto muita
falta de outra vez sentir-me mais esperto quando
ela teve por perto, eu nunca tive alguém pra ouvir
junto aquelas músicas de rádio que são peculiares
da madrugada, o silêncio do nada e tudo seria só nosso,
será que um dia eu posso? Anseio por suaves abraços após
pra nos fazer esquecer de finais trágicos, mas eu só tenho
essa caixinha de bombom com a minha vasta coleção de frustração, 
hasta la vista, quanta perda, una mierda, Deus, moçô, tenha dó, tão só,
já trepei, já fodi mas nunca fiz amor...

domingo, 18 de agosto de 2013

Psicodelia de um amante nordestino careta

Ah, a pôrra desse ãlcool
que rejeito por conta do teu beijo
que me inebria, a água fresca que
sacia a sede desse pobre peregrino
em caneca de alumínio, flutuei ao sol
no mar calmo da tua saliva, nossa rede,
máquina do tempo pra nos fazer esquecer
dos contratempos do nosso começo "torto",
um belo par, ela é a morte e eu, o morto,
de volta ao dia em que nos falamos pela
primeira vez, e se bem me lembro era manhã
de domingo, desconhecidos perdidos no mundo
da insensatez, no desespero de não ser infeliz
outro ano inteiro, outro ano em que se renova
nossa carteirinha de assíduos adeptos de sonhos
falsos de "Teveilusões", sem planos nem previsões
de melhoras, mas agora a gente só queria um pouco
daquilo, à saber, amor tranquilo...

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

A menina mais bonita do mundo

No seu lugar... ela tem um sorriso discreto,
nem parece tão esperto, mas é pra lá de bonito
quando se abre que nem o sol saindo detrás de nuvens
de chumbo, o reflexo nas poças de um temporal que acabou
de desabar, assim é ela quando sorri, a menina mais bonita
do mundo...pra mim; ela fala pausadamente, meio sem graça,
e meu olho não disfarça o brilho ao fitar seus lindos lábios se
movendo, falando bobagem, e eu aqui, estúpido amante, esquecendo
do resto do mundo, a perfeita imagem celestial que eu vejo à cada dez
segundos nos buraquinhos da bochecha, e belas coisas bobas afins, 
ouvindo dela o que quer que seja, a minha alma beija a menina mais
bonita do mundo... pra mim.  Semana passada ouvi dizer que o dia mal,
com o dedo em riste,  chamou-a de tola, mas eu sei que ela só deixa pra
chorar antes de adormecer, queria muito ter estado lá, deitado ao lado, 
falar baixinho, uma música talvez, só que eu acho que ela me esqueceu
de vez, ah, vai que não, né, ah, sei lá, só sei que até hoje eu me apaixono
desde que pela primeira vez a vi, a menina mais bonita do mundo...pra mim...
no seu lugar.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Meninos não choravam(Contrariando The Cure)

Queria ter à mão
um ramalhete de flores
mas eu só tenho essas cores
das gotas de suor que escorrem
da testa e esse bilhete que improvisei
de um guardanapo de alguma festa que
não fui convidado, dois dias acordado, e
eis aqui o contraste do papel com o trapo
deste pobre traste, a barba por fazer, como se
tivesse nascido só pra ser vencido, e à cada
esquina da vida alguém pra esquecer, foda-se
se vai chover, mas peço perdão pela camisa
mal-passada, à espera na solidão da tua calçada, 
acho que adormeci, terias passado e eu não vi?
Foste embora? Por Deus, onde você mora agora?
A gente chove chorando na cidade porque já há
muito minha menininha some e consome meu peito
de saudade!

sábado, 10 de agosto de 2013

Distância nossa em quilômetros de canções de amor...



Entre cordas de violão
e prateleiras de biblioteca
um passeio de bicicleta, minha
mente percorre lugares bem
estranhos, onde vejo teu rosto
de todas as formas e tamanhos,
eu nunca ganho, eu nunca ganho!
Ah, como eu queria roubar esse
lindo azul de hoje, levar de volta
na minha máquina do tempo àquele
dia nublado, onde ingenuamente me
senti teu namorado, um conto de amor
que só durou um pobre encontro, trilha
sonora, penso em ti ouvindo Nara, morro
um pouco quando ouço Norah, longe, que
te sinto longe, e me ponho à perguntar a
que distância em canções de amor estamos... 

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

O canto do prezado desprezível...






Ah, estrelas...
queria porque queria
tê-las só pra enfeitar
o céu da tua boca morena,
pena que me tenhas por mero
chão, pois já te fiz um colchão
de nuvens no meu jardim de apreço,
mas sequer tenho teu endereço, ouça, moça,
olhai pra esse pobre rapaz e as inconstâncias
que a tua distância trás, minh'alma agora
implora por descanso, ali sozinho sentado no
balanço do parque, quase vem o choro, mas
eu tenho um consolo, eu tô assobiando Buarque...

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Babiot Mãos de Lápis de Cor

Caderno de desenho, lugar de onde eu venho...
fui rabiscado por um criador entediado num dia
sem sol, que por alguma razão deu-me vida em
uma casa dividida com pessoas estranhas, de
comum desamor, mas eu tinha tinta na ponta dos
dedos, e mãos de lápis de cor, coloria tudo que tocava,
que nem o dia em que tocava aquela canção do Roberto,
foi quando pela primeira vez me vi de peito aberto, foi ali
que senti o quão belo e triste era amar sem ter com quem
compartilhar; passei à quebrar a cara em minha busca
solitária, tentei doçuras de pinturas afim de agradar amargos
olhos que só me davam desprezo, tentei cartas com letras coloridas
e até versos de palavras doloridas, claro era o pouco caso do mundo
com a minha ingenuidade de tolo amante, chorava em consoantes,
ininteligível e gotas cinzas, me auto-denominei lar de frustração,
e assim nascia a melancolia...nos meus últimos dias na terra a simpatia
ainda me erra algumas vezes, até me ver bem cansado de ser rejeitado,
caio em si e decido voltar pro único lugar onde poderiam me achar bonito,
aquele lugar de onde eu venho chamado caderno de desenho...

domingo, 4 de agosto de 2013

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Azul que vejo, beijos no azulejo


Minto se disser
que ainda não
sinto, ah, doces
lábios teus que vejo
quase todo fim de
noite refletidos no
azulejo, mas é com
pesar que venho à ti,
espelho meu confirmar-te
que já não tenho; meia-noite,
ar cálido, o rosto pálido do
menino que sente ali sentado
no chão do banheiro, em um
batente à beira do abismo de
silêncio profundo, um herói
falido às voltas com o coração
partido, há duas esquinas do
fim do mundo...

sábado, 27 de julho de 2013

"Biclaração"(Declaração de amor através da caneta bic)



Afim de que fiques, ei, psiu,
planejei um vôo secreto pelo
céu de papel anil à bordo de
uma caneta bic, solitário inverno
naquela folha de caderno pela metade,
a tarde rasgada ao meio, e até hoje
me pergunto por que cê veio, por que
diabos não inventastes um pretexto pra
que esse nosso pequeno drama nunca tivesse
existido, e por que raios tua boca traz-me a libido
de um vampiro, sede, insaciável sede; vede o quão
dispensável eu me sinto, olha a chuva do meus olhos
que molha meu interior e faz do meu peito úmido, ao
menos tenho por consolo o fato de não estares aqui
nesse momento, nesse frio quarto vazio, baby, o céu
da minha boca está nublado sem a tua, e não é à toa
que a borboleta atua, finge com o dia que tudo ao redor
ainda é primavera, ah, quem dera, mil dias atrás que te
vi antes da perda, grande merda, mas só pra constar...
te escrevi.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

A memória mais doce...



Tanto querer,
e o que talvez nunca
haverá de ser; o som
da tua voz pela cidade
é meu canto da saudade,
entretanto, o encanto que
tivemos foi um sonho que
sonhamos cada um no seu
canto, quando a gente se
encontrava fora do alcance
do mundo, ninguém nos achava,
e achávamos graça como ninguém,
João, Maria e os doces, amém, olho
em volta e não te vejo mais, mas fico
com nossa melhor memória, daquilo
que aparentava um belo começo de
história, engulo o choro, lembrando
de você deitada no colo, beijos no olho...

sábado, 20 de julho de 2013

Saudades básicas...

Ensolarada tarde,
borboletas estomacais
talvez nunca mais...
é com pesar que esse desolado
amante com o paletó amarrotado
e sem gravata se põe à lembrar daquele
lindo nariz de batata, era uma vez, mais
de um mês que caí em um buraco, das
covinhas daquele rosto macio, e tão, tão
vazio ali dentro, com desdéns até do vento,
queria poder sair, não, queria ter nascido ali,
solitário e seguro, prisão sem muros, a lembrança
das tuas imperfeições perfeitas traz-me canções à
memória, daquelas que evito ouvir faz tempo, queria
saber que ela não me esquece nesse exato momento,
um triste "olá" do meu fiel amigo relento, escurece na
cidade, o sobrenome da noite é saudade, noite alta, faz-me falta...

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Sinônimos & anônimos

Tolos à noite,
no mínimo dois tristes
por andar em solidão
mal dividida, sem saber
no que vai dar a vida;
são vinte e duas horas,
lamentos nas janelas de
apartamentos mundo afora,
a bucólica vista da cidade
católica, tava escuro, mas
eu juro que vi um anjo de
blusa com listras, a menina
sentimental à chorar no ponto
de ônibus, nuvens de chuva
nas lentes dos óculos, um salto
pro vazio, e eu cá com as minhas
crônicas urbanas de asfalto, um
poeta ingênuo de bicicleta tentando
sarar dos açoites de frustração, cora-
cora-coração, tolos à noite.... 

domingo, 14 de julho de 2013

Efêmero incomum de dois gêneros



Perdoe se soar piegas, mas eu conheço aquele olhar,
um céu lindo e sem mais planos de alguém pra estar,
eu vi um avião no reflexo do olhar do garoto de entregas,
vi dele saltar um vilão em plena manhã de domingo, quem
dera o para-quedas não abrisse, ah, se eu lhes dissesse quem
era...
sim, era ele mesmo, com trajes de melancolia, aquele maldito
sentimento efêmero, amor, o incomum de dois gêneros, e eu sou
só mais um à procura de alguém pra tratar desse assunto, um triste
azul sem tamanho, queria alguém pra ser estranho junto, dividir algo
docemente tolo, queria deixar de ser que nem enfeite de estante, notado
por alguns instantes, e em seguida volta à condição de dispensável, como
eu tô cansado de ser tão amável assim, ó, amiga solidão, chega de usura,
eu quero incendiar a doçura que há em mim!! 

sábado, 13 de julho de 2013

Eu caí...

Aquele adolescente
com uma camisa fluorescente
lhe ofereceu um belo almoço
com música ao vivo, aquele outro
moço bonito te levou à um passeio
pela cidade de automóvel semi-novo
e uma caixa de bombons do lado, olha
eu ali parado na calçada, acho que vai
chover de novo sobre mim, uma nuvem
escura me acompanha nessa manhã de
primavera, volto à minha cratera sozinho,
machuquei-me na queda, meu bem, perdoe,
eu só tenho flores colhidas às escondidas em
algum jardim  alheio, no meio do caminho havia
uma pedra, havia uma pedra no meio do caminho...

quinta-feira, 11 de julho de 2013

A melancolia do fim do dia...

Ei, moça,
onde quer que esteja
ouça em alto e bom
tom o som do lamento
desse meu amigo vento,
que triste sonha junto comigo
há muito, muito tempo, enviando
apelos e trazendo-me lembranças
do cheiro do teu cabelo; sob o sol
da tarde que arde cá estou, sóbrio
e só,  lá vem, lá vem de novo a melancolia
do fim do dia, novamente volto  pra casa
sem asas, e antes de fechar a porta penso
em amor por alguns segundos, de quanto
mais eu prezo, mais desprezo eu tenho no mundo...

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Três e pouco...

Madrugada, três e pouco,
quase, quase louco, me reviro
de uma extremidade à outra da
noite, que jájá será manhã; me sinto
menos esperto aqui olhando pro teto
no âmago do meu abandono, um cão
sem dono e sem sono em busca de alguma
alegria no escuro, procuro mas não acho,
nem mesmo embaixo da cama...eu só consigo
ver quem não me ama no vazio do meu universo
restrito, eu só consigo lhe ver feliz, dançando ao
relento, tento, mas não grito, paro e converso,
quero saber sobre teu dia, você não dá bola, apenas
rodopia, ouço um pingo distante na pia da cozinha, cê
parece muito bem sozinha, sinto gotas vindo após o
meu olhar de apelo, ufa, foi só um pesadelo, despertei
com o peito cheio de "nada", três e pouco, madrugada...

sábado, 6 de julho de 2013

Inocência floral...




O mundo ri do meu andar
desajeitado e da minha falta
de formosura, mas meu coração
não nega a ternura que é esperar
lhe ter de volta ao lado, adorno no
bolso do meu paletó brega, doce
imperfeita, vem e enfeita as janelas
escancaradas da minh'alma triste, ó
tu, serena flor do vaso, eras uma chata
quando pequena, tornou-se adolescente
inocentemente solta, se puderes volta,
se quiseres, caso...

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Volta à fotografia

De volta ao ponto zero,
desejando novamente um
conto de amor sem muitas
dores, tempo para não, mas
bem quero flores para onde
quer que fores; voltei à viver
na cidade de terrenos acidentados, 
sem sons, de bonitos rostos em tons
acinzentados e em preto e branco, no
canto do olho perdi teu canto de vista,
antes mesmo de dar alguma opinião no
que melhor te vista, perdi minha amante
amiga, socorro, estou preso outra vez em
uma foto antiga, desejando novamente um
conto de amor sem muitas dores, quero cores,
quero cores, Deus, EU QUERO CORES!!!

domingo, 30 de junho de 2013

Feio(gelatina rejeitada)


Sou uma sombra na água
da poça, uma lágrima num
céu que não para de chover,
quem poderia me ver?
Após o almoço, todo mundo
espera ansiosamente a sobremesa,
eu? Eu sou só um moço sob a mesa,
olhe, sou uma gelatina rejeitada cá
com esse coração mole, dos males
o pior, de que vale tanta oração?
Felicidade, uma fila enorme pra
chegar lá, de olhos vermelhos em
frente ao espelho vivo à perguntar:
"Ei, feio, pra que tentar, por que
cê veio?", antes que esqueça, antes
de sair de casa pus o saco plástico
mais bonito na cabeça, no mundo
de pessoas tão bem desenhadas sou
apenas um rascunho em alguma folha
de papel amassada em algum lixo da
vida, isso, isso, isso, 'té porque minha
vida é um lixo!

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Versos da fria moça no kitinete da minha mente...


Por onde tens andado,
nesse exato momento
quem estaria ao teu lado?
Alguém lhe tem feito sorrir,
alguém a fez chorar ultimamente,
ei, sua demente, quantas pessoas
cê ainda terá de ver partir?
Ai, pôrra, sinto sua falta, mas você
nem precisa mais saber, há um incêndio
na cidade, e eis que é bem aqui no meu
peito, causado pelo teu maldito silêncio,
mais um gole amargo de ânsia por meses
de distância, uma vida de espera, jájá é
primavera novamente, quem sabe daqui
pro próximo ano você não desocupa pra
sempre o infeliz kitinete da minha mente...

sábado, 22 de junho de 2013

Moça, fique com o troco!





O ódio que te tenho!
De onde eu venho?
Nunca mais pude lembrar,
baby, eu quero saquear teus
pensamentos, quero teus olhares
de lamento, eu quero nossos
corpos atados, eu quero lhe
amordaçar com a lembrança
dos meus melhores sorrisos
à ti dedicados, baby, eu te quero
ao lado só pra te mandar embora
e tomara que chova, víbora sagaz,
maldita ladra, devolva, por obséquio
minha paz e morra!

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Sim de simpatia...

Lá vem, lá vem olheiras,
outra roseira desfalece,
alguém te trás na memória
há muito tempo, mais de meio
mundo te esquece nesse exato
momento; oh, quantos corações
quebrados e refeitos ao longo
do caminho, sem sol, sozinho,
quantas estações passadas e
nada de vir o tal dia perfeito,
farelos e pedaços de papel picado
espalhados pelo céu amarelo de
lembranças no decorrer dos anos,
danos e reparos, sorrisos raros de
criança à curar quem nunca mais
se viu, bem, meu jeito tolo enfim
te serviu de consolo, muito, mas
muito depois, quando já não éramos dois...

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Desenho invernal, amor infernal


Sou um fragmento
de um verso que lhe
escreveram há muito
tempo, a folha de caderno
rasgada justamente onde
haveria de te encontrar,
eu sou um sentimento sem
lar, ano após ano ao relento,
sob chuvas e estrelas, sou uma
nuvem de entardecer, sem saber
como foram escurecê-la, e então
tornei-me parte parte de um céu
nublado, fui apenas um sonho de
uma frase inacabada, uma estrada
vazia que virou cenário de poesia,
ei, olá, eu sou um otário sem ninguém
ao lado...

terça-feira, 11 de junho de 2013

12 de junho...

Amanhã é 12 de junho, dia de presente,
dia de gente cerrar os punhos e esmurrar
travesseiros inofensivos, mais do que nunca
amanhã o amor é nocivo; eu só queria poder
ser um peixinho, dormindo o dia inteiro sob
rochas do profundo mar da alma, buscando
calma escondendo-me do mundo...
amanhã eu não desejo disco nem chocolate,
tá bom, um beijo talvez, ah não, eu só quero
ser um cãozinho quietinho, que nem late nem
corre, tudo morre, e eu não preciso do suposto
"amor eterno", imploro apenas pelo fim desse
meu inverno interior, oh, cara, amanhã ela me
encara na escuridão, essa tal de solidão, amanhã
a pôrra daquela moça faz mais falta ainda, e aquela
música maldita me maltrata, jájá são cinco horas de
uma manhã vazia, poesia, rascunho, oh não, 12 de
junho, amanhã...

sábado, 8 de junho de 2013

Uma flor no telhado


 Imerso no imenso
mar suspenso de solidão
há um menino sentado no telhado;
uma borrão, uma bic, versos que
não saem, lágrimas que não caem,
a rua deserta à vista e nada mais,
cinza, cimento, sentimentos à serem
deixados pra trás, são mais trinta dias
de casa vazia chamada coração, 'té que
a alma seja uma extensão do azul mais
bonito do céu, era um menino feito de papel
transformado em flor de origami, mas com
perfume, e à cada escuridão, um frasco cheínho
de vagalumes...

quinta-feira, 6 de junho de 2013

De volta à cratera




Volta a tinta das cartas
que te escrevi à caneta,
novamente o cometa ao
céu, que a gente pensava
que fosse estrela cadente,
a flor de volta à terra,
volta o tempo, tornam os
sorrisos aos labios, voltamos
cada um à nossa devida cratera
em lados opostos da lua, tua cor
favorita, querida, de repente já
não lembro mais, teus "ois",
teus "ais", o som da tua voz,
os nossos nomes, tudo, tudo
esquecemos, outra vez anônimos,
nós nunca nos conhecemos...

domingo, 2 de junho de 2013

Pra onde eu fui?



 Nota do inocente amante desprezado:
"Naquela noite avistei uma estrela
cadente cruzar um céu decadente,
bem que poderia ser um cometa vindo
em minha direção, vai que assim não
atrairia tua atenção, destruir essa parte
do mundo onde me encontro caído,
desejei nunca mais pisar no mesmo
planeta onde você pisa, desejei não
querer mais saber do você precisa,
eu quero ser teu eterno poema triste,
o mais belo que existe, eu quero vagar
pelas linhas tortas de um estranho
caderno até que caia morto à tua porta,
só pra te deixar malefícios de uma alma
culpada, eu tô à beira de uma estrada
rumo à sei-lá-onde, baby, tô longe..."

sábado, 1 de junho de 2013

Órfão...






Mãe, me diz por que eu vim,
me sinto um bêbê deixado em
algum jardim cercado de cães,
eu tenho todas as minhas roupas
amassadas, afogando-me em águas
passadas; mãe...eu tenho um olho
roxo e não acho que algum dia voltará
ao normal, eu tenho uma anomalia no
peito que infelizmente me faz sentir tudo
perfeito...perfeitamente mal.
Mãe, esse mês eu fui abandonado outra vez, 
sei, nada disseste nos dias daquela dor antiga
mas eras meu anjo com uma cantiga silenciosa
nos olhos, e eu então chorei, vi, doía mais em ti
do que em mim, eu não sou bonito pro mundo,
mãe, eu caí, que solo tão duro, que muro tão alto,
mãe, quanta falta de colo!


terça-feira, 28 de maio de 2013

Que a tarde more em mim e que tu morras em mim!



 Fios dourados,
o brillho intenso da tarde
invade meu quarto fosco,
até parece que não vai mais
chover pelo ano todo, e eu
só queria dormir até morrer,
otário assim, por onde eu posso
cortar caminho para o fim, qual
o melhor atalho?
Me sinto velho e sozinho, eu sou
um menino azul à janela de um ônibus
cinza, esquecido pela garota de sorriso
amarelo, rancorosa, com seus sonhos
cor-de-rosa, e toda sua sentimental frescura,
oh, quão vazia, tal qual a noite, escura e fria...
 

domingo, 26 de maio de 2013

Esquecer...



TV à cores, o vento sopra,
sobra espaço no meu peito
escasso de amores, por tua
causa pus em pausa aquela
nossa cena, mas agora nem
sei se realmente vale à pena;
uma foto tua sequer eu tive.
então nada de pertences pra
levar ao declive das minhas
pobres lembranças, a inquietação
incinera-me por dentro, já há algum
tempo que o sentimento tornou-se
enfermidade, uma tremenda vontade
de fugir da cidade, não, creio que só
apagando tua existência de mim daria
o fim perfeito à minha infeliz insistência,
acreditei e amei sozinho no solo macio
da calçada encantada, mar do esquecimento,
agora um mergulho pra afogar o orgulho,
dentro d'água cá com minhas mágoas e
feridas expostas, desinteressando-me em
saber de quem tu gostas...

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Aos armados, aos mal-amados..

Em diferentes extremidades da cidade:
um cara no topo de um edifício, pensando
o quanto tudo têm sido tão difícil, céu cor
de marfim, e seu único propósito de vida
nesse exato momento depende da força
do vento, e um salto pro fim; do outro lado
da tarde, há um homem alado com os pés
plantados no chão, planejando um assalto,
em uma das mãos a beretta, na outra uma
borboleta que acabara de pousar, cerra o punho,
morreria no mês seguinte, junho, após um ferimento
grave num troca de tiros, suspiros, alguém finalmente
encontrou aquele outro alguém especial após entraves,
e assim segue mais uma historinha, a cidade e suas
diferentes extremidades, concreto, conflitos, um grito,
uma alma desarmada, uma flor nasceu na calçada... 

terça-feira, 21 de maio de 2013

Criança inventada...





Existe um sonho de infância
que até hoje carrego comigo, 
meu irmão e minha mãe logo
mais na frente, e desesperado
eu tentava estar do lado, mas uma
onda me arrastava pra trás, e eles
iam se distanciando até eu não
pode vê-los mais; minha barba
cresce, meu cabelo rareia, ninguém
ou pouca gente sabe, mas eu ainda
sou criança, pena, as pessoas só
enxergam crianças de pele macia
e férteis mentes vazias, um certo
tamanho, no mais sou só mais
um estranho que não consegue
acompanhar o mundo, no mais
eu tô no meio de um sono profundo
no meio do mar, mas nunca consigo
acordar, caminho por entre sonhos
alheios, passando por terras que não
pertenço, não importa o quanto penso,
não chego à uma conclusão que não seja
a de ilusão, vejo carros e pessoas se distanciando
todo dia, o dia todo, eu tenho duas missões
no tempo presente:sumir e deixar partir de repente...

sábado, 18 de maio de 2013

Falando de ti pra mim mesmo...

Onde tu esconde teus olhos
que me pego muitas vezes
na tortura da procura?
Qual foi a última vez que vi
minha linda, verei ainda?
Quando? Onde?
À cada sinal teu, menos ateu
e momentos amenos nesse mar
de silêncio, já nem me afogo, flutuo
e peço que volte logo, sinto uma
inquietação de infância, mas não
meço distância dos nossos olhares
na nossa conversa secreta, que aliás,
tanto faz porque você nem sabe, ei,
eu tô andando de bicicleta na chuva,
passeando pelas curvas das covinhas
do teu rosto, por onde for faço menção
do meu amor, e não consigo esconder
minhas linhas de expressão à cada sorrir,
meus amigos todos sabem de ti, noite de
sábado, pra onde você foi? Perdoe, eu não
sou um vingador mascarado, apenas um tolo declarado!