sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Melancolia injetável

Desculpa mãe, por ser tão distraído, e por estar caído nesse beco
sem saída da vida, me perdoa por estar à toa, me equilibrando na linha
do horizonte, onde o mar se esconde do olho humano, eu tô vagando e divagando sem plano de fuga, e à cada esquina novas rugas, eu tô envelhecendo por minuto,  o andar cada vez mais manso nessa incansável busca por uma nuvem de descanso sobre dias tão lindamente ensolarados, procuro o lado mais escuro do céu em plena luz do dia, depois da tua partida me tornei um filho dispensável, eu tô caindo da escada, eu tô usando melancolia injetável com uma seringa contaminada, talvez eu tenha uma overdose de tristeza, desfalecido no chão da incerteza, eu tô me equilibrando na linha divisória do asfalto movimentado sem pretensão alguma de chegar do outro lado, pode ser que eu morra para enfim ser encontrado, já que nasci pra ser deixado...

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