terça-feira, 26 de junho de 2018

O mais antigo amigo...







Ah, o mar, antigo amigo mar, os anos passam e demonstras o quanto vale, as energias tristes, vibes suicidas, tudo que desmotiva à vida, prosseguir, sim, tudo o que fizeste por nós, os "vales" que cruzamos, a capacidade quase sobre-humana de poder sorrir nessas horas, ah, o quanto disso já não tivemos da parte do mar sem ao menos agradecer, o dia correu ligeiro, prestes outra vez a escurecer e se não vou à ele, em mim estais como calmaria ou maremoto, surrando-me de tristes nostalgias ou trazendo-me á boca um assobio, pensar no lugar "paradisíaco" sem o mar nunca terá tanta graça, é noite, agora meu peito não disfarça solidão ao longo da escuridão da praia, mas então eis que ouço o som do teu pesado balançar, das ondas calmamente beijando a areia e meu coração já não duvida que ali, mais importante, aqui há vida pra perceber e saborear assim, nem é só pra mim, tanto faz, que seja pra bilhões e a minoria realmente tire proveito, eu não reclamo, eu não faço cálculos pra tentar entender, eu simplesmente agradeço e aceito....o mar, mais antigo amigo mar...

quarta-feira, 20 de junho de 2018

Quando nada se espera...





Ali corria o rio da vida e me vi só ao sol, vozes, confusão de estranhas vozes e rostos não familiares, almas de brilho opaco, despropósitos aos milhares, o vácuo do mundo, anos desbotados pelo acúmulo de mágoas e tudo o que mais ansiava eram alguns segundos de descanso com os pés n'água, mas um belo dia caí em si que não precisava ter pressa no ato de se curtir a solidão, não, já não era assim tão séria a morte e a beleza tão relevante, quando tudo o que me restava eram "migalhas"de instantes sob a mesa de jantar da maldita sorte...

sexta-feira, 1 de junho de 2018

Poderia ser verdade...



Eis outro ano previsível, agora uma prece, ah, se desse, ah, se fosse possível uma chuva colorida para me tornar visível, poder sair enfim na fotografia da minha cidade ao sol de um dia lindo, esquecer todas aquelas manhãs cinzentas e conduzir-te sorrindo em uma dança ao som de uma canção lenta sobre o gelo fino, contrariar o destino "que sempre nos quis só", tanto faz se o chão ruir sob nossos pés, foda-se, ao invés da queda, voaremos sob um céu imaginário, um belo casal de otários fazendo a diferença, indiferentes àquela velha descrença do mundo em nós...