quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

À mover-se...




E foram-se então os dias em que a via em quase tudo, agora já me vejo caminhando, anônimo, feliz anônimo, mudo e mudando, arriscaria "sereno" com a aceitação de ser pequeno, microscópico, um sensível invisível ante às escolhas de outrem, sob trilhos inativos de trem vaguei, um mar de estranhos rostos atravessei a nado, sob holofotes de atenções demasiadas eu vi enfado e sorrisos tão cretinos como aquele cigarro apagado no pudim desprezado, eu nunca, nunca entenderei lábios que não terminam sobremesas e verbalizam "amor" com tanta certeza, agora me perdoe pelo "feliz", por vícios de linguagem é que se diz, anônimo, feliz anônimo, sinônimo de "loser", tanto faz, agora já sem mais nada à perder, cara, eu vou torcer por chãos de tranquilidade sob meus pés ao invés de "morrer de felicidade"...

quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

O mar em mim



As lembranças apertam, as ondas me acertam, então o mar, o mais antigo dos ainda remanescentes amigos que de mim tanto ouviu injúrias, que compreendeu meus olhares de fúria e tão honestamente me abraçou em meio às lamúrias, um dia eu quis me deixar submergir, ó fugas, ó rugas, mas mesmo assim, calmamente convenceu-me a prosseguir, era uma manhã de chuva espessa, entre lágrimas e pingos nossa tristeza se fundia, entre prazeres, sorria, quem me maltratou não me viu quase morrer de tédio e marasmos, sarcasmos tais dessa porra de vida!

quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

Derrotismo versus auto controle


Gélidos olhares de derrota sob o ardor de um sol severo, cada vez menos espero, derretem as calotas no peito e o coração enfim "despolariza", eu tenho uma bucólica estrada em meu caminho e beijos de brisa, um andarilho esquecido, cujos punhos de nada adiantam contra a vontade do invisível, os dedos que quase sentem o calor da vitória sempre voltam à frustração da realidade, vergonha e fúria em meus crédulos olhos de ingenuidade, a beleza do céu me insulta, já me detestei de várias formas e só Deus sabe como lutei pra não desejar mal àquela filha da puta, sábias palavras de Marisa, "Não é fácil"mesmo, o ermo sempre foi o destino deste pobre menino, mas fiz do penar meu lápis de cor em anos acinzentados, ó quão difícil na vida é uma criança sozinha se recompor!

terça-feira, 19 de novembro de 2019

O homem a caminho do mar



Eu poderia ter as mãos sujas de sangue, eu poderia ter a maldade no olhar, mas cá estou distante e calmo, em menos de 15 minutos uma década em uma só colagem, se diz da cabeça do artista, "viagem", a lembrança de cada cenário onde ingenuamente senti a "constante felicidade" sempre me corrói, porra, como a sensibilidade dói, mas não esqueço de agradecer pela bênção do pleno desencontro, logo eu que sempre fui sacaneado pelo acaso, Deus maior que tudo não me deixou padecer tal embaraço, já nem lembro mais porque raios falta ela fazia, agora um consolador abraço de maresia, a areia sob os pés fadigados pra lembrar quem sou, oxalá esquecer quem és, no coração uma crescente doçura e um filete de amargura, esquecer e ter a coluna ereta agora têm sido minhas metas, eu poderia ter as mãos sujas de sangue, eu poderia ter uma maldade no olhar, mas na verdade morro de saudade da inocência, hoje sou apenas resiliência ambulante a caminho do mar...

sexta-feira, 15 de novembro de 2019

Amor sob a ótica do desenhista....



Fantasmas que vejo, lembranças que tenho, meu projetor ocular reproduz apenas velhas cenas ao longo do asfalto no solitário rolê de bike, cenários e sentidos que parecem ser só meus, aqui à indagar, para quantos corações nessa vida já não morri, tristemente frio, sorrio, ah, quanta gente morta pra mim, certas canções refazem memórias e rostos e enchem minhas sextas de desgosto, mas eu sei, cara, essa frustração não levou tudo de mim, 'té mesmo o limite da razão, agora noite ainda cedo, na boca ao invés de um beijo, um bocejo, dizer aqui venho, lembranças que tenho, fantasmas que vejo...

terça-feira, 5 de novembro de 2019

Impostor...


Impostor, se disfarçou de amor e me esfaqueou em meio ao roseiral, sangrei em um tão bonito cenário, primavera, achei que era, mas de repente era só o inverno mais quente da história, tentar, outra vez fadado à meras memórias e desacostumar; pensando bem sobre aquele ano, não, eu não era só mais um à espera do transporte urbano, não, era eu tolo em alguma estação à espera da próxima decepção, novamente o amor se revela "impostor" e me prega uma peça, ah, esse sangramento interno que não estanca e essa má sorte que não cessa!

sábado, 2 de novembro de 2019

Vibe:


O mundo...nascemos, vivemos doentes, alguns de tão sedentos de cura, a doçura impera e eis que enfim sãos...eu? Cara, eu sou um coração revestido de pobreza, frustrações e enganos, com tantos "adultos" no caminho, nada mais sou que menino entre desatinos, perdas e danos, mas ainda assim a fugir de pretensos maduros, a saudade é um muro à perder de vista como uma linha divisória semi infinita entre tudo que um dia nos significou e nós, vida de equilibristas, vontade de se deixar cair, vontade de não mais tentar, tantos corações com placas de "Não há vagas!", mas alguns milagrosamente encontram um lar, ó, ensolarados dias de vazio profundo, ó mundo...

quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Com a arma engatilhada insanamente dança o carma...






Desqualificadamente andei meia vida sob olhares supostamente mansos, sim, os sonhos simples dos "pé rapados" não vale tanto assim, mente, a boca, a pele que um dia admiraste ironicamente não era tão confiável assim e a vida gargalha, lhe esfregando na cara o preço do vosso pobre julgamento, olhos de lamento e confusão, olhos perdidos em uma descarada "incompreensão", mas os olhos do patife não podem achar pés desencorajados, desclassificados nos recifes, meus cansados pés passeiam pelos corais na maré seca, o fim da tarde e arde a decepção no peito de quem se achava "por cima da carne seca", maior e mais bem sucedido, agora uma piscadela do carma que sussurra "fodido", à esmo, vencido por si mesmo e com as mãos nos bolsos do meu jeans surrado sigo assobiando, "durango", honesto, falho e obviamente subjugado pra caralho...

terça-feira, 29 de outubro de 2019

Deitado....


Levantar...tem que dias que não passa de preguiça, mas nesse instante me sinto distante e meio que espiritualmente doente, opaco, fraco, um estranho vazio e amarga impressão que ninguém mais sente, algo pesado no ar, a tonalidade pálida dum céu de tarde cálida, sei lá, uma estranha saudade de lugares onde nunca estive, uma falta de algo que na vida nunca tive, ó, quão grande solidão é não ter à quem confessar nossos pecados de ingratidão, disperso, mentalmente à deriva nos mares suspensos do universo, a lembrança da maresia agora tomou conta da praia desabitada do meu peito, bateu-me uma vontade de nadar, hoje uma dura missão me foi dada: levantar...

sábado, 26 de outubro de 2019

Que perambula....




Morrer, morrer a ser quem matou, grato por ter sido traído e não o traidor, monólogos de asfalto, um nostálgico entre tantos festivos, um vencido entre pretensos vencedores, lápis de cores divinais para noites tão cinzas, visões felinas, tateando o nada encontrei uma solidão palpável, densa e tão intensa que nunca mais me soltou desde a primeira vista, versos à beira da pista e pouco importa se espatifou-se quando caiu, com a arma engatilhada insanamente dança o tio karma, tristemente calmo, aleluia, não fui eu quem traiu...

quarta-feira, 23 de outubro de 2019

Substituindo dores...



Agulhas que libertam, o ardor da pele ante as últimas fagulhas de um bonito sentimento que erroneamente chamamos "amor", dói, a alma dói com a ausência de calma e lembranças dos riscos que se correu em vão, agora dão lugar à outros riscos, ainda há pouco chequei o peito, ainda bate, como tantos cabisbaixos e tristes do mundo, trocando a dor por arte, mal percebo o sangue que escorre pelo braço há muito tempo privado de novos abraços, uma nova tattoo na desesperada tentativa de esquecer quem és tu e essa porra de solidão que meus olhos flertam, dói, agulhas que libertam...

sexta-feira, 18 de outubro de 2019

Um brilho....


O quase que imperceptível brilho da lua, as luzes artificiais, os semáforos, os veículos cheios de gente que nunca conhecerei, sequer encontrarei pessoalmente, em meios às sombra da noite pela cidade em algum cantinho eu sou saudade, alma amante de um esquecido andante, sou só mais uma pele substituível, o coração descartável do homem invisível, um brilho à extinguir em tantos olhares de esquecimento, onde fui esperança hoje me chamam "vaga lembrança", no rosto o suor de brilho honesto beirando a avenida e em sã consciência tristemente me pergunto, à que tipo de olhar será que eu presto nessa vida?

quarta-feira, 16 de outubro de 2019

Sentimentalmente...idiota.



Idiota, sentimentalmente idiota, mas diferente de tantos outros, pude me retirar do quarto de rejeição e trancar a porta, sequelado de tanto que a vida apronta, sim, já tinha a trouxa pronta e como todo bom abandonado que se preza, voltei a não ter pra onde ir e o que mais poderia fazer se não rir, rir, mas não tão alto, da vida aqui uma certeza, sempre dói quando a gente ri de tanta tristeza, nos fones uma canção melancólica, a soundtrack das paisagens bucólicas que me acompanharam por todo desafortunado trajeto do viver, vagabundo andarilho beirando trilhos inativos e o destino novamente me põe ante estranhas portas, um tanto humilhante, volto a bater? Haverá alguma resposta? Porventura alguém vai abrir? Dilemas do idiota, sentimentalmente idiota....

sábado, 12 de outubro de 2019

Notas de asfalto




Zona de conforto, um sonho desfeito, era a segurança de um sábado à noite em um quarto morno com afeto, me movia calmamente como um feto, lugar no mundo que fazia-me não querer nenhum outro pra se estar, ali entorpecido por um imerecido amor novo, "lar", assim devaneei e foi quando então acordei...noite de sábado, um ano depois, as avenidas solitárias reconhecem seus antigos andarilhos, pequenos soluços, entre consolos das canções do silêncio e beijos de brisa, hoje quis doer um pouco, mas meu peito sempre suaviza, acostuma-se a não ter como de costume, nunca fui de sonhos tão altos, vagarosamente "embicicletado", notas de asfalto: e lá se vai o sábado, um ano depois, perdedores, sim, juntos éramos dois....

quinta-feira, 10 de outubro de 2019

Incerto inseto



Sou sempre o primeiro a ler tuas correspondências, claro, na maioria das vezes são apenas contas à pagar e nada contra felizes coincidências, mas confesso, detesto o fato de não me acontecerem, falo de cores pra me enfeitar por dentro, lamento entre bilhetes e ramalhetes de flores que nunca poderei te dar, um mísero ser isento de calor humano que se alimenta de sentimentos que a desprezada sonhadora inventa, ali sem jeito, sujeito à enganos, voando com certo receio ao redor da tua caixa do correio, eu, o inseto do afeto, o tempo não para e a esperança, bem, a esperança é o maior sentido da vida, cara...

sábado, 5 de outubro de 2019

Match da solitude....



Nada vezes nada, dispensável e invisível dócil louco sob a insensível ótica da madrugada, há muito declarei-me "sem lar" ainda vivo porque feliz ou infelizmente as pessoas não vivem sem pensar, lembranças vazias? Várias, vagando inconveniente pelas memórias involuntárias e eis que sorrateiro então veio o amanhecer em toda sua calidez, como um sagrado céu de confissões encarei o teto outra vez e bem poderiam ser dois, mas em diferentes extremidades da cidade somos apenas um, ela em sua janela, ela na janela da minh'alma, olhar e cá nossa solidão em comum...

sábado, 28 de setembro de 2019

Espectadora das (falsas) expectativas: lua.



Tanto tempo e mais do que a tempo de não causar mais espanto, chorei nas entrelinhas, chorei pelos cantos e nesse momento mais um olhar de mim desistiu, solidão, cara, a solidão aqui sempre existiu, agora cabisbaixo recordo insanas cenas, a lua ao longe, estranhos sem graça em alguma praça, estranhos na fila do cinema, situações que bem me couberam, lugares que certamente estive, anos e anos de amores fictícios, o que na real acho que nunca tive...

segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Desbotado mar....




Invernal era o céu da boca, ausência de cores e luz, o som do dia previsível, o blues das flores, em meio ao super tédio ouvi rumores de gente querendo deixar de existir e a minha prece mais honesta era pra não desistir...e saber onde não insistir, pedalei por terras áridas de olhos úmidos e é de certo que desertos urbanos cruzei, de tantas teorias de "sonhos bons", ó, quanto já me entristeci e me irei, quão revoltante é reconhecer uma ilusão e dela abrir mão, tantas e tantas vezes atirado no mar e os que sempre intento amar são justamente os que minhas mãos atam, agora ecoam as duras palavras do rei "Essas recordações me matam!"...

sábado, 21 de setembro de 2019

Ordinariamente ofuscante....



Incontáveis dias incertos, vagamente lembro quando o coração chegou como poção feita de maçãs frescas, mas toda uma vida como pilha de dejetos, o meu coração entregue, tolamente entregue às esperanças de vôos compartilhados, de felizes péssimos duetos, noites de restaurantes, tédio absoluto e cá estaríamos doidamente rindo, maltrapilhos sob algum viaduto, largados, serenamente largados, sob o brilho da lua, comendo bobagem na rua...

quarta-feira, 18 de setembro de 2019

O que não sabem, o que talvez nunca saberão...



O mar calmo, arde o fim da tarde, versos e rimas, recíprocos olhares à beira mar e em algum ponto da cidade alguém me subestima; no âmago do meu vazio sorrio, quem diria, do universo não passo de ironia, uma piada de muito mal gosto e não compreendida na cara de quem se "precaveu"  de mim, tantos e tantos corações solitários que me deparei no caminho, o que fere ou o nada ao meu pobre raro amor, estereótipos tais nos quais sempre perdi, tão dispensável andarilho vendo peitos sendo trancados por onde passava, sem lar, tanto que tive pra dizer e sem espaço pra demonstrar, agora me inquieta a confusão de sons urbanos, outro ano indo embora e o coração em escombros de mais uma triste implosão...

segunda-feira, 16 de setembro de 2019

Supostamente....


Há passados que não passaram, há presentes que disfarçam superações e de sensações em sensações prossigo, odores que adoçam, cores que enfeitam e eventualmente lembranças que destroçam, sonho antigo de todos os dias, honestos amplexos que me façam esquecer camas duvidosas, mãos caridosas e olhos de importância que inspirem à vida e sepultem memórias que não matam, mas maltratam e assim vivo com o peito escancarado, suscetível, vulnerável porém ainda são, daqui eu vejo passados vivos disfarçados de presentes imbatíveis em sorrisos tristes daqueles que se desesperam pra mostrar o quão forte são...

sábado, 14 de setembro de 2019

O dia após....



Sorri insanamente sorri, era o mar o meu único ouvinte, lamúrias que confessei sobre uma conversa que há muito não tinha e o drama do dia seguinte, desacostumar, voltar a não existir, hoje, perfeito oposto de ontem e o agourento orgulho sempre em meu caminho, trazendo-me  à realidade e zombando ao meu ver constantemente sozinho pela cidade, arco íris nos olhos quando a vi, ó cruel breve dia belo, eram meados de mais um setembro amarelo, sorri, insanamente sorri....

sexta-feira, 13 de setembro de 2019

Absurda ciclovia





Dias estranhos, sob céus tempestuosos, incertamente pedalei por ciclovias de um coração instável, nuance, por entre trânsitos caóticos vaguei em transe por um percurso sem fim, ó fadiga de um vagabundo viajante, ai de mim,, então despertei na vastidão da estrada pra lugar nenhum e chorei um rio sem tamanho 'té que enfim serenamente pedalei de novo, me acostumei com a dor, era uma vez dias estranhos...

terça-feira, 10 de setembro de 2019

O que meu semblante não diz...





Mãos nos bolsos, mãos nos bolsos, tão só este ser ingenuamente à vagar por entre tantos que ensinam à viver, ó, quantos anos e meu coração ainda não entendeu, deste lado da calçada do mundo vejo tantos da "sapiência do amor", o mais loser sabe mais que eu, olhos vermelhos, sorriso e setembro amarelo e quão feio para eles seria se intentasse contra a própria vida, então que eu finja o "singelo", todo louvor aos malandros, pois quando mais honesto, tratado fui como otário e então me vi sem graça falando sozinho no divã imaginário daquele banquinho de praça...

sexta-feira, 23 de agosto de 2019

A quietude de não ter o que esperar....





Mãos, geladas mãos, intranquilos olhos de esperanças demasiadas e ansiedade que dói pela cidade, mentes sãs trepidam ante esperas vãs, algo que não tem, nunce teve, talvez nunca terá na vida, do outro lado da avenida, frias, mãos frias, os dias passam vagarosos como um rio triste, o que feriu ainda existe, o que de bom tinha, perdeu, ah, o calor que as mãos de todo o mundo sonham, mas em sua grande maioria lhes restam o vazio, fodeu!, eu sou a última folha do outono, a melancólica canção no fim da festa, eu sou a memória  que algum coração do mundo detesta...

quarta-feira, 7 de agosto de 2019

Um testemunho




E lá se vai mais um ano, dessa vida certamente o mais estranho, de profundos vales e um vazio sem tamanho venho, olha as minhas mãos, nada tenho, não, sem novidades, sequer possibilidades, sumo por sentir que não somo, outro ano de marasmos, caminhando à esmo, nos dias de miséria invernal apascentei à mim mesmo, meu próprio bobo da corte, me fiz rir por não conseguir chorar, entre ilusões e angústias, a dor maior de um solitário que é lembrar do que era preciso imediatamente esquecer, outra vez vai chover, meses e meses depois aqui guardado no universo paralelo sob o lençol, okay, ainda só, mas agora lembrava de quão enfermo estive da alma, troquei o peso do mundo pelo doce peso das pálpebras, dormir, enfim a calma...

quinta-feira, 1 de agosto de 2019

Para cada término....de dias.



De bonanças, tantas, vejo empapuçados ingratos caçoando daqueles que são da esperança, do meu vagar somente vejo estereótipos e sigo anônimo, desafortunadamente platônico, solidões e afins, fitando afetos sem rosto, talvez anos luz de mim, mas que porra de música chata de hoje e tanta alegria de aparência, como não escreveria versos que trouxessem tua existência, puta que pariu, como não te mencionaria em minhas preces para que me salves dessa merda de mundo vil?! Acho que a vi num filme, parecia você naquele estimado livro no qual já não recordo o título, ah, teorias, supostos vencedores empurram goela abaixo do mundo sofrido suas teorias de quem muito manjam de coração, no decorrer dos anos muito ouvi sobre métodos de quem sabe muito de vida e para cada findar de dia, minha devida oração....

sábado, 27 de julho de 2019

Em meio ao caos...



A confusão de sons e vozes, a cidade não estagnava, só crescia, mas quando sobrecarregado, me deixava imergir no sagrado oceano de silêncio, mas num infeliz dia fui lá e ele já não mais existia, outra vez o som daquele sorriso cretino traidor me perseguia, o "progresso" urbano não se importava com quem no asfalto rastejava à procura de refúgio, as pessoas riam e cantavam alto e o topo do tédio sorrateiramente me convidava à um salto, precioso bem em mim que se chama "amor", ah, me fez negar o convite, o alento humano que não tive encontrei na polaroid ocular do firmamento, a beleza até onde a vista alcançava sobre mim me fez prosseguir, foi foda, tempos tão mais velozes, mas naquele dia particular me senti tão bem sozinho no meu caminho em meio à confusão de sons e vozes...

segunda-feira, 22 de julho de 2019

Pensamos nós, "tardio"....



Honesto azul à perder de vista, a glória da vida, já nem lembro ao certo quando foi, só sei que era um dia perfeitamente ensolarado quando me tornei um homicida e que Deus me perdoe, não, não perdoe, hoje tramei um crime, sei lá, seja como for, acho que vi num filme, asfixiado assim que pretendo matar o que deixou de ser amor em mim, mantido vivo até então pela droga da carência, pois que vá, tire proveito da sorte enquanto pode e lembre amargamente de mim na vossa decadência...

segunda-feira, 15 de julho de 2019

Tempos de não se achar graça em quase nada....



Começo o dia divagando, encarando o teto da cozinha, por questão de instantes te imaginei sozinha, foda-se, muitas vezes a vida é irônica e escrotamente engraçada, de tantos "nadas", se desfazem as paredes e subitamente o espaço ao redor, a representação do meu vazio, calor demais e aqui dentro tão frio e só, cá na minha cadeira em órbita e o coração em quase óbito, descompromissadas com as dores alheias, sim, as pessoas falam vagamente pra gente "não desistir", do meu vácuo distante eu vejo "vômitos de felicidade" e uma vontade básica de deixar de existir...

domingo, 7 de julho de 2019

Vôo solo



O domingo é para solidão, a solidão é para o domingo, mútua e perfeita posse, uma leve brisa de mágoa cruzou minha tarde no mar, sigo as ondas, a cabeça fora d'água, respirar, emergir é preciso e sigo solitariamente sensível em preces para um dia tornar-se menos invisível, só alguns poucos sensitivos me notam agora asfaltos ermos, mais um vôo solo sob um mar suspenso de escuridão, o céu noturno, a solidão é para o domingo, o domingo para a solidão...

segunda-feira, 1 de julho de 2019

Pela alta noite



Anos e anos de andarilho, recordações ao longo da estrada, hoje eu não passava de um gato sujo e maltrapilho pelos telhados de casas abandonadas, a visão panorâmica do asfalto melancólico e dedos de mãos que se desentrelaçam, tantos términos que presenciei do meu ponto de vista seguro, notas tortas da serenata do vadio cortam o ar do dia já escuro, se caísse dessa altura certamente eu morreria e ninguém daria por falta, asas, só as da imaginação, noite alta e não há mais quem me espere em casa...

quinta-feira, 27 de junho de 2019

Letargia de cada entardecer



O crepúsculo energiza a cidade, esfaqueia-me a lembrança do olhar da menina, cá estou "blue" sob o céu tangerina, foi mais um dia que não movi um músculo em prol desta porra de felicidade, entre o trágico e o letárgico, entre sombras e sobras escapei na memória da alegria de um distante passado, a mansa brisa, o fim do dia cálido e quem diria que eu morreria assim, mas é claro que você não me convidaria pro seu pôr-do-sol "perfeitamente adequado", interiormente tenho andado tão, tão pálido...

terça-feira, 25 de junho de 2019

Estranhas portas, um estranho às portas



Estranhas portas, ó, estranhas portas que bati em meio às tormentas do peito caótico, que dias tão belos para se vagar de olhos úmidos, que bom que ninguém mais me reconhece, pelas memórias alheias, de tantas andanças, ontem eu tinha um nome, hoje me chamo "vaga lembrança", de vislumbres sobrevivi pelas calçadas do tédio interminável, entre dias que não quis me mover e dias que quis não acordar era eu como um sol soterrado, por entre escombros alguns fios de luz escapavam e quase fui notado, ode ao poeta morto, troquei poesias por meras cortesias...

domingo, 23 de junho de 2019

Da minha janela dominical...




Na solidão dominical, inóspito, infinito inóspito, meu coração, agora uma canção de amor fracassado que pessimamente cantarolo e sou personagem nato, fato, sou só mais um desses tantos "zeros" desenhando cenários com seus affairs imaginários aí então o peito se ilude, ontem voava, agora volto a perder altitude e os anos vão me convencendo que meu lugar é mesmo no chão, nos velhos dias jurei ter visto em minha direção sorrisos de bocas enamoradas, devaneios, meros devaneios de um feio, a visão da lua da minha janelinha e eu era apenas um gordo estúpido a escrever pelas madrugadas...

segunda-feira, 17 de junho de 2019

À pairar...



Uma projeção astral, era eu o espírito das avenidas vazias de domingo, um vento vadio à soprar sob luzes artificiais e viadutos, ilusória, alegria ilusória, o curto prazo do sorrir nos meus pobres lábios na velocidade do desabrochar de uma flor em stop motion como nas cenas de cinema e agora não passava de uma memoria, recentemente me recompus de um reles "amor teatral", hoje raramente só te reencontrava nas névoas de alguma viagem astral...

segunda-feira, 10 de junho de 2019

Quem sou eu?





Cá estou vendo o sol novamente partir no horizonte com sua trouxa nas costas como um caroneiro viajante, ah, que solitária vista, a cada entardecer o desacostumar,  tantos momentos à "desmemoriar", anseios, percepções, visões únicas do cronista; pensava ser coisa de filme ou meramente de canções de amor, sei lá, mas eu juro que te ouvi nitidamente chamar-me em sonho, sabe-se lá o que/se isso significa, eu sou um grão de areia do aterro, eu sou uma árvore no Benfica, me cabem somente os registros das vistas, já não sou amado, voltei a ser platônico amante, eu sou um cronista...

quarta-feira, 5 de junho de 2019

Achei que era....



Canção e lição pra vida, ah, insensatez, sinais que inventei, até pensei que era, mas tudo não passava de "Era uma vez...", o sal do mar, o sal das lágrimas e a alma ainda insossa, ouça a cantiga do vento no dia super azul e tente não me apontar tanto assim por ser tão crédulo, palavras de quem já se equilibrou à beira do precipício, me diz como não veria indícios de novos tempos numa mínima mudança de ares, ei, cara, eventualmente me encara o abismo, daqui eu vejo gente com genuíno amor no caminho e lábios cheios de cinismos, entre danças estranhas e estranhas andanças achei ter visto o sol em certos olhares, não sei, vai que não é só minha impressão, mas parece até que meus olhos nunca mais verão o verão, estúpido confesso, ontem podia jurar que era, mas não passava do velho inverno disfarçado de primavera...

domingo, 2 de junho de 2019

Perspectivas, expectativas....



Ironia...sequência de dias azuis e noites estreladas, nem se desconfia; pela cidade haviam corações com toda certeza do mundo que a felicidade havia enfim chegado, haviam olhares perdidos sob os mesmos dias ensolarados sem conseguir perceber, tamanha agruga, assim era o efeito da desilusão no peito, inalando ares sem doçura, uma cena dividida em dois quadros, pessoas com medo de sentir novamente e gente super confiante no amor que se tinha no caminho, meu indicador propositalmente se enfia no espinho da rosa, me acostumo com a dor ao som daquela triste bossa e alguém já não conseguia viver sem, tudo tão bonito e leve, sem sinal algum de fracasso no horizonte, nem se desconfia...ironia.

sexta-feira, 31 de maio de 2019

O que da pele não passa




Por onde andei? Por onde andei? Por entre estrofes e catastrofes do coração, extra, extra, no desprezo de sorrisos astutos, solitário à beira de viadutos em noites de sextas, entre palavras não compreendidas, como declarações feitas em consoantes, valsando o som da despedida entre avenidas e desconhecidos rostos translúcidos aos volantes, lembrei, disseste que meus olhos não te podiam alcançar, mas quando minh'alma gemeu, não, não estavas lá, não, não me viste cambaleante entre versos tristes de poemas ébrios, nem imaginas o clamor do meu peito pela paz interior na qual me deixaste quase que totalmente desprovido, um miserável, um desaparecido, ah, moça, tão, tão ocupada pensando nas tuas pérfidas paixões adolescentes e toda vez ante minhas pobres tentativas de bem querer que vagamente dizia "Eu sei", como terias sensibilidade pra saber em que lugares ermos da cidade eu andei?!

quarta-feira, 29 de maio de 2019

E o tempo que (se en)carregue!





Esquecido pela cidade, na parede de algum viaduto escrito "alegria", um contraste, um perfeito estranho pela noite incerta sorria sobre a velha bicicleta, uma criança, um vadio se equilibrando na linha do horizonte, uma vaga lembrança à vagar por onde sorrisos ecoavam em quartos desconhecidos, onde lábios astutos o mencionavam como se tivesse desaparecido pra sempre, onde lábios involuntariamente o citavam após o amor com outrem falsamente seguro, vivia agora no desdém de quem pretenciosa e "desarmadamente" pensava enfim ter se encontrando na vida, sorria, tristemente sorria conformando-se o esquecido com a paz de quem não tinha mais o que perder, sorria por não estar na  pele de quem nem imaginava de onde e quando o golpe do tempo viria, ah, ironia, cruel e sarcástica ironia, mãos nos bolsos, uma estrada impessoal que há muito trilhou solitário pela noite e o tal esquecido era então lembrado no âmago da dor quem caíra em si que outra vez não havia vencido...

domingo, 26 de maio de 2019

Celebrando alívios...






E eis que os domingos se multiplicam e vou deixando de olhar para o que fica, quanto penar até chegar ao estágio mais leve do mero vazio, eu clamei pra sentir-me apenas vazio, esperas e medos se foram, elevo preces pelos que ainda choram, aos espíritos fadigados de olhos úmidos semicerrados, alívio, agora volto a pedir pelor amor no meu caminho, ó, Deus, um amor que não me mate, nem tampouco maltrate, que não seja por questão de instantes, nós dois, uma rede armada de uma extremidade à outra da lua minguante...

sexta-feira, 24 de maio de 2019

Inexistindo






Havia um muro, entre o amor e eu havia um muro, sorrindo aqui do meu canto escuro da vida, insana e tristemente dançando sob a chuva de lembranças, amor, hoje te renomeei "escroto", eu sou um estranho encolhendo de tamanho, flutuando numa folha seca pelo rio que corre no meio fio em direção ao esgoto, sumi afim da doce prática da gratidão da cura divina através do tempo, dias viram meses e não serás lembrada mais do que um mero contratempo...

quinta-feira, 16 de maio de 2019

Minúsculo e encolhendo



No âmago do meu isolamento, cá estou sentado no meu planetoide, eu vejo tudo ao longe, bem querências, acolhimentos, daqui eu vejo gente sendo convidada para outros mundos e lembro de quanta indiferença tive no caminho, tristes passagens, ontem eu sonhei com estranhas paisagens e pessoas diferentes, em determinado ponto me deparei com um olhar que parecia me compreender, mas quando quis me aproximar, eis que a vista começa a escurecer, era meu olho abrindo na penumbra da madrugada, era a enfadonha tarefa de voltar à realidade do perfeito "nada", de volta ao espaço, a lembrança do cheiro bom de flores da terra, no bolso aquela última 3x4 tua que agora me desfaço, caio em si, volto a me conformar com o que a vida não tem pra mim...

terça-feira, 23 de abril de 2019

Digno de apatias....




Céu de bossa mar de calma, o sorrir agora dói, corrói a alma, um caco um traste, eu sou um triste contraste num dia primaveril, pedalei à beira do abismo, chorei sob a ponte e você não viu, não, você não me viu soterrado pela antiga casa de memórias, entre escombros e assombros, meus olhos já não viam a glória de um honesto azul à perder de vista, as ciclovias por onde passava acinzentavam e estupidamente dava risada da minha não existência onde jurei ter encontrado lugar, hoje vejo tudo de baixo pra cima, tudo é maior e minha ruína rima, havia um rio morninho de doçura que aqui corria agora estou seco, oco por dentro, lamentos, vazio e fissuras....

quinta-feira, 18 de abril de 2019

Torna não ser....



Sobre amor e mãos descuidadas, simples sonhos secretos de mãos dadas, mas se for pra falar de amor, que eu não descarte as dores porque o que mais dói na gente é aquela ingênua idéia inicial que de agora em diante serão só flores, mentolado céu da boca, volta à escurecer, acho que aqui dentro vai chover novamente, eu disse "mãos descuidadas", nuvens negras nuvens encobrem os últimos vestígios de sol no fundo dos olhos esperançosos pelo simples fato de continuar crendo que a "ilusão" é melhor que o nada, agora ecos das palavras de Renato, "O mundo pertence à nós", ó, céus, voltei a ser contado com aquela gente só, outra vez só mais um dos tantos em direção oposta à multidão dos mortos de felizes dos feriados e fins de semana, ao longo da estrada pra lugar nenhum....

sexta-feira, 12 de abril de 2019

Das sombras às sobras...




E então o fel, ah, que lindo céu enfadonho de hoje, porra, é profundo, choramos como se fosse início de agosto, o desgosto pesa no ventre como um pequeno mundo, uma espécie de incenso negativo que deixaram aceso aqui dentro trazendo alucinação, exalando o constante mau cheiro de decepção, para muitos um céu honesto e limpo de novidades ao passo que muitos de nós padecemos em fuga de uma horrenda nostalgia pela cidade, sol à pino e mesmo sem destino, às vezes até consigo sorrir mas na maior parte do tempo eu só quero ser aquela nuvenzinha passageira que chove chorando até deixar de existir...

segunda-feira, 25 de março de 2019

Desacostume!







"Eu poderia morrer agora", em alguma calçada do mundo alguém verbaliza a tal felicidade encontrada, "Eu queria morrer agora!", simultaneamente ela se foi da vida de alguém na cidade, hábitos rotinas à modificar, bruscamente despertar de um sonho profundo, inverno, inferno já nem se distinguem mais, o céu já chorou junto, agora o chuveiro, memórias à amargar de lugares, sons e cheiros porque a vida, cara, ela é de desacostumar...

terça-feira, 5 de março de 2019

À distância da desistência





E então um prédio, vigésimo sétimo andar, do alto do topo do tédio desesperançosos pensamentos cruzaram o céu nublado da minha mente, planos, humildes planos que o coração teve que abandonar à beira da estranha estrada, partir sem virar as costas, o quanto gostas ou gostava já não podia crer, nas mãos e no peito, nada, ao invés de você, o amor outra vez sem rosto, desgosto em amargura onde morava a candura, ó quão difícil é não se deixar cair, decidi, eu não quero morrer, eu só quero fugir...

domingo, 24 de fevereiro de 2019

Tristes tempos de inferno invernal....








Ao longo da estrada ouve-se "A vida é estranha, a vida não presta!", ainda que me sinta um verdadeiro "nada", ainda assim digo que a vida é boa, o nosso desamor próprio é que tira todo o sabor que a natureza dá ao nosso coração, a graça dos raios solares na pele e faz da chuva inimiga que fere com cruéis nostalgias, independente do cima, o dia continua lindo lá fora, feio mesmo está o meu interior, as janelas da alma anuviadas pela umidade do peito, olho em volta e tantos vejo em busca do "perfeito", eles têm de sobra o que metade não tenho, estou revirando suas latas de lixo afim de aproveitar os restos do teu tanto ter e pouco sentir, um pedinte, um palhaço, as lembranças doem e sem ouvintes, tristemente sorrindo, mendigando abraços...

terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

Je ne comprend pas




Escancaradas janelas da alma, chuva fina escorre pelos cantos da pupila, ó quão dura é a procura da alma quando o maldito coração oscila! Há momentos que pareço um gigante, tal qual as nuvens, a proximidade do céu, mas de tão peito aberto como já estivesse liberto, de repente me vejo assim, um perdido encarado uma lua tão distante sem saber, nem ter pra onde ir, quando eu decidi partir ela me fez ficar, quando achei que enfim seria e desisti de ir embora foi quando estranhamente ela se foi, digo "oi" à tristeza e chamo pra conversar, quantas vezes hei de repetir quão estranha é a vida para ela então "desestranhar"?!?