quarta-feira, 29 de maio de 2019

E o tempo que (se en)carregue!





Esquecido pela cidade, na parede de algum viaduto escrito "alegria", um contraste, um perfeito estranho pela noite incerta sorria sobre a velha bicicleta, uma criança, um vadio se equilibrando na linha do horizonte, uma vaga lembrança à vagar por onde sorrisos ecoavam em quartos desconhecidos, onde lábios astutos o mencionavam como se tivesse desaparecido pra sempre, onde lábios involuntariamente o citavam após o amor com outrem falsamente seguro, vivia agora no desdém de quem pretenciosa e "desarmadamente" pensava enfim ter se encontrando na vida, sorria, tristemente sorria conformando-se o esquecido com a paz de quem não tinha mais o que perder, sorria por não estar na  pele de quem nem imaginava de onde e quando o golpe do tempo viria, ah, ironia, cruel e sarcástica ironia, mãos nos bolsos, uma estrada impessoal que há muito trilhou solitário pela noite e o tal esquecido era então lembrado no âmago da dor quem caíra em si que outra vez não havia vencido...

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