sexta-feira, 31 de maio de 2019

O que da pele não passa




Por onde andei? Por onde andei? Por entre estrofes e catastrofes do coração, extra, extra, no desprezo de sorrisos astutos, solitário à beira de viadutos em noites de sextas, entre palavras não compreendidas, como declarações feitas em consoantes, valsando o som da despedida entre avenidas e desconhecidos rostos translúcidos aos volantes, lembrei, disseste que meus olhos não te podiam alcançar, mas quando minh'alma gemeu, não, não estavas lá, não, não me viste cambaleante entre versos tristes de poemas ébrios, nem imaginas o clamor do meu peito pela paz interior na qual me deixaste quase que totalmente desprovido, um miserável, um desaparecido, ah, moça, tão, tão ocupada pensando nas tuas pérfidas paixões adolescentes e toda vez ante minhas pobres tentativas de bem querer que vagamente dizia "Eu sei", como terias sensibilidade pra saber em que lugares ermos da cidade eu andei?!

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