Imagine todo o filme
da sua vida passando
diante de uma vitrine;
agora olhe lá do outro
lado da rua, veja aquela
figura esguia, quem quer
que seja, vagando sem guia,
divagando enquanto encara
à si mesma no reflexo da vidraça
da loja, versos sobre a pobre garota
do jeans sujo, cujo o dia inteiro foi visto
num flash de segundos, quanta gente só
no mundo, quantos gritos silenciosos ecoando
em peitos vazios e dilacerados, cômodos de casas
abandonadas no coração dos desafortunados,
solitários lábios de sorrisos bobos, e a lembrança
de todas as palavras bonitas proferidas à toa, voa
tempo, vida desmorona, triste em saber, nesse exato
momento tem alguém sendo deixado de lado...
quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014
domingo, 23 de fevereiro de 2014
Estando chovendo, tendo chovido
O relento, litoral choroso,
passos lentos nas poças d'água,
mágoas debaixo do temporal;
do lado de cá, cinza e granizo,
eu vejo sorrisos na calçada da
frente, vejo gente contente ignorando
a minha existência, aparências à perder
de vista, eu tô na lista dos não-convidados
pro céu das pessoas interessantes, estou
pensando seriamente em fundar o clubinho
dos meninos não-cativantes, vida feliz, perdoa
as merdas que teu filho diz, e por não ser tão
efusivo assim, faz frio, contrario João, "Impossível
ser feliz sozinho", mas eu sou vizinho do sr. lamento,
o relento, dia chuvoso e melancolia atemporal, litoral
choroso...
passos lentos nas poças d'água,
mágoas debaixo do temporal;
do lado de cá, cinza e granizo,
eu vejo sorrisos na calçada da
frente, vejo gente contente ignorando
a minha existência, aparências à perder
de vista, eu tô na lista dos não-convidados
pro céu das pessoas interessantes, estou
pensando seriamente em fundar o clubinho
dos meninos não-cativantes, vida feliz, perdoa
as merdas que teu filho diz, e por não ser tão
efusivo assim, faz frio, contrario João, "Impossível
ser feliz sozinho", mas eu sou vizinho do sr. lamento,
o relento, dia chuvoso e melancolia atemporal, litoral
choroso...
sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014
Caprichado mal-me-quer!
Pétalas ao chão, pétalas ao chão;
punindo flores em prol da tua descompaixão,
o sobrenome da tristeza é Dolores, e eis que
o estúpido cupido acertou em cheio seu coração,
e ela até então me ama descompassadamente, sou
pra ela uma espécie de amuleto, uma ameixa seca
em sua bolsa à tiracolo, diz que não me deixa, não
importa se choro, sou seu perdido preferido, e à cada
corte no peito, uma injeção de má sorte, torno à si,
assim, meio sem jeito, lá se vai mais um dia e outra
vez escurece, tento apreço que me tens que me adoece,
tombo à cada esquina da vida, e curiosamente ninguém
se aproxima. Quando estou prestes à ser bem visto, transforma
as roupas que eu visto em pele de réptil, à mim pertence o pior
amor do mundo, me esconde em um poço profundo sob mesas de
estranhas cozinhas, sou dela e a tristeza é minha, não posso ser
tocado, nem ter ninguém sentado ao meu lado por muito tempo,
tenho vagado pelo espaço e aliviado meu cansaço em um colchão
suspenso num buraco negro, sófrego cativo da tua descompaixão
em flores de mal-me-quer, pétalas ao chão, pétalas ao chão, e nem
um olhar sequer...
terça-feira, 18 de fevereiro de 2014
Blues do cuspe
Peles rejeitadas,
pétalas de frágeis
flores pelo chão da
rejeição, uma chuva
ácida sobre amantes
falidos, falecido amor
de milhares, palavras
doces esquecidas, pomares
de frutas apodrecidas, "O que
eu te fiz?", pergunta o pobre
palhaço de nariz quebrado em
um choque com tua endurecida
máscara sorridente, minha presença
de deixa doente, minha pobreza lhe
chega como desavença, tua pouca
nobreza é um cigarro de má intenção
apagado no mousse que eu te trouxe,
ah se eu fosse próspero pra poder ter
tua real atenção nesse meu mundinho
inóspito, um chute nas lindas lanternas
de jardim, um cuspe em mim, pôxa, como
és indigna das minhas tolas rimas e coisas
de orvalho, tava escuro, olhei o muro, "Mais
amor, por favor" é o caralho!
sábado, 15 de fevereiro de 2014
Inocente cartaz
Debruçado sobre a cartolina
no chão do espaço, me pus à
lembrar da delicadeza daqueles
simples traços, sempre quis tocar
o arco-íris, e eis que ali vem novamente
aquela menina tranquila com cheirinho
de chuva, de braços dados com a neblina
e aquele suave abraço-abrigo, sigo os rastros
dela na esperança de um dia ver seu rosto, sei lá,
tenho a leve impressão que teu sentir é exatamente
o oposto do meu gostar, mas vamos lá, né; lamento,
tanta estupidez, o pensamento perdido na delicadeza
da tua fragilidade sob as agruras da fria cidade, e
mesmo sendo eu estereotipadamente desafortunado,
e tendo quase tudo contra, a imensa vontade de tomar
conta, letras grandes e coloridas, tanto tempo e tantos
contratempos, lembrei e sorri, hoje nem lembro mais o
que foi que te escrevi...
no chão do espaço, me pus à
lembrar da delicadeza daqueles
simples traços, sempre quis tocar
o arco-íris, e eis que ali vem novamente
aquela menina tranquila com cheirinho
de chuva, de braços dados com a neblina
e aquele suave abraço-abrigo, sigo os rastros
dela na esperança de um dia ver seu rosto, sei lá,
tenho a leve impressão que teu sentir é exatamente
o oposto do meu gostar, mas vamos lá, né; lamento,
tanta estupidez, o pensamento perdido na delicadeza
da tua fragilidade sob as agruras da fria cidade, e
mesmo sendo eu estereotipadamente desafortunado,
e tendo quase tudo contra, a imensa vontade de tomar
conta, letras grandes e coloridas, tanto tempo e tantos
contratempos, lembrei e sorri, hoje nem lembro mais o
que foi que te escrevi...
sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014
O fantasma dos fins-de-semana passados
Fui um solitário rapper otário,
odiado pela ostentação, em sublime
matrimônio com a frustração; as belas
peles versus tigres tristes dos meus versos,
perdido num mundo de tanta beleza, o feio
se indagava por quê veio, cantava a tristeza,
morreu de incerteza! Nos últimos anos tenho
vagado nas horas vazias de quem me esquecia,
uma má lembrança, o terror de todo fingimento,
hoje em dia sou apenas constrangimento, o brilho
trágico do meu olhar nostálgico nas alturas do céu
da tua boca, te deixas louca a amarga recordação de
mim na programação infantil da TV Cultura, à cada
desprezo teu e à cada fim de dias ali estarei afim de
sempre te trazer à tona os doces que te dediquei, meu
rosto entre teus restos, nas memórias mais insignificantes,
eu vou irromper tua madrugada por alguns instantes,
berrar na tua mente minhas antigas intenções, eu sou
uma música chata e insistente, sou teu único amor inexistente!
odiado pela ostentação, em sublime
matrimônio com a frustração; as belas
peles versus tigres tristes dos meus versos,
perdido num mundo de tanta beleza, o feio
se indagava por quê veio, cantava a tristeza,
morreu de incerteza! Nos últimos anos tenho
vagado nas horas vazias de quem me esquecia,
uma má lembrança, o terror de todo fingimento,
hoje em dia sou apenas constrangimento, o brilho
trágico do meu olhar nostálgico nas alturas do céu
da tua boca, te deixas louca a amarga recordação de
mim na programação infantil da TV Cultura, à cada
desprezo teu e à cada fim de dias ali estarei afim de
sempre te trazer à tona os doces que te dediquei, meu
rosto entre teus restos, nas memórias mais insignificantes,
eu vou irromper tua madrugada por alguns instantes,
berrar na tua mente minhas antigas intenções, eu sou
uma música chata e insistente, sou teu único amor inexistente!
terça-feira, 11 de fevereiro de 2014
Suquinho...
Ai de mim e minhas pobres
doces intenções versus aquele
olhar frio, as ruas de gelo fino
que piso sempre que ela atravessa
minhas imaginações, me esquece dentro
da minha própria cabeça, cruza comigo
na esquina do meu sonhar e finge que não
conhece, me devora enquanto ignora; mas
eu encolhi porque te escolhi, resolvi planar
num aviãozinho de papel em uma noite de
sábado afim de passar pela janela dela, vi
ali uma menina tão só com seu lanche, era
um pouco maior que um grão de pó, mergulhei
na tua vitamina, com tristeza ela me engolia,
deslizava na tua garganta sorrindo, fazendo
parte de ti, uma confusão de letras, adormeci
sobre uma carta inacabada, sonhei que você
me bebia...
doces intenções versus aquele
olhar frio, as ruas de gelo fino
que piso sempre que ela atravessa
minhas imaginações, me esquece dentro
da minha própria cabeça, cruza comigo
na esquina do meu sonhar e finge que não
conhece, me devora enquanto ignora; mas
eu encolhi porque te escolhi, resolvi planar
num aviãozinho de papel em uma noite de
sábado afim de passar pela janela dela, vi
ali uma menina tão só com seu lanche, era
um pouco maior que um grão de pó, mergulhei
na tua vitamina, com tristeza ela me engolia,
deslizava na tua garganta sorrindo, fazendo
parte de ti, uma confusão de letras, adormeci
sobre uma carta inacabada, sonhei que você
me bebia...
sábado, 8 de fevereiro de 2014
Estrago e dissabor
Cacos de fiasco,
o estrago de cascos
vazios de toda dor
consumida, mas o
que se pode fazer,
desprazer, por favor,
não fique, essa é a minha
vida; um trago amargo da
noite em mim e o céu ficou
assim do jeito que eu digo,
meio chumbo e trigo, puramente
melancólico sobre um reles dia
de alto teor alcólico, eu sou a bituca
dum cigrarro diferente num chão de
um parque qualquer, sou o finzinho do
cigarro que passou por lábios de gente
desprezada e sem fé, fumaça e cinzas de
mim, sim, sou eu sim, o fim...
o estrago de cascos
vazios de toda dor
consumida, mas o
que se pode fazer,
desprazer, por favor,
não fique, essa é a minha
vida; um trago amargo da
noite em mim e o céu ficou
assim do jeito que eu digo,
meio chumbo e trigo, puramente
melancólico sobre um reles dia
de alto teor alcólico, eu sou a bituca
dum cigrarro diferente num chão de
um parque qualquer, sou o finzinho do
cigarro que passou por lábios de gente
desprezada e sem fé, fumaça e cinzas de
mim, sim, sou eu sim, o fim...
sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014
"Pratrásmente"...
Milhas de distância da atenção dela,
da euforia à melancolia em tão pouco
tempo, como a gente ria, como tudo
parecia tão nosso, como doem meus
ossos, pôrra, como dói uma injeção
de rejeição! Um ônibus sem passageiros,
uma vasta estrada, alguns meses, eu
vezes nada, nenhum veículo para pra
mim, um miserável caroneiro com seu
jeans desbotado, a barba espessa, tristezas
e afins, caminhando sem muita pressa
pra tentar alcançar o teu entusiasmo
novamente, sou gente virando bicho,
sou uma flor que brotou na lata de lixo,
esqueci meu nome, só lembro que tenho
muita fome de amor...
terça-feira, 4 de fevereiro de 2014
Aquele triste ser amarelo e o universo paralelo...
Ó infeliz alma invernal!
Assim, do nada, sopra o
vento, o céu da boca se
comove e chove aqui dentro
em plena tarde ensolarada;
uma visão panorâmica de
entristecer, olha aquele triste
ser amarelo à procura de um
universo paralelo, aquele ali
sou eu vagarosamente vagando
com uma idéia fixa de distância
na mente, os prédios, os automóveis
semi-novos, as baratas, tanto tédio,
qual a relação da lua com a minha
rua chata? Meu tênis surrado, teu
nome sussurrado com insistência
nas minhas memórias, no auge da
minha desistência, eu quero te esquecer,
quero é pôrra, não, não tem previsão, mas
acho que o menino bobo enfim conseguiu
trapacear o destino, e deixou-se cair num
mar de calmaria, sem nada esperar, descobri
um dia bom, ei, olha a porta de giz que eu fiz!
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