sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Caprichado mal-me-quer!



Pétalas ao chão, pétalas ao chão;
punindo flores em prol da tua descompaixão,
o sobrenome da tristeza é Dolores, e eis que 
o estúpido cupido acertou em cheio seu coração, 
e ela até então me ama descompassadamente, sou 
pra ela uma espécie de amuleto, uma ameixa seca
em sua bolsa à tiracolo, diz que não me deixa, não
importa se choro, sou seu perdido preferido, e à cada 
corte no peito, uma injeção de má sorte, torno à si, 
assim, meio sem jeito, lá se vai mais um dia e outra 
vez escurece, tento apreço que me tens que me adoece, 
tombo à cada esquina da vida, e curiosamente ninguém
se aproxima. Quando estou prestes à ser bem visto, transforma 
as roupas que eu visto em pele de réptil, à mim pertence o pior 
amor do mundo, me esconde em um poço profundo sob mesas de 
estranhas cozinhas, sou dela e a tristeza é minha, não posso ser 
tocado, nem ter ninguém sentado ao meu lado por muito tempo,
tenho vagado pelo espaço e aliviado meu cansaço em um colchão 
suspenso num buraco negro, sófrego cativo da tua descompaixão 
em flores de mal-me-quer, pétalas ao chão, pétalas ao chão, e nem
um olhar sequer...

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