quarta-feira, 7 de agosto de 2019

Um testemunho




E lá se vai mais um ano, dessa vida certamente o mais estranho, de profundos vales e um vazio sem tamanho venho, olha as minhas mãos, nada tenho, não, sem novidades, sequer possibilidades, sumo por sentir que não somo, outro ano de marasmos, caminhando à esmo, nos dias de miséria invernal apascentei à mim mesmo, meu próprio bobo da corte, me fiz rir por não conseguir chorar, entre ilusões e angústias, a dor maior de um solitário que é lembrar do que era preciso imediatamente esquecer, outra vez vai chover, meses e meses depois aqui guardado no universo paralelo sob o lençol, okay, ainda só, mas agora lembrava de quão enfermo estive da alma, troquei o peso do mundo pelo doce peso das pálpebras, dormir, enfim a calma...

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