Caderno de desenho, lugar de onde eu venho...
fui rabiscado por um criador entediado num dia
sem sol, que por alguma razão deu-me vida em
uma casa dividida com pessoas estranhas, de
comum desamor, mas eu tinha tinta na ponta dos
dedos, e mãos de lápis de cor, coloria tudo que tocava,
que nem o dia em que tocava aquela canção do Roberto,
foi quando pela primeira vez me vi de peito aberto, foi ali
que senti o quão belo e triste era amar sem ter com quem
compartilhar; passei à quebrar a cara em minha busca
solitária, tentei doçuras de pinturas afim de agradar amargos
olhos que só me davam desprezo, tentei cartas com letras coloridas
e até versos de palavras doloridas, claro era o pouco caso do mundo
com a minha ingenuidade de tolo amante, chorava em consoantes,
ininteligível e gotas cinzas, me auto-denominei lar de frustração,
e assim nascia a melancolia...nos meus últimos dias na terra a simpatia
ainda me erra algumas vezes, até me ver bem cansado de ser rejeitado,
caio em si e decido voltar pro único lugar onde poderiam me achar bonito,
aquele lugar de onde eu venho chamado caderno de desenho...
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