terça-feira, 5 de novembro de 2013

Ei, cara, encara o mar!

Ei, cara, encara o mar!
O corpo manchado de tinta,
cento e trinta, um edifício de
tristeza por andar, e você poderia
estar caindo do topo, deslocado
por um soco da noite cruel, saudade
de aviõezinhos de papel, "Eu queria
dizer que te amo numa canção", uma
vitrola nas alturas fazendo a trilha
sonora das últimas amarguras antes
de chegar ao chão; a vida diante dos 
olhos, a doce lembrança da bicicleta
presa nas grades da biblioteca, as pobres
cartas escritas pra alguém que talvez nunca
venha, simpatia, a incessante busca por um
lugar que tenha, e mundos mais interessantes,
existir e insistir dói do mesmo jeito, fitei meu
inimigo espelho outra vez e vi que não era
assim tão velho, escolho estar subindo ao
invés de caindo, com esse corpo manchado
de tinta, cento e trinta, um edifíco de alegrias
por andar que emerge no meio do mar!

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