sábado, 19 de outubro de 2013

Ah, se eu pudesse...

Lodo nas paredes de gelo
e quadros das mais variadas
lembranças idiotas, um aviso
de "Não perturbe" na porta,
um iglu no fundo do mar, é lá 
que fui morar, desde que tua mão 
invisível atravessou e tomou forma
sólida dentro do meu peito, rasgando-me
os orgãos, me deixando um pouco mais
órfão! Dias sem interação social, a visão
de uma nau naufragada, e nada mais além
do silêncio da escuridão, imensidão, a luz
fraca do sol lá em cima, rimas de um eremita
submerso sendo perdido de vista, sem notícias
suas, sem visitas, não tenho muita certeza, acho
que tentaram me ligar de algum lugar, só que eu 
não estava lá, andei ocupado tentando dizimar
todos os vestígios do teu sorrir em mim, ainda
que sem sucesso, peço à Deus que me livre das 
tuas canduras, prometendo comer mais verduras, 
ser um bom menino, ouço um sino, uma campainha,
7:30 da manhã, tô meio rouco, acordei pra morrer
mais um pouco...

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