sexta-feira, 18 de setembro de 2020

Debanda...


Rota, alma rota, no âmago da minha intranquilidade te nomeei "escrota", ó linda noite que já há muito me fere, dormindo em frente à estranhas portas, um cão à espera de um dono que se mudou faz tempo, mendiguei, confesso que por anos a fio mendiguei amor, do outro lado da calçada do mundo assistindo felicidades alheias, sobejando, ingratos por tudo aquilo que presunçosamente pensam ser deles por mero dever do pai das luzes lhes conceder, crônicas de um maltrapilho pedinte, andarilho, andarilho, noites de rejeição e a dor de acordar no dia seguinte, no ombro uma trouxa de esperanças vãs, pensava ela com uma bestial certeza que dali nunca sairia, ah, menina que tantas vezes me desprezou na certeza da minha "fidelidade canina", sentiu-se estranha por abrir sua porta certa manhã e não mais me ver deitado ali, visão que não tiveste acesso, um belo dia perfeitamente entendi que àquele lugar não pertencia, não perguntei, não fiz barulho, fria e silenciosamente como aquela manhã levantei e parti....

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