sábado, 2 de agosto de 2014

Sorvete-catástrofe


Sexta-feira, vários corações mortos
nas trincheiras das desatenções, meu olho
se comove e chove pelo mito do dia favorito,
todavia esquece que nada de especial acontece,
semana após semana aguarda anciosamente o regresso
da moça que silenciosamente relê a antiga carta deste miserável
remetente, mas sempre finjo que parto, uma galáxia inteira no vazio
do teu quarto, chora um pouco, recompõe-se e segue à passos
falhos, um dia quente pra caralho, um incômodo sol de som bem
alto, e o amor da minha vida em algum abraço duvidoso se diverte
enquanto o cheiro doce do maracujá com limão se espalha pelo chão,
agora sábado, meu sorvete derrete no asfalto...

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