sábado, 3 de maio de 2014
Epitáfio:"Um dia dei-me ao entusiasmo..."
Sentença...na saúde, na doença,
em tudo solitário, um otário à vagar
pelas ruas sob o olhar impessoal da
lua, andando por aí do jeito que eu
quero, as magras mãos nos bolsos vazios,
isso, exatamente isso, o perfeito estereótipo
do cara intitulado "zero"; passei anos à fio
caído em terras inférteis pranteando em silêncio,
a visão turva da terra suspensa flutuando sobre
mim, todos acima, desertos de poemas sem rimas
aqui embaixo, aquele planeta ao longe de pessoas
de efusivos sorrisos onde não me encaixo, o lar dos
mortos de felizes, trago visíveis cicatrizes de frustrações
do coração, adquiri um certo pavor de gente, pra eles já
fui até demente, agora estou apenas dormente, um sonâmbulo
que perambula nos arredores dos devaneios dos sonhadores,
um chão de dores me acompanha, talvez eu seja o mal sonho
de alguém, há sempre alguma moça despertando aliviada, caindo
em si ao meu respeito, me afasto sem jeito, eu sou uma piada de
mau gosto contada em meados de agosto, 30 anos se passaram
na vida do pobre cronista, eu ganhei teu "não", a graça da sensatez
por mais triste que tenha sido a decisão, ainda penso muito em ti, agora
já velhinho, choro com a lembrança daquele teu pendrive verde com cara
de sapinho...
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