segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Otários como eu que te admiram à distância







Uma nova manhã, e eis a cena, acorda ela sem muita pressa, a delícia do romã que exala sua pele morena, o cabelo bagunçado, o jeitinho largado, sua completa falta de atenção é uma bala que atravessa o girassol de esperança que trago à mão, a beleza altiva matou meu cactus e me deixou sem alternativa, num ato de desespero tentei ser maior que o teu desprezo e me declarei...otário, te dediquei versos, tanto que falei de ti pro meu amigo imaginário, mas é que são muitos admiradores, o teu passatempo favorito é desclassificar amores, os pés sobre a mesa e ela maliciosamente contempla a fumaça do café, os lábios de batom escuro tocam docemente a borda da xícara privilegiada e do meu inferno eu juro pela quinquagésima vez que irei desabrigá-la definitivamente do modesto barraco que eu trago na mente...

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