sexta-feira, 28 de novembro de 2014

O cabisbaixo


Ensolarada e desolada cidade,
muito o que se ver lá fora, perfeitos
pretextos para ignorar de forma sã
a futilidade pública dos show matinais
de tv, saiu pra caminhar com a  infeliz
alma nua, ajudou uma velhinha a atravessar
a rua, viu uma amarelinha e nuvens de giz
na calçada, música alta vinda das janelas
das favelas da vida, a farsa antiga da alegria
dividida, mas hoje ele não conseguiu achar
graça em nada; "Palma, palma, não priemos
cânico!", o tédio invade a tarde e o faz perder
a vontade de viver por bons dez minutos, sorrisos
pelo mundo simultaneamente se desmascaram e
as paredes cor de chumbo insistentemente o encaram,
foram quase 3 dias pra chegar 19 horas, o céu mui
limpo dessa noite à veranear em perfeição, aquele
marzão de estrelas à perder de vista num carpete azul
marinho ou numa imensa bandeira sem listras, o blues
do som da gaita, o vento fresco no rosto do desgosto,
não, ele não pertence aos da fanatismo nem tampouco
aos do ceticismo, encontros, reencontros pelos cantos,
os contos de fada, pôs uma fronha em uma pedra e
improvisou um travesseiro após um dia traiçoeiro porque
hoje especificamente o cara não viu graça em nada...

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