domingo, 29 de janeiro de 2017
Versos versus desprezo(Loucos sentem, sabe...)
A chuva de cores do sol sobre aqueles corpos à beira mar,
visões de um mentecapto, ondas de uma maré cheia deslizam
pela areia como tímidos primeiros toques de mãos que anseiam
um dia se encostar, se dar, ah, toda essa beleza de lugares nos quais
não pertenço, me alimento de memórias de ilusões e cenas que bem
poderiam ser minhas, mas meu peito bem sabe, a magia dos musicais
não me cabe, talvez nunca caberá, o que será de mim vagando sozinho
pela terra dos efusivos, não há coreografia ensaiada no filme que fui
posto, não há fotografias de rostos colados, sabe, nada, além de cruéis
sonhos vãos, resta tentar ficar são; nunca fui astuto, dê-me um som de
gaita para que sente no alto do viaduto, olha o mercado central, cara,
daqui de cima tudo parece tão calmo e normal, alma de azedume, porra,
dói lembrar do teu perfume, mas eu não sou um suicida, nem tampouco
alcoólatra, sou apenas um "chocólatra" entendendo ano após ano que o
suposto tempo escasso de muitos nada mais que é falta de interesse sobrando,
menina rasa, dona de todos os olhares deste tolo profundo de asas arrancadas,
devo dizer, é direito meu tentar te esquecer, no desespero da sanidade mental,
isolar-me em prol da paz desse meu estranho mundo e tal...
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