segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Desistir de não existir







Orégano e origami, eu sou o cabisbaixo pobre amante 
feito de papel, despetalando a flor no meu costumeiro 
empobrecer, "Mal-me-quer, mal-me-ame", o velho vício 
de perder, aquelas meninas efusivas discutiam yin-yang
e eu seguia na minha solidão tranquila, a noite, a antiga
bicicleta e Neil Young, vagando sem amor ao som do bom 
trovador porque ela era um tanto artificial que nem os néons 
ali da rua principal e com veemência ansiava pela luz natural 
da lua, carência desmedida de adoráveis coisas simples e sua
beleza já nem valia mais tanto à pena, por demais fatigado de
encontrar sentimentos apenas nas entrelinhas, entre aspas, fogo 
de lamento na chama alta das cartas, o dissabor venceu a saudade, 
em cada canto da cidade um esquecimento...

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